domingo, 29 de maio de 2011

Oração do Perdão

Senhor Deus, meu Criador,
Eu estou na Vossa Luz, Eu recebo a Vossa Energia e Sou parte Dela.
Eu Sou alegria e perdão!
Eu perdôo todas as pessoas, conhecidas e desconhecidas que, de alguma forma, durante a minha vida, me lesaram ou me fizeram sofrer.
Eu perdôo os que me feriram fisicamente, ou com palavras maldosas e atos perniciosos.
Eu perdôo os que dizem mal de mim e me prejudicam sem que eu saiba.
Eu perdôo os que comprometeram o meu trabalho e a minha missão.
Eu perdôo os que desprezaram meu interesse, o meu amor e a minha amizade.
Eu perdôo os que zombam de mim e da minha fé.
Eu perdôo meus antepassados por qualquer erro cometido.
Eu abençôo os meus ancestrais.
Eu perdôo os que me desviaram do caminho.

Finalmente, eu me perdôo por todas as faltas cometidas neste aprendizado que é a vida.
Eu perdôo a minha criança interior pela teimosia, pelas omissões.  
Eu me liberto de todas as culpas porque o Senhor me liberta e me dá a Sua Luz.

Amém. Graças a Deus!

Eu Sou....(diz o nome de quem ora)

E...Que o Amor Único de Deus, nos inspire a Alma sempre para o bem...

“Eu me perdôo e Deus me perdoa.
Eu perdôo a todos e todos me perdoam”.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Oração a Obaluaiê

Senhor de minhas chagas e de minhas curas.Senhor que abraça a vida e a terra.
orai por mim e por minha alma
abençoe a mim e à minha vida.

Senhor dos mortos e da vida.
Senhor dos sonhos e do destino.
Demande o tempo sobre meus amigos
Revele a cura de nossas feridas.

Senhor dos Senhores Ancestrais.
Senhor dos Senhores das lagrimas.
Acalmai os que choram, os que sofrem,
os que adoecem, os que imploram.

Senhor de minha vida, de minha esperança.
Senhor que sai da terra e tudo alcança.
Tenha piedade de mim.
Tenha piedade de nós.

Senhor do espelho que não vê.
Senhor do oculto e do saber.
Senhor dos animais e do amanhecer.
Nos conceda a cura para viver.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Oração a Santa Sarah Kali

Em Romanês:

Manglimos Katar e Santa Sara Kali Tu Ke San Pervo Icana Romli Anelumia Tu Ke Biladiato Le Gajie Anassogodi Guindiças Tu Ke daradiato Le Gajie, Tai Chudiato Anemaria Thie Meres Bi Paiesco Tai Bocotar Janes So Si e Dar, E Bock, Thai O Duck Ano Ilô Thiena Mekes Murre Dusmaia Thie Açal Mandar Thai Thie Bilavelma Thie Aves Murri Dukata Angral O Dhiel Thie Dhiesma Bar, Sastimôs Thai Thie Blagois Murrô Traio Thie Diel O Dhiel.

Tradução livre:
Tu que és a única Santa Cigana do Mundo. Tu que sofrestes todas as formas de humilhação e preconceitos. Tu que fostes amedrontada e jogada ao mar. Para que morresses de sede e de fome. Tu sabes o que é o medo, a fome, a mágoa e a dor no coração. Não permitas que meus inimigos zombem de mim ou me maltratem. Que Tu sejas minha advogada perante à Deus. Que Tu me concedas sorte, saúde e que abençoe a minha vida. AMÉM.

Outra Oração de Santa Sara Kali

Sara, Sara, Sara, fostes escrava de José de Arimatéia, no mar fostes abandonada ( pedir para que nada nos abandone: amor, saúde, felicidade, fé, amigos, dinheiro... ).

Teus milagres no mar se sucederam e como Santa te tornastes; à beira do mar chegastes e o ciganos te acolheram. Sara, Rainha, Mãe dos Ciganos, ajudaste e a ti eles consagraram como sua protetora e mãe vinda das águas. Sara, Mãe dos Aflitos, a ti imploro proteção para o meu corpo, luz para os meus olhos enxergarem até no escuro ( pedir forças para os seus olhos, vidência ), luz para o meu espírito e amor para todos os meus irmãos, brancos, negros, mulatos, enfim, a todos os que me cercam.

Aos pés de Maria Santíssima, tu, Sara, me colocarás e a todos que me cercam para que possamos vencer as agruras que a terra nos oferece.

Sara, Sara, Sara, não sentirei dores nem tremores, espíritos perdidos não me encontrarão e assim como conseguistes o milagre do mar, a todos que me desejarem mal, tu com as águas me fará vencer ( quando a pessoa não está bem e querendo resolver algo muito importante, nesse momento, beber três goles de água ).

Sara, Sara, Sara, não sentirei dores nem tremores e continuarei caminhando sem parar, assim como as caravanas passam, no meu interior tudo passará e a união comigo ficará; e sentirei o perfume das caravanas que passam deixando o rastro de alegria e felicidade. Teus ensinamentos deixarás!

Amai-nos Sara, para que eu possa ajudar a todos que me procurem, ajudados pelos poderes de nossos irmãos ciganos. Serei alegre e compreensiva(o) com todos os que me cercam.

Corre no Céu, corre na Terra, corre no Mundo e Sara, Sara, Sara, estará sempre na minha frente.

Assim como os ciganos pedem: Sara fique sempre na minha frente, sempre atrás, do lado esquerdo, do lado direito .

E assim dizemos: somos protegidos pelos ciganos e pela Sara que me ensinará a caminhar e a perdoar.

Reze três Ave-Marias: a 1ª para Santa Sara, a 2ª para os Ciganos e a 3ª para você.

Milagroso Canto à Santa Sara

Farol do meu caminho!
Facho de Luz!
Paz!
Manto Protetor! Suave conforto.
Amor!
Hino de Alegria! Abertura dos meus caminhos!
Harmonia!
Livra-me dos cortes. Afasta-me das perdas.
Dai-me a sorte!
Faz da minha vida um hino de alegria,
e aos seus pés me coloco,
minha Sara, minha Virgem Cigana.
Toma-me como oferenda
e me faz de flor profana
o mais puro lírio que orna e traz
bons presságios à Tenda.
Salve! Salve! Salve!

(Cigana Mirian Stanescom)

terça-feira, 24 de maio de 2011

24 de maio: Dia de Santa Sarah Kali

A Slava (comemoração) de Sara Kali acontece nos dia 24 e 25 de maio. A Cigana Escrava que Venceu os Mares com sua Fé e Virou Santa.
Conta a lenda que Maria Madalena, Maria Jacobé, Maria Salomé, José de Arimatéia e Trofino, junto com Sara, uma cigana escrava, foram atirados ao mar, numa barca sem remos e sem provisões. Desesperadas, as três Marias puseram-se a orar e a chorar. Aí então Sara retira o diklô (lenço) da cabeça, chama por Kristesko (Jesus Cristo) e promete que se todos se salvassem ela seria escrava de Jesus, e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito. Milagrosamente, a barca sem rumo e à mercê de todas as intempéries, atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Petit-Rhône, hoje a tão querida Saintes-Maries-de-La-Mer. Sara cumpriu a promessa até o final dos seus dias. Sua história e milagres a fez Padroeira Universal do Povo Cigano, sendo festejada todos os anos nos dias 24 e 25 de maio.

Segundo o livro oráculo (único escrito por uma verdadeira cigana) "Lilá Romai: Cartas Ciganas", escrito por Mirian Stanescon - Rorarni, princesa do clã Kalderash, deve ter nascido deste gesto de Sara Kali a tradição de toda mulher cigana casada usar um lenço que é a peça mais importante do seu vestuário: a prova disto é que quando se quer oferecer o mais belo presente a uma cigana se diz: "Dalto chucar diklô" (Te darei um bonito lenço). Além de trazer saúde e prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas por ajudá-las diante da dificuldade de engravidar. Muitas que não conseguiam ter filhos faziam promessas a ela, no sentido de que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, em Saintes-Maries-de-La-Mer no Sul da França, fariam uma noite de vigília e depositariam em seus pés como oferenda um Diklô, o mais bonito que encontrassem. E lá existem centenas de lenços, como prova que muitas ciganas receberam esta graça.

