segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Umbanda e Quimbanda

por Francisco Marengo

Sem dúvidas as entidades da esquerda que trabalham na Umbanda, trabalham sob a égide do chefe espiritual da casa, muitas vezes, um caboclo ou um preto velho. A Umbanda trabalha sob leis espirituais rígidas que diferem em síntese enormemente da Kimbanda. Óbvio não se tratarem das mesmas entidades, senão de entidades que trabalhem em sintonia com determinadas correntes espirituais e por isso carreguem o mesmo nome, isso é facilmente compreensível porque as vibrações que emanam as entidades que trabalham na Kimbanda são bem diferentes da Umbanda. Sim, as entidades da Kimbanda se bem que obedeçam suas leis espirituais, têm bem mais liberdade e podem funcionar como agentes kármicos poderosos. Em meu ponto de vista nada está a parte na natureza, muito menos os Exus ou a Kimbanda.

Exus são agentes mágicos poderosos, movimentam forças telúricas com incrível rapidez graças ao seu conhecimento e por estarem ativos no plano astral que é ligado ao orbe terrestre. Não sou kardecista, não acho que a doutrina de kardec seja tão ruim assim, porque em qualquer ciência espiritual existe algum fundamento ligado a um traço da verdade. Grande parte dos chamados fenômenos espíritas passaram a ser melhor entendidos pós kardec. Por exemplo a mediunidade, as materializações, o desdobramento astral, o desenvolvimento mediúnico em si. Nem a Kimbanda, nem a Umbanda podem ser chamados de espiritismo, senão de mediunismo, que é algo bem diferente.

No caso dos Exus, a evolução faz parte de um processo de adaptação, e não da necessidade de ser bonzinho ou malzinho. A natureza é assim, e ela evolui para atender as necessidades básicas dos seres, não importa se encarnados ou desencarnados. Claro, Exu não vira caboclo nem boiadeiro, ele não precisa sê-lo, pois trabalha dentro da esfera que está acostumado, utilizando-se das energias do ambiente, dos elementos e principalmente do seu cavalo ou burro se preferir. No ritual Rubi Estrela, criado por Crowley, a primeira frase é:
"Apopantos Kako Daimonos!".

Primeiro é preciso entender que "Apopantos Kako Daimonos" significa "Afaste-de de mim espírito da discórdia." Ou seja, um elemento que seja pernicioso ou discordante, e que queira prejudicar nosso Trabalho Espiritual. Os seres colocados nos quadrantes desse ritual são "Egrégoras" e não demônios. De fato, os demônios são parte integrante no desenvolvimento do magista thelêmico. Considere-se também que thelema se trata de um contexto filosófico da Mão Esquerda, e Magick ou Magia(k) a fórmula prática de aplicação dessas forças.

Para nós, as entidades demoníacas existem, e são muito entrelaçadas com a nossa estrutura existencial, tal como egos, e inteligências extra-físicas fazendo parte das forças que compõem a estrutura mental de nossos cérebros. Eles nos estimulam diversas faculdades especiais, dependendo do plano em que pudermos trabalhar magickamente tais influências. Nós não destruímos sua interferência ( dos demônios, pois isto definitivamente pode ser feito), pois se o fizermos, sua manifestação não poderá nos purificar e sim nos mutilará espiritualmente e nos deformará, pois assim fazendo negamos também em nós várias formas de desenvolvimento real de "Poderes Mágickos", conseqüentemente impedindo o próximo passo do nosso desenvolvimento, pois eles são partes desse próximo passo. Nós agimos magickamente na mente, no corpo e no espírito, compreendendo portanto que Magia(k) é um poder real e transformador (ou destruidor) da vida!s Demônios tem um conceito gerador da idéia de Destino, Obstáculo, Agregador ou Desagregador, tal como no Bode de Mendes ou no Arcano do Mago do TAROT, solve et coagula.

Esses Demônios agregados a condição humana que expliquei, atrelados a diversos estados de existência emocional, do ódio ao amor envoltos a um Ego. Essa divisão é explícita em nossos estudos, em Agato (estão as Virtudes e aquilo que nos é favorável) e em Kako (os vícios, ou o que é prejudicial, aquilo que nos é desfavorável ou discordante) . Você usa essa frase (Apo Pantos Kako Daimonos) quando dispersa fluídos negativos advindos de forças contrárias (entenda-se que um inimigo, pode ser gerador dessa força).

Nem sempre exorcizamos tudo que nos ataca. Muitas vezes assim como um Exu pode passar a integrar a corrente do médium, isto já aconteceu várias vezes ao nosso grupo; um demônio, ou até mesmo uma forma-pensamento pode ser assimilada em nossa estrutura anímica ou nossa egrégora, e depois passar a nos servir. Não baseamos o que acreditamos no que lemos.

Experimentamos, visualizamos, sentimos. Detestamos pensar que em conceitos do tipo, o bem e o mal, pois compreendemos serem a mesma coisa em essência. Mas, quando percebemos a presença de um demônio, percebemos sua energia, assim como um exu. São forças singulares. Existem espíritos e seres astrais de elevação diferentes. Eu chamaria mais de vibração. Sim vibrações e espíritos com densidades diferentes de energia existem de fato. Os de mais densa, propagam-se melhor digamos e agem com maior prontidão no plano físico. Essas diferenças de densidades cada um chame como quiser, anjos, orixás, demônios, exus, etc.

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