Para as mulheres ciganas, o milagre mais importante da vida é o da fertilidade porque não concebem suas vidas sem filhos. Quanto mais filhos a mulher cigana tiver, mais dotada de sorte ela é considerada pelo seu povo. A pior praga para uma cigana é desejar que ela não tenha filhos e a maior ofensa é chamá-la de DY CHUCÔ (ventre seco). Talvez seja este o motivo das mulheres ciganas terem desenvolvido a arte de simpatias e garrafadas milagrosas para fertilidade.

Considerada pela Igreja Católica como Santa de culto local , pois nunca passou pelos processo de canonização, Sara esta ligada à história das tradições cristãs da Idade Média e o assim chamado culto às virgens negras. Não se conhece a razão exata que levou os ciganos a eleger Santa Sara como sua padroeira, mas foi ela quem converteu os ciganos para o Cristianismo.

Ela é a mais venerada Santa para os ciganos e todo acampamento cigano conduz uma estátua da virgem negra depositada num altar de uma das tendas cercadas por velas, incenso, flores, frutas e alimentos. Contam as lendas que os restos mortais de Sara foi encontrados por um rei em 1448 e depositados na cripta da pequena Igreja de Saint-Michel em Saint Maries de La Mer.

Assim, todos os anos na madrugada de 24 de maio milhares de ciganos de quase todas as regiões da Europa, África, Oriente e dos quatro cantos do mundo, reunem-se na pequena igreja de Saint-Michel em louvor e homenagem a sua padroeira.

Outras versões são contadas, mas essa é a mais popular entre todas.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Povo Cigano: Uma breve dissertação sobre este surpreendente povo

Tudo que dissermos sobre os ciganos é baseado em conjecturas pois não se tem como fazer uma reconstituição histórica por falta de dados suficientes para garantir sua autenticidade.Sendo que os ciganos não possuem até hoje uma linguagem escrita fica impossível saber qual a verdadeira origem deste povo.Baseamos então em suposições e similaridades.
Supõe-se que eles tiveram seu berço na civilização da índia antiga,dois ou 3 milênios antes de Cristo.
Foi feito pelos estudiosos uma comparação do Sânscrito (que é o idioma da Índia –um dos mais antigos idiomas do mundo) e do idioma falado pelos ciganos e assim encontraram muitas palavras com o mesmo significado.
Outras observações foram feitas com relação ao tipo físico e cor de pele que tem semelhança entre os ciganos que são de tez morena e também os hindus, e assim como a forma de se vestirem , o gosto pelas roupas coloridas vistosas, além das crenças religiosas que fala sobre reencarnação e na existência de Deus Pai e Absoluto.
Para ambos os povos a religiosidade é de grande importância,conhecem e dão grande ênfase ao respeito às leis divinas , e a lei do karma .
Interessante também observar que os hindus veneram uma deusa de nome Kali,considerada mãe universal e que esta tem a tez negra , e os ciganos também possuem uma santa de tez negra conhecida por Santa Sara Kali, acreditando-se aí ter sido feito um paralelismo com a deusa hindu.
Outro ponto que nos chama a atenção é o gosto pela dança e pela música , e as vestes coloridas que tantos os ciganos usam com os hindus.
Bem contudo tudo que temos foi dito no início que são suposições e nada foi provado.
Num passado este povo buscou terras novas onde pudessem viver com liberdade., foi daí que se tornaram um povo nômade.Não se fixando na verdade em nenhum lugar.Contudo era importante para eles manter seus costumes , crenças e tradição vivas.Não se apegaram em lugar algum , sempre se mudando de um lugar para o outro.Foi assim que criaram as tendas ,suas moradias de tecido resistentes acampanhando-se onde desejavam e era possível.
Sendo nômades não possuem uma pátria ,são universais.Possuem um profundo sentido de união, viajam e vivem em grupos, em família.Possuidores de um grande companheirismo e profundo sentimento de solidariedade.Dentro do grupo em que vivem seguem regras e normas,para que possam conviver de uma forma harmoniosa.Sua cultura e tradição foram perpetuadas até os dias de hoje, mesmo sendo perseguidos , e difamados mantiveram suas regras e respeitam-na , e é isto que faz com que o grupo sobreviva, assim como sua cultura e tradição.
O idioma falado pelos ciganos é o ROMANÊ OU ROMANEZ ,que é uma linguagem própria e exclusiva.Sendo uma língua ágrafa não possui uma escrita e é passado oralmente de uma geração para a outra.E uma linguagem que não tem representação gráfica definida e não existe um dicionário da língua dos ciganos.Portanto tanto o idioma a sua cultura e tradição é transmitido oralmente.

O povo cigano se espalhou por todas as regiões do planeta,por longo período de existência muitos grupos se extinguiram naturalmente ou por força de guerras e lutas nos paises onde estiveram acampados , contudo novos grupos surgiram e estão entre eles os mais importantes como os Grupos Kalon, que são da Espanha e Portugal, o grupo Moldovano que originou da Rússia, os Hoharanó da Turquia, os grupos Kalderash e Matchuiya que são da Romênia da antiga Iugoslávia.
Os primeiros grupos ciganos chegaram ao Brasil em meados do século XVII e vieram de Portugal.
A família para os ciganos representa a unidade que se juntando a outras, forma um clã, que para ser respeitado como um todo deve ser respeitado suas unidades constituintes.


O comando da família é exercido pelo homem, que é o responsável pela família,pois ele é o líder e compete a ele a segurança e o sustento da família.O homem exerce as tarefas mais pesadas, e é ele quem resolve as situações mais difíceis.È respeitado pela mulher e os filhos, que são a ele inteiramente subordinados.Cabe ao homem resolver as pendências , o casamento dos filhos, e é quem decide o destino das viagens que devam fazer e para onde ir, alem de todos os assuntos que diz respeito ao clã .Geralmente os ciganos não vivem no concubinato , são casados ,unidos pelos laços matrimoniais.Já a esposa cigana está sempre pronta a servir o marido, a ela compete cuidar da casa dos filhos, educar e zelar pelos filhos além de cuidar dos sogros como se fossem seus pais. Ambos ,marido e mulher respeitam o lar como se fosse um ambiente sagrado .Evitam desavenças diante dos outros e tampouco diante dos filhos.
A mulher cigana significa o lado terno e espiritual dos lares ciganos, embora esteja em posição inferior ao homem é tratada com muito respeito por ser ela aquela que possui a maternidade.As meninas aprendem com a mãe a realizar as tarefas do lar, e ajuda a cuidar dos irmãos menores.Além de desempenhar tarefas de casa aprendem a dançar , a ler as cartas, e a ler as mãos , a executarem rituais e cerimônias , os preceitos religioso.
No momento de se casar é escolhido um marido para ela e feito um acordo entre eles e um dote deve se dado.Geralmente a moça cigana se casa jovem e devem ser virgens; caso aconteça uma experiência antes do casamento para eles constitui uma grande desgraça.
As vestimentas das ciganas são coloridas e longas mas sempre resguardando do corpo , nenhum decote ousado , saias rodadas, lenços na cabeça, xales, tudo muito colorido. As vestimentas representam um dos aspectos mais importantes dentro da cultura cigana. São atraentes e sedutoras.Possuidoras de grandes intuições usam seus dons de adivinhação,através das cartas e lendo as linhas das mãos e desta maneira ganham algum dinheiro .
Os homens ciganos no passado executavam profissões simples como ferreiros ,artesões, pequenos comerciantes , cavaleiros e também eram adestradores e comerciantes de cavalos .


Atualmente os ciganos trabalham dentro das artes como músicos, dançarinos, compositores ,artistas de teatro e cinema , dentro também do mundo dos circos, e nas bandas musicais.
A pessoa idosa para os ciganos merece a maior estima e é muito respeitado pois ele detém o conhecimento a sabedoria , a experiência de vida , portanto os seus conselhos são ouvidos pelos jovens e pelos adultos. São considerados os mais sábios.


As crianças ciganas vivem em total liberdade e contato com a natureza mas acompanham seus pais em todas as ocasiões de festividades e cerimônias assim como estão sempre boa parte do tempo com os mais velhos.São muito amadas e respeitadas,
Quando os ciganos se estabelecem por um longo período em um lugar as crianças freqüentam a escola por um curto tempo, o suficiente para aprender o básico como a língua do país, as operações matemáticas mais simples.
Quando um cigano ou uma cigana infringem as leis ,ele é julgado no Tribunal de Justiça Cigano ou o CRIS ROMANI, este tribunal é formados pelos ciganos idosos homens somente ou pelos mais velhos dos grupos.O CRIS ROMANI é totalmente falado em Romanê ,e não exime o réu ou a ré da justiça do país local caso o delito seja mais sério ou se enquadre nas leis universais, ou particulares do país onde estes estejam acampados.


A dança cigana é uma das mais vivas e exuberantes formas de expressão , é uma dança alegre e contagiante de muita vivacidade e acompanhada pela musica de seus instrumentos,assim como pelo bater de palmas e castanholas , além das batidas secas do pé no chão .Espantam qualquer negatividade.Dizem que os ciganos dançam com alma, ou seja com o sentimento.Não existe uma regra e nem uma coreografia propriamente dita.
Nas festas as ciganas usam suas melhores roupas além de suas jóias; Ao executarem os movimentos da dança se torna muito belo e cheio de graça.Este tipo de dança se assemelha muito com a dança árabe e hindu.Sempre usando muito as mãos e os braços e balançando-se da cintura pra cima.E é dançada pelo prazer nunca por obrigatoriedade.Com alegria nos olhos e sorriso nos lábios.
Se olharmos de uma forma mágica diríamos que a “Vida Cigana” é uma dança permanente!



Em homenagem do Cigano Yago´


*************************************
Biografia-CIGANOS –OS FILHOS MÁGICOS DA NATUREZA.
Editora Madras - Rosaly Mariza.

sábado, 21 de maio de 2011

Santa Sarah Kali e o povo cigano

O povo cigano é envolvido de mistérios. Da Lua Cheia, retira a magia; da dança e da música, toda a alegria; da natureza, a força e a energia. E para Santa Sara, ou Sarah Kali (pronuncia Kalí), ele volta sua fé, seus pedidos e seus agradecimentos.
A religiosidade faz parte da vida dos ciganos, desde o nascimento até a morte, e para poderem cultuar seus santos sem serem vítimas dos preconceitos dos não-ciganos, costumavam se converter à religião dominante do local em que se estabeleciam. Então, os grupos que foram para a Europa se declararam católicos e se ligaram a Santa Sara que tinha origens misteriosas e a pele morena, como eles.
Para desvendar um pouco do mistério que acompanha Santa Sara e descobrir porque ela é tão venerada pelos ciganos, é preciso voltar ao tempo. Ela é considerada uma santa católica, mas não passou pelos processos de canonização desta igreja. Também se liga a uma forte tradição européia medieval, o culto às virgens negras. Muitas santidades femininas, representadas por estátuas negras, foram adoradas durante toda a Idade Média. Durante a Santa Inquisição, os ciganos eram considerados bruxos e eram marginalizados pela igreja. Para que Santa Sara Kali fosse santificada pela igreja católica, foi preciso trocar sua origem cigana, para de escrava egípcia. Não se conhece a razão exata que levou os ciganos a eleger Santa Sara como sua padroeira.
Os dias 24 e 25 de maio são consagrados ao culto da Santa. Para os ciganos, a peregrinação festiva até Camargue, para a adoração da santa, é uma tradição sagrada e secular. Milhares de ciganos de quase todas as regiões da Europa, África, Oriente e dos quatro cantos do mundo, reúnem-se na pequena igreja de Saint-Michel em louvor e homenagem a Sara.
Uma semana antes da festa, numerosas clãs e grupos ciganos, vindos de todas as partes do mundo, chegam à região para a procissão. A figura da santa negra é transportada no andor pelas ruas da vila e a viagem termina nas águas do Mediterrâneo.
A passagem dos ciganos por aquela vila francesa não tem apenas um objetivo religioso. Durante cerca de uma semana os ciganos mostram o que a sua cultura tem de mais belo e tradicional, com os ciganos a encher as pequenas ruas de Saintes-Maries-de-la-Mer com a música e as danças tradicionais. Os terrenos em redor da vila são totalmente ocupados pelos acampamentos ciganos. Mas, salvo raras exceções, as carroças de tração animal do passado deram hoje lugar às cômodas "roulottes" (ou traillers), com televisão e parabólica puxadas pelos últimos modelos das mais conceituadas marcas automóveis. E todos os anos, no dia 24 de Maio, a história repete-se...

O Local da Peregrinação:
No sul da França, entre os rios Grand Rhône e Petit Rhône, situa-se a planície dos alagados de Camargue.
Camargue tornou-se célebre pelas festas que acontecem na cidade de LES-SAINTES-MARIES-DE-LA-MER, pacata vila com cerca de três mil habitantes, região de Provence no sul da França; pelo seu caráter religioso e peregrino. A serenidade da localidade é abalada com a chegada dos cerca de dez mil ciganos, que conseguem trazem a cor, o odor e o som característicos.


Histórias ou Lendas?
Segundo alguns historiadores, por volta dos anos 50 d.c, uma embarcação teria cruzado os mares a partir de terras Palestinas levando a bordo para fugir das perseguições de Roma aos primeiros cristãos, um grupo de personagens bíblicos: Maria Jacobina ou Jacobé, irmã de Maria, mãe de Jesus, Maria Salomé, mãe dos apóstolos Tiago e João, Maria Madalena, Marta, Lázaro, Maximiliano e Sara, uma negra serva das mulheres santas e aportado em uma pequena ilha situada em águas do Mediterrâneo. Milagrosamente, a barca sem rumo e à mercê de todas as intempéries, atravessou o oceano e aportou com todos salvos em Petit-Rhône, hoje a tão querida Saintes-Maries-de-La-Mer. Sara cumpriu a promessa até o final dos seus dias. Sara teria sido uma das primeiras convertidas ao cristianismo e morrido a serviço de suas companheiras de viagem.
Uma outra versão contada é que Sara era uma escrava egípcia de uma das três Marias, Madalena, Jacobé ou Salomé; e junto com José de Arimatéia, Trófimo e Lázaro foi colocada, pelos judeus, em uma barca sem remos e alimentos. Desesperadas, as três Marias puseram-se a orar e a chorar. Aí então Sara retira o diklô (lenço) da cabeça, chama por Kristesko (Jesus Cristo) e promete que se todos se salvassem ela seria escrava de Jesus, e jamais andaria com a cabeça descoberta em sinal de respeito (acredita-se que deste gesto de Sara Kali tenha nascido a tradição de toda mulher cigana casada usar um lenço que é a peça mais importante do seu vestuário: a prova disto é que quando se quer oferecer o mais belo presente a uma cigana se diz: Dalto chucar diklô (Te darei um bonito lenço)). Talvez por um milagre, ou por obra do destino, eles chegaram a salvo a uma praia próxima a Saintes Maries de La Mer. Depois de muitos dias, o barco foi resgatado por moradores de uma vila próxima aos arredores da costa marítima. Todos, por serem brancos, foram acolhidos, exceto Sara, por ser escrava (egípcia) e negra. Um grupo de ciganos a fez, pois estavam nas proximidades e presenciaram o fato. Sendo assim, passaram a cuidar de Sara, que, com sua morte, posteriormente, os mesmos passaram a recorrer com pedidos à mesma, por ter sido uma pessoa querida em vida, e esta, os atendeu em espírito, realizando milagres. A partir disso, Sara se tornou Mãe e Rainha dos Ciganos, honrando-os e protegendo-os. O surgimento de sua capela - foi criada após a sua morte. Quando veio à falecer, os Ciganos foram até a igreja da vila pedindo que seu funeral se realizasse na mesma. Devido ao preconceito, os católicos da época recusaram. A partir de então, foi feito uma espécie de gruta/igreja para Sara, visitada até os dias de hoje. Quando em 1935 a Igreja tirou Sarah de sua Cripta, muitos ciganos se aplicaram à prova do punhal (punhal avermelhado no fogo sobre a veia do pulso). Diz-se que o Sol queimou o olhar de Sarah.
Quando o número de ciganos aumentou, a Cripta não deu para todos, e foi feito um acordo entre um gadjo chamado "Marquês de Baroncelli" e um cigano chamado "Cocou Baptista", um chefe cigano muito influente. Até um certo tempo o acordo foi cumprido, mas os seus sucessores não levaram o trato a diante. Este chefe cigano foi usado, simplesmente um instrumento do gadjo, ele foi renegado e expulso pelo povo cigano.
Os ciganos de origem Calon, com o passar dos anos, alteraram algumas palavras da língua regional do povo cigano. Devido a estas alterações, houve algumas modificações idiomáticas no significado das palavras. Entre elas, podemos citar a palavra Kalin, que em Calon representa a palavra "cigana". Já para os ciganos que ainda preservam a língua regional, Kali representa negra. Há algum tempo, existe esta confusão idiomática, envolvendo a cor da pele da Santa.Para os Calons, seria Santa Sara Kalín (a cigana) e não Santa Sara - a negra. Paralelamente, a história de Sarah chegou à Índia, onde os ciganos a associaram à deusa Kali, negra, poderosa, transformadora.
Outra versão conta que Sara era moradora de Camargue e teve piedade das Marias, resolvendo ajudá-las. Também dizem que ela era uma rainha das terras de Camargue ou uma sacerdotisa do antigo culto celta ao deus Mitra. Uma das explicações para estas histórias é que em Camargue existiram várias colônias de antigas civilizações, como a egípcia, a cretense, a fenícia e a grega. Por isso, muitos poetas e menestréis contaram a história de Sara, de acordo com o que ouviram de seu povo, e assim, o mito em torno dessa poderosa santa foi difundido pelo mundo e ela continua, até hoje, a ser adorada entre as comunidades ciganas. Nos dias atuais, a santa padroeira dos ciganos é comemorada com muitos rituais e tradições por mais de 15 milhões de ciganos espalhados em diferentes pontos da Europa, Ásia, África, Austrália e Nova Zelândia.
Para preservar a história original de Santa Sara Kali, é necessário lembrar que a igreja católica santificou-a como SANTA e, que é dessa forma que o povo cigano a cultua (e não em rituais).
Aqui no Brasil, Santa Sara divide a preferência dos ciganos brasileiros com Nossa Senhora Aparecida e São Jorge Guerreiro. Os ciganos brasileiros adoram Nossa Senhora de Aparecida, talvez por causa de sua cor, e muitos a equiparam à Santa Sara Kali. Se não têm a imagem dela, por ser difícil encontrá-la, por certo possui em sua Thiera (barraca) ou casa uma imagem de Nossa Senhora de Aparecida. Às vezes têm as duas.
Certo é que ela é a mais venerada Santa para os ciganos e todo acampamento cigano conduz uma estátua da virgem negra depositada num altar de uma das tendas cercadas por velas, incenso, flores, frutas e alimentos.

Atualmente, as relíquias da Santas: Sara, Maria Jacobé e Maria Salomé, encontram-se na capela alta da Igreja de SAINTES-MARIES-DE-LA-MER; uma construção erguida desde o século IX, no antigo local do oratório dos discípulos. Contam-se as lendas que os restos mortais de Sara foram encontrados por um rei em 1448 e depositados na cripta da pequena Igreja de Saint-Michel.
No local são cumpridas promessas, feitas à Santa Sara Kali. Milhares de velas acesas são oferecidas à Santa. Em conseqüência disto, o calor torna-se intenso, não sendo possível às pessoas permanecerem muito tempo no local. Dizem até que o gás carbônico liberado pela queima das velas tornou a imagem da Santa Sara Kali escura, havendo até uma modificação na crença da cor da pele da Santa.
Além de trazer saúde e prosperidade, Sara Kali é cultuada também pelas ciganas por ajudá-las diante da dificuldade de engravidar. Para as mulheres ciganas, o milagre mais importante da vida é o da fertilidade porque não concebem suas vidas sem filhos. Quanto mais filhos a mulher cigana tiver, mais dotada de sorte ela é considerada pelo seu povo. A pior praga para uma cigana é desejar que ela não tenha filhos e a maior ofensa é chamá-la de DY CHUCÔ (ventre seco). Talvez seja este o motivo das mulheres ciganas terem desenvolvido a arte de simpatias e garrafadas milagrosas para fertilidade.
Muitas que não conseguiam ter filhos faziam promessas a ela, no sentido de que, se concebessem, iriam à cripta da Santa, fariam uma noite de vigília e depositariam em seus pés como oferenda um diklô (lenço), o mais bonito que encontrassem. E lá existem centenas de lenços, como prova que muitas ciganas receberam esta graça.
As mulheres ciganas também confeccionam saias, com as quais vestem a imagem da Santa.
A proteção de Sarah confere às pessoas emanações sempre benéficas que representam simbolicamente o ventre da sua mãe, seu sorriso, a irmã e a rainha: a "phuri dai" secreta dos Roms. Dizem que a pessoa de bom coração consegue ver o sorriso na estátua de Santa Sara. Verá que tanto seu sorriso como o dela estarão diferentes. Para os ciganos a estátua de Sara está carregada. Nela se condensam as energias sutis de muitas gerações de ciganos feiticeiros. Ela sempre atende a todos, principalmente às pessoas que têm a intuição mais desenvolvida e usam os oráculos como forma de divinação.
É de costume festejar as slavas (promessas ou comemorações em homenagem a algum santo). A Slava de Sara Kali é nos dias 24 e 25 de maio. A Slava de Nossa Senhora de Aparecida coincide com a comemoração dos gadjés, a 12 de outubro. Na Slava, é oferecido um banquete ao santo homenageado, onde é colocado o Santo do Dia no centro da mesa, em lugar de destaque e junto a Ele, um manrô (pão) redondo, que é furado no meio e onde coloca-se um punhado de sal junto com a vela. Esse pão é posto em uma bandeja cheia de arroz cru, para chamar saúde e prosperidade e, ao término do almoço, ele é dividido entre os convidados pelos donos da casa, junto com essas palavras de bençãos:

THIE AVÊS THIAILÔ LOM, MANRÔ TAI SUNKAI
(Que você seja abençoado com o sal, com o pão e com ouro).

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Roda Cigana

Uma canção triste.
Assim começa a música cigana, como um lamento pelas injustiças sofridas por seus antepassados.
Não demora muito e a melodia ganha um ritmo alegre, anunciando que as dificuldaes poderão ser vencidas.

Nesse momento de descontração as mulheres ganham um destaque especial.É na roda, geralmente ao redor de uma fogueira, que ela podem conquistar a liberdade, mesmo que por poucos minutos.
Já que os homens quase sempre apenas batem os pés e estalam os dedos.

Para demonstrar alegria, as ciganas giram, lançam olhares maliciosos e deixam os braços soltos.
Para seduzir, o corpo faz um balanço para frente e para trás, com um leve gingado de quadris.
Povo Cigano


terça-feira, 17 de maio de 2011

A fé cigana

Os ciganos não possuem pajés ou curandeiros, ou ainda um feiticeiro em particular, pois cada cigano e cigana tem seus talentos para a magia, possui dons místicos, sendo portanto um feiticeiro em si mesmo. Todo povo cigano se considera portador de virtudes doadas por Deus como patrimônio de berço, cabendo à cada um desenvolver e aprimorar seus dons divinos da melhor e mais adequada maneira.
Existem autores que citam que cada grupo cigano tem seu feiticeiro particular denominado kakú, porém isso pode variar de clã para clã, para alguns essa palavra significa apenas tio.

O ciganos não são politeístas. Adoram e veneram um só Deus, mas tais como vários povos viveram e vivem em estreito contato com a natureza, vêem as naturais manifestações desta como divindades. Assimilam dos astros do céu, abençoam e pedem bençãos à chuva, as águas dos rios, cachoeiras, às árvores das matas, respeitando os trovões, a força devastadora dos raios e o fogo, que aquece, protege e purifica. Admiram os pássaros, as flores, os animais, toda a forma de vida que brota da natureza, pois entendem que todas são maneiras de Deus se revelar aos homens, sendo tratados portanto com carinho e respeito. Eles compreendem que o ar é energia vital, o elemento vivificante da vida e oram para que as ventanias, tufões e vendavais não destruam seus acampamentos e seus lares (tendas).

O povo Cigano é místico por essência e trazem latente na alma a religiosidade e o amor pelas divindades e, dentro de seu mundo espiritual, mantém seu equilíbrio e harmonia cultuando a grande Kali. Santa Sara Kali é tida como a santa do povo cigano. Hoje mais do que nunca, devido a cultura dos ciganos entrar em quase todos os países, os não ciganos passaram a conhecer e venerar o culto a Santa Sara.

Santa Sara Kali, esta presente em toda tenda cigana, com sua tradicional veste azul-céu e o rosto negro. A lenda nos conta que os inimigos do Nazareno , que naquela época não eram poucos, condenaram por diversas artimanhas as três Marias. Maria Madelena, Maria Jacobé (mãe do Tiago menor) e Maria Salomé (mãe de São João). Elas deveriam ser jogadas ao mar, numa barca sem remos ou previsões, acompanhadas tão somente de uma das escravas de José de Arimatéia, Sara a Kali ( Kali em romanês, quer dizer negra).

Esse barco teria miraculosamente apostado numa praia próxima a foz do RIO PETIT-RHÔNE, onde hoje se encontra a igreja de SAINTES-MAIES-DE-LA-MER ( Santa Marias Vindas do Mar), um lugar de peregrinação e de culto para Santa Sara Kali, que foi quem converteu os ciganos para o Cristianismo.

Das Marias, a história não guarda vestígios ou mesmo seus destinos, mas quanto a Sara, dizem que ela foi cuidada pelo povo cigano e o ajudou a tornar-se unido e a desenvolver-se como povo e como cultura.

domingo, 15 de maio de 2011

Origem do povo cigano

Feiticeiros, andarilhos, artistas... Quem são os ciganos? Qual é a sua origem? Para onde caminham?

Muitos talvez nem imaginam que esse povo começou a imigrar da Índia por volta do século 16 a.c. mas, como uma cultura em constante fuga ao controle da história, existem mais versões do que fatos concretos. É certo que eles passaram pelo Egito, Grécia, Irã, Ásia Ocidental, Romênia, e já no século 15 podiam ser encontrados por toda a Europa. Perseguidos, excomungados, tachados de bruxos ou odiados pela sociedade que não conseguiam submetê-los, os ciganos sobreviveram graças as força da sua alma indomável. Força essa que não lhes faltava nem a beira da morte, quando aguardavam o extermínio com palmas e cantos.

Os ciganos chegaram ao Brasil no século XVII, como degredados ou enviados de Portugal para trabalhar como ferreiros e ferramenteiros. Os do grupo Kalon, foram os primeiros a chegar e marcaram a sua presença fortemente nesta terra. Eles eram católicos, mas conheciam os mistérios da Mãe Natureza e sabiam que os queridos ancestrais, podiam se comunicar, apesar de habitarem outros mundos.

Hoje se estima cerca de 150 mil ciganos espalhados pelo nosso país. Dizemos que são os nômades, justamente por ser os mais perceptíveis. Mas, se fôssemos considerar os criptociganos ( os ciganos ocultos, os não assumidos), esse número triplicaria. Então seria quase que meio milhão de ciganos no Brasil.

Apesar de não terem uma pátria, eles formam uma etnia, pois têm uma unidade lingüística o romanês, que é a língua do povo. O cigano possui a pátria dentro de si mesmo. A sua pátria é onde ele está, o que é muito difícil de ser entendido pelos gadje (não ciganos).

sexta-feira, 13 de maio de 2011

As sete lágrimas de Pai Preto

Nesta Sexta dia 13 de maio de 2011, comemoramos o Dia de Nossos Pretos Velhos,


As Sete Lágrimas de Pai Preto

Num cantinho de um terreiro, sentado num banquinho, fumando seu cachimbo, um triste preto velho chorava. De seus “olhos” molhados, esquisitas lágrimas pelas faces e seis porque contei – as… Foram sete. Na incontida vontade de saber aproximei – me e o interroguei: fala meu preto velho, diz ao teu filho por que externas assim um tão visível dor? E ele suavemente respondeu: estás vendo esta multidão que entra e sai? As lagrimas contadas estão distribuída a cada uma delas.

·       A PRIMEIRA, eu dei a estes indiferentes que aqui vem à busca de distração, para saírem ironizando aquilo que suas mentes ofuscadas não podem conceber…

 ·       A SEGUNDA , a esses eternos duvidosos que acreditam , desacreditando, na expectativa de um milagre que os façam alcançar aquilo que seus próprios merecimentos negam.

 ·       A TERCEIRA, distribui aos maus, aqueles que somente procuram a umbanda, em busca de vingança, desejando sempre prejudica a um seu semelhante.

 ·       A QUARTA, aos frios e calculistas que sabem que existe uma força espiritual e procuram beneficiar – se dela de qualquer forma e não conhecem a palavra gratidão.

 ·       A QUINTA, chega suave, tem o riso, o elogio da flor dos lábios, mas se olharem bem o seu semblante, verão escrito: creio no umbanda, nos teus caboclos e no teu zambi, mas somente se vencerem o meu caso, ou me curarem disso ou daquilo.

 ·       A SEXTA, eu dei aos fúteis que vão de centro em centro não acreditando em nada, buscam aconchegos e conchavos e seus olhos revelam um interesse diferente.

 ·       A SETIMA, filho, nota como foi grande e como deslizou pesada? Foi a ultima, aquele que vive nos “olhos” de todos os orixás. Fiz doação dessas aos médiuns vaidosos que só aparecem no centro em dia de festa e faltam as doutrinas. Esquecem que existem tantos irmãos precisando de caridade e tantas criancinhas precisando de amparo materno e espiritual



Assim, filho meu, foi para esses todos, que vistes cair, uma a uma. As sete
Lágrimas de um preto velho.

Autor Desconhecido,

Livro Umbanda de Todos Nós.
W.W.da Matta e Silva (Mestre Yapacany)

Cigano Rodrigo

Este cigano é natural da Hungria, de familia Louvara. Desde a mais tenra idade já conseguia influenciar as pessoas, atraves de suas colocações, da sua forma de pontuar a hora certa. Rodrigo, bem jovem já tinha aprovação dos Barôs, para no futuro tambem ser um. Aconselhador, prima pela justiça sem impor glata, impoe sim, respeito e argumentação convincente que faz com que o caminho seja tomado após analise de todos os angulos da questao. Sempre foi um cigano em querido e com uma ligação muito forte com os elementais do ar. Os ventos vinham lhe contar o que estava acontecendo e mesmo estando na posição de kaku, nem sempre dizia tudo o que sabia.
Estava com 29 anos, sempre adorado e bem querido pelas pessoas, principalmente pelas mulheres, se envolveu com uma cigana rudari. Esta lhe enredou, atraves dos sentimentos, da magia e da conversa. Ela dizia estar muito apaixonada, e apesar de ter a mesma idade que ele, era muito mais experta. Viúva, havia voltado a conviver com sua propria familia, que de certa forma a rechaçava. Rodrigo achava uma injustiça, mas nunca emitiu uma opiniao mais vigorosa. Deixava-se se queixar, a ouvia e confortava em seus braços. Ele sempre tinha uma sensação de que ela lhe escondia algo, mas passando por cima do amor que acreditava sentir, não dava credito a seu coração, a sua intuição. Um dia necessitou viajar e deixou sua amada que já estava morando com ele, para aconselhar um cla longe que estava com serios problemas de relacionamento. Ao voltar, ela o recebeu igual, com todo ardor.

Mas muitas coisas haviam mudado. Sua familia não só a rechaçava, como a condenava, e procurava Rodrigo para aconselhar que ele a deixasse. Ela no entanto sempre conseguia evitar que isto acontecesse. Chorava, chantageava, fazia tudo para que isso não ocorre-se. Nas primeiras semanas, Rodrigo aceitou, mas depois alegando viagem, foi ao encontro dos que queriam lhe falar. Logo ficou sabendo que ela mantinha o relacionamento com ele para ter um alibi. Ela mantinha um romance com o marido de sua irma. Rodrigo ficou chocado, chateado, mas não saiu do seu eixo. Ao chegar em casa conversou com ela, e o fato dela reagir aos gritos, fez com que ele soubesse o carater que ela tinha. Depois deste relacionamento, ele ficou muito decepcionado com as pessoas em geral. Mas o amor ao que é justo falava mais alto no seu coração e na sua consciencia. Deste forma, ele amadureceu muito e passou ainda mais a aconselhar, principalmente para que as pessoas não saiam do seu eixo.

Para este cigano, o importante é que se de o valor devido a cada situação, não guarde magoas, e ensine sempre, pois aquele que não valoriza os ensinamentos da vida, é incapaz de resolver positivamente e justamente as questoes que se apresentam ao longo de nossa existencia. O Cigano Rodrigo, quando presente em forma de energia, sente-se um conforto mesmo que estejamos diante de problemas mais graves. Ele quando incorporado, nota-se no medium uma juventude que contrasta com as sabias palavras que ele distribui, enquanto recebe as pessoas com carinho. Mas não se engane, porque Rodrigo prima pelo que é justo, analisando bem todos os lados da mesma questao. Ele trabalha com oraculos tradicionais, mas no entanto prediz, observando o jeito da pessoa se portar.

Dando conselhos inusitados, sendo capaz de entender a todos sem distinção. Ama o violino cigano, os cigarros finos, os cristais (com os quais faz muitas magias), os incensos e as velas coloridas. Quem se consulta com este cigano sai surpreso, pois ele não se espanta com nada. Seu ditado favorito é: “Ir ao chao é ruim, mas sempre servirá para mostrar, que la não é o seu lugar!”
 

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Osho: O guru dos novos tempos

por Texto Bianca Nunes
No fim dos anos 50, um professor de filosofia chamava atenção na Universidade de Jabalpur, na Índia. As aulas do barbudo de gorro e óculos escuros, sempre lotadas, eram as únicas em que homens e mulheres podiam sentar-se juntos e debater livremente – apenas mais uma das controvérsias do homem que se definiu como “um místico espiritualmente incorreto”. Chandra Mohan Jain, ou simplesmente Osho, causava polêmica principalmente com seus ataques às religiões tradicionais. Pregando a busca da liberdade através da meditação, ele conquistou uma geração de pessoas que buscava a espiritualidade sem ter de se comprometer com antigas crenças. Mas o movimento que ele criou assumiu todos os contornos de uma nova religião, como a busca pelo divino, seguidores, rituais, doutrinas e até mesmo escrituras – mais de 600 livros que são best sellers internacionais, traduzidos em 55 idiomas.
“Não existe homem mais cabeça-dura que o papa, o Polaco”, disse sobre João Paulo 2º durante uma entrevista de 1985, publicada em 6 volumes no livro O Último Testamento. O Polaco, como sempre chamava o então chefe da Igreja Católica, era um dos alvos favoritos de Osho: “O mundo está superpovoado e ele continua pregando contra o controle de natalidade, a pílula e o aborto”. Seus livros, editados a partir de palestras e entrevistas, oferecem novas interpretações de livros sagrados, líderes religiosos e sistemas políticos. O objetivo era discutir a importância da liberdade, do autoconhecimento e da relação do homem com ele mesmo e com o planeta – a busca por um novo homem.
“A abordagem de Osho traz elementos religiosos, especialmente no sentido de que o ser humano tem a capacidade de se iluminar e pode desenvolver seu potencial inerente”, explica o professor de teologia da PUC-SP Frank Usarski. Esse potencial seria desenvolvido pela meditação, mas não com os métodos desenvolvidos há séculos pelos orientais, que segundo ele não surtem efeito no homem moderno e num mundo extremamente consumista e dinâmico. Seria preciso algo mais agressivo para nos tirar do estado “vicioso” em que estamos. Para isso, Osho desenvolveu técnicas, como a meditação dinâmica, e reformulou outras. “O objetivo é a libertação do ser humano por práticas diversas das quais Osho se apropriou, de tradições religiosas como o zen-budismo, o tantrismo e o sufismo”, diz Usarski.
Segundo a autobiografia de Osho, sua trajetória espiritual começou de maneira semelhante à de antigos profetas, aos 21 anos, com uma revelação. Ele conta que numa noite de março de 1953 foi acordado por uma energia forte em seu quarto, correu para o jardim onde meditava e viu tudo iluminado. Ficou 3 horas em estado contemplativo – “chapadão”, como definiu – e 7 dias sem falar. “Dias se passavam e eu não sentia fome, não sentia sede. Desde aquela noite, nunca mais estive em meu corpo.” A luz trouxe a percepção de que não há nada a ser obtido, pois o ser humano já é perfeito.

Da filosofia à religião
Formado em filosofia, Osho passou a dar aulas e a reunir nas universidades seus primeiros discípulos. A quantidade de pessoas que o buscavam era tão grande que em 1962 ele abriu um centro de meditação e começou a fazer inúmeras viagens para palestras ao redor da Índia. Em 1964, suas palavras foram publicadas pela primeira vez em livro, sob o título O Caminho Perfeito. Foi a primeira das muitas obras que fizeram o sucesso do movimento. Dois anos depois, Osho abandonaria sua atividade acadêmica para dedicar-se exclusivamente à vocação de guru e passou a organizar acampamentos de meditação na zona rural do país.
Nos anos 70, Osho já tinha uma pequena multidão de seguidores e o movimento começou a ganhar as feições de uma religião. Em 1970, num campo de meditação, ele fez a iniciação formal do primeiro de seus discípulos – ou neosanias. Em 1971, ele mesmo mudaria seu nome para Bhagwan Shree Rajneesh – ou “Rajneesh, o senhor abençoado”, em sânscrito – deixando clara sua ligação divina. Os neosanias adotaram rituais como vestir roupas vermelho-alaranjadas, um colar de 108 contas e um medalhão com a imagem do líder. Além disso, cada novo discípulo era rebatizado pelo mestre para caracterizar a adesão. Afinal, Osho e seus seguidores mudaram-se para uma comunidade no parque Koregaon, em Puna, Índia, que se tornou um resort de meditação. Segundo Usarski, mais uma característica de um movimento religioso. “Religiões integram socialmente, já que membros de uma comunidade religiosa compartilham a mesma cosmovisão, têm valores comuns e praticam sua fé em grupo.”
Em Puna, Osho aplicava métodos terapêuticos em workshops e dava palestras diariamente. De manhã, comentava os ensinamentos de tradições religiosas, como o budismo, o sufismo e o cristianismo. À tarde, respondia perguntas sobre temas como amor, ciúme e meditação. Num mês, falava em hindi, no outro, em inglês. Cada série de 10 dias foi publicada em forma de livro, compondo mais de 240 obras em 7 anos. Na época, Osho já tinha cerca de 400 livros publicados, somando um volume de texto maior que o da Bíblia ou do Alcorão. Em 1976, o complexo de Puna ganhou um edifício dedicado exclusivamente à produção editorial do guru. Os livros levavam a palavra de Osho para o mundo inteiro e atraíam cada vez mais gente para conhecer de perto seu movimento. No fim dos anos 70, o centro recebia cerca de 100 mil pessoas por ano. E cada vez mais ocidentais eram conquistados pela idéia de renunciar às repressões impostas por religiões, educação, governos e outras tradições, sem ter de abrir mão do mundo material.

A conquista da américa
O interesse de estrangeiros fez o movimento buscar uma base fora da Índia e em 1981 Osho e seus seguidores mais próximos mudaram-se para um terreno 150 vezes maior que o Parque do Ibirapuera, no deserto de Oregon, nos EUA, dando um passo importante para internacionalizar o movimento. “Queríamos construir um lugar para vivermos o novo homem. Um centro terapêutico, um resort, uma comunidade, um clube de meditação enorme”, conta A. Racily, brasileira membro da Osho International, que morou com o guru em Rajneeshpuram, como foi chamada a comunidade.
Por não condenar a riqueza, o movimento atraiu a atenção de milionários. E começaram as polêmicas que marcariam aquela temporada. Osho ficou famoso por sua coleção de 93 Rolls-Royces. Segundo Racily, os carros foram doados por discípulos ricos para ajudar a construir a cidade. “Sem bens, não podíamos pegar empréstimos. Os carros foram hipotecados para comprarmos material de construção.” Seu liberalismo em relação ao sexo (veja ao lado) também criou repúdio. Ainda havia uma agravante: “Nós andávamos de vermelho. E naquela época vermelho era coisa de comunista”, diz Racily. Rajneeshpuram começou a sofrer boicotes da comunidade local. Alvarás foram negados e o visto de residente de Osho foi negado. Em 1985, acusado de violar a lei de imigração, passou 6 dias preso e foi libertado sob fiança de US$ 400 mil e a promessa de deixar o país.
Pessoalmente, a temporada americana foi ruim para Osho, que em seguida teve visto negado em 21 países e foi obrigado a voltar à Índia. A perseguição, no entanto, teve muita repercussão na mídia. O que, de forma contemporânea, teve um efeito semelhante às perseguições sofridas por profetas da Antiguidade, como Moisés, Jesus e Maomé, ajudando a fortalecer a adesão dos fiéis ao movimento e a popularizá-lo entre os demais. Antes de morrer, em 1990, o guru mudaria de nome uma última vez, para o definitivo Osho – sinônimo de “oceânico”. Aliás, a placa sobre suas cinzas diz que ele “nunca nasceu, nunca morreu. Apenas habitou este planeta Terra entre 1931 e 1990”. Sua palavra, com certeza, está bastante viva. Segundo Klaus Steege, presidente da Osho International em Nova York, ainda há palestras não traduzidas do híndi para o inglês – o que significa que mais livros serão publicados. E como era de esperar de um guru moderno, os livros não são mais o principal veículo da palavra de Osho. “O grande projeto agora são os dvds com técnicas de meditação e os livros com cds.”

Fonte: http://super.abril.com.br/religiao/osho-guru-novos-tempos-447682.shtml

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O que é Reiki?

Reiki é a antiga arte de cura pela imposição das mãos. Redescoberta no Japão, no século XIX, pelo Dr. Mikao Usui, um monge cristão de origem japonesa. A tradição Reiki, porém, já era mencionada em sânscrito pelos antigos sutras da Índia, há mais de 2.500 anos.
Reiki é uma palavra japonesa que significa "Energia da Vida Universal". O espaço que nos envolve. O Universo vive impregnado de energia infinita e inesgotável. É esta energia, primordial e criativa, que nos mantém vivos.

O Reiki constitui, portanto, esta energia de cura natural, que passa a fluir de forma poderosa e concentrada pelas mãos do canal Reiki.

É bem simples se tornar um Reiki. Basta receber as iniciações e a transferência de energia de um Mestre Reiki autorizado. Todo o mundo sente como é fácil "reaprender" a usar esta energia, inclusive as crianças. Como se trata da Energia Divina, ela pertence a todos que estão dispostos a aceitar o "presente das mãos que curam".

Na verdade, todos nascemos com esta Energia de Vida Universal, cujo canal, no entanto, no decorrer da vida, começa a ficar bloqueado.

Rei significa "Energia Universal da Vida"

Ki também é a nossa própria energia vital, que flui através de tudo aquilo que vive.

Ki é conhecido pelos Cristãos como Luz, pelos hindus como Prana, pelos kahunas como Mana e pelos chineses como Chi. É também chamada energia vital, Bioenergia ou de Energia Cósmica. No sistema Usui de Reiki, a energia curativa é conduzida pela imposição das mãos de forma espontânea e descontraída. A imposição é realizada no próprio corpo ou em algum outro ser vivo.

A intensidade da energia transmitida varia de acordo com as necessidades daquele que a recebe. A energia Reiki atravessa toda e qualquer matéria, assim como tecidos, gesso, curativos, metais, etc...

O Terapeuta, servindo como canal, funciona como um transmissor de energia. Nada é retirado de sua energia pessoal. Pelo contrário, ao servir como canal, o Terapeuta também acaba sendo beneficiado e recarregado pela energia cósmica.

Na realidade, quando concedemos Reiki, somos bem mais que um mero canal. Nesta hora, "somos Reiki, somos a energia universal da vida". É o "Deus em nós" que realiza a verdadeira obra. Tanto o doador de energia quanto o receptor experimentam, durante o tratamento, a sensação de auto-cura. Qualquer pessoa que deseja a cura para si ou ofertá-la a outros, pode se tornar um canal de Reiki.

O Reiki não segue qualquer religião ou prática meditativa em particular, porém, fortalece a visão universal daqueles que o praticam.

A técnica do Reiki pode complementar tratamentos médicos como, por exemplo, massagens, acupressura, acupuntura, massagem reflexiva nos pés, quiropática, terapias respiratórias, drenagem linfática, psicoterapias, etc... Funciona bem em todo e qualquer lugar em que se realize com as mãos, já que as "mãos de Reiki" conseguem irradiar em todo lugar e a qualquer momento, enviando sempre energia curativa.

Assim, o Reiki constitui uma grande ajuda para todos os que se dedicam às profissões de cura, como médicos alopatas, médicos naturalistas, enfermeiros, acompanhantes de enfermos, massagistas, enfim, toda e qualquer pessoa que se dedique a curar outras pessoas.

Reiki ajuda a equilibrar o corpo e a mente e atua em todos os níveis: Físico, emocional, mental e espiritual. O Reiki incentiva a auto-cura, fortalece o corpo e o espírito, libera bloqueios, desintoxica, equilibra os chakras (centro de energia), harmoniza o indivíduo e não cessa nunca de fluir, em quantidades ilimitadas. Por meio do uso de Reiki a pessoa se transforma e experimenta um grande crescimento espiritual. Reiki representa a Graça Divina e constitui um presente sem limites.

A OMS (Organização Mundial da Saúde), através do Decreto "Alma Ata" de 1962, criando a "The Open International University for Complementary Medicine", que estuda a medicina alternativa, reconheceu o Reiki como prática terapêutica alternativa válida.


A base de todas as religiões é cultural e antropológica. O Reiki, por trabalhar com a Energial Vital, que é natural e inerente a todo ser vivo, independente de religião ou crença.

Uma planta, um animal, os elementos água, terra, fogo e ar, a matéria e o éter, enfim, tudo que nos cerca e nos alimenta possui energia. Podemos aplicar o Reiki em todos, seja para cura e harmonia das pessoas, animais e plantas ou o meio físico em que vivemos. Porém, Reiki não é religião, e sim, uma forma de nos conduzirmos e conduzir melhor as energias que nos cercam.

domingo, 8 de maio de 2011

A lucidez do Pastor

DEUS NÃO SE DISCUTE, SE AMA .

 

O jovem Pastor Ed René Kivitz lançando um de seus livros:

Parece mentira, mas foi verdade. No dia 1°/abr/2010, o elenco do Santos, atual campeão paulista de futebol,  foi a uma instituição que abriga trinta e quatro pessoas. O objetivo era distribuir ovos de Páscoa para crianças e adolescentes, a maioria com paralisia cerebral.

Ocorreu que boa parte dos atletas não saiu do ônibus que os levou.
Entre estes, Robinho (26a), Neymar (18a), Ganso (21a), Fábio Costa (32a), Durval (29a), Léo (24a), Marquinhos (28a) e André (19a) todos ídolos super-aguardados.

O motivo teria sido religioso: a instituição era o Lar Espírita Mensageiros da Luz, de Santos-SP, cujo lema é Assistência à Paralisia Cerebral

Visivelmente constrangido, o técnico Dorival Jr. tentou convencer o grupo a participar da ação de caridade. Posteriormente, o Santos informou que os jogadores não entraram no local simplesmente porque não quiseram.

Dentro da instituição, os outros jogadores participaram da doação dos 600 ovos, entre eles, Felipe (22a), Edu Dracena (29a), Arouca (23a), Pará (24a) e Wesley (22a), que conversaram e brincaram com as crianças.

Eis que o escritor, conferencista e Pastor (com P maiúsculo) ED RENÉ KIVITZ, da Igreja Batista de Água Branca (São Paulo), fez uma análise sobre o ocorrido e escreveu o texto No Brasil, Futebol é Religião, que abaixo tenho o prazer de compartilhar.
____________ _________ _________ _________
No Brasil, futebol é religião, por Ed Rene Kivitz

Os meninos da Vila pisaram na bola. Mas prefiro sair em sua defesa.
Eles não erraram sozinhos. Fizeram a cabeça deles. O mundo religioso é mestre em fazer a cabeça dos outros. Por isso, cada vez mais me convenço que o Cristianismo implica a superação da religião, e cada vez mais me dedico a pensar nas categorias da espiritualidade, em detrimento das categorias da religião.

A religião está baseada nos ritos, dogmas e credos, tabus e códigos morais de cada tradição de fé.
A espiritualidade está fundamentada nos conteúdos universais de todas e cada uma das tradições de fé.

Quando você começa a discutir quem vai para céu e quem vai para o inferno; ou se Deus é a favor ou contra à prática do homossexualismo; ou mesmo se você tem que subir uma escada de joelhos ou dar o dízimo na igreja para alcançar o favor de Deus, você está discutindo religião. Quando você começa a discutir se o correto é a reencarnação ou a ressurreição, a teoria de Darwin ou a narrativa do Gênesis, e se o livro certo é a Bíblia ou o Corão, você está discutindo religião. Quando você fica perguntando se a instituição social é espírita kardecista, evangélica, ou católica, você está discutindo religião.

O problema é que toda vez que você discute religião você afasta as pessoas umas das outras, promove o sectarismo e a intolerância. A religião coloca de um lado os adoradores de Allá, de outro os adoradores de Yahweh, e de outro os adoradores de Jesus. Isso sem falar nos adoradores de Shiva, de Krishna e devotos do Buda, e por aí vai.
E cada grupo de adoradores deseja a extinção dos outros, ou pela conversão à sua religião, o que faz com que os outros deixem de existir enquanto outros e se tornem iguais a nós, ou pelo extermínio através do assassinato em nome de Deus, ou melhor, em nome de um deus, com d minúsculo, isto é, um ídolo que pretende se passar por Deus.

Mas, quando você concentra sua atenção e ação, sua práxis, em valores como reconciliação, perdão, misericórdia, compaixão, solidariedade, amor e caridade, você está no horizonte da espiritualidade, comum a todas as tradições religiosas. E quando você está com o coração cheio de espiritualidade, e não de religião, você promove a justiça e a paz.
Os valores espirituais agregam pessoas, aproxima os diferentes, faz com que os discordantes no mundo das crenças se dêem as mãos no mundo da busca de superação do sofrimento humano, que a todos nós humilha e iguala, independentemente de raça, gênero, e inclusive religião.

Em síntese, quando você vive no mundo da religião, você fica no ônibus. Quando você vive no mundo da espiritualidade que a sua religião ensina  ou pelo menos deveria ensinar, você desce do ônibus e dá um ovo de páscoa para uma criança que sofre a tragédia e miséria de uma paralisia mental.

Ed René Kivitz, cristão, pastor evangélico e santista desde pequenininho.

sábado, 7 de maio de 2011

O mito da criação

Olorun, Deus supremo, criou um ser, a partir do ar (que havia no início dos tempos) e das primeiras águas. Esse ser encantado, que era todo branco e muito poderoso, foi chamado Oxalá. Logo em seguida, criou um outro orixá que possuía o mesmo poder do primeiro, dando-lhe o nome de Nanan. Os dois nasceram da vontade de Olorun de criar o universo.Oxalá passou a representar a essência masculina de todos os seres, tornando-se o lado direito de Olorun. Nanan, por sua vez, teria a essência feminina, e representaria o lado esquerdo. Outros orixás também foram criados, formando-se um verdadeiro exército a serviço de Olorun, cada um com uma função determinada para executar os planos divinos.
Exú foi o terceiro elemento criado, para ser o elo de ligação entre todos os orixás, e deles com Olorun. Tornou-se costume prestar-lhe homenagens antes de qualquer outro, pois é ele quem leva as mensagens e carrega os ebós.
Olorun confiou à Oxalá a missão de criar a Terra, investindo-o de toda a sabedoria e poderes necessários para o sucesso dessa importante tarefa. Deu a ele uma cabaça contendo todo axé que seria utilizado.
Oxalá, orgulhoso por ter recebido tamanha honraria, achou desnecessário fazer as oferendas a Exú.
Exú, vendo que Oxalá partira sem lhe fazer as oferendas, previu que a missão não seria cumprida, pois, mesmo com a cabaça e toda a força do mundo, sem a sua ajuda não conseguiria chegar ao local indicado por Olorun.
A caminhada era longa e difícil, e Oxalá começou a sentir sede, mas, devido à importância de sua missão, não podia se dar ao luxo de parar para beber água. Não aceitou nada do que lhe foi oferecido, nem mesmo quando passou perto de um rio interrompeu a sua jornada. Mais à frente, encontrou uma aldeia, onde lhe ofereceram leite de cabra para saciar sua sede, que também foi recusado.
Todos os caminhos pareciam iguais e, depois de andar por muito tempo, sentiu-se perdido. De repente, ele avistou uma palmeira muito frondosa, logo à sua frente, Oxalá, já delirando de tanta sede, atingiu o tronco da palmeira com seu cajado, sorvendo todo o líquido que saía de suas entranhas (era vinho de palma). Embriagado pela bebida, desmaiou ali mesmo, ficando desacordado por muito tempo.
Exú avisou Nanan que Oxalá não havia feito as oferendas propiciatórias, por isso não terminaria sua tarefa. Ela, agindo por contra própria, resolveu consultar um babalawô para realizar devidamente as oferendas. O sacerdote enumerou uma série de coisas que ela deveria oferecer, entre elas um camaleão, uma pomba, uma galinha com cinco dedos e uma corrente com nove elos. Exú aceitou tudo, mas só ficou com a corrente, devolvendo o restante à Nanan, pois ela iria precisar mais tarde. Outros sacrifícios foram realizados, até que Olorun a chamou para procurar Oxalá, que havia esquecido o saco da criação com o qual criaria a Terra. Nanan, após terminar suas oferendas, foi atrás de Oxalá, encontrando-o desacordado próximo ao local onde deveria chegar.
Ao saber que Oxalá havia falhado em sua missão, Olorun ordenou que a própria Nanan prosseguisse naquela tarefa com a ajuda de todos os orixás. E assim foi feito. Nanan pegou o saco da criação e o entregou à pomba, para que voasse em círculo. A galinha com cinco dedos foi solta, para espalhar aquela imensa quantidade de terra, e, finalmente, o camaleão arrastou-se vagarosamente, para compactá-la e torná-la firme.
Quando Oxalá acordou, viu que a Terra já havia sido criada, e não o fora por ele. Desesperado, correu até Olorun, que o advertiu duramente por não ter reverenciado Exú antes de partir, julgando-se superior a ele. Oxalá, arrependido, implorou perdão. Olorun, sempre magnânimo, deu-lhe uma nova e importantíssima tarefa, que seria a de criar todos os seres que habitariam a Terra. Desta vez ele não poderia falhar!
Usando a mesma lama que criou a Terra, Oxalá modelou todos os seres, e, insuflando-lhes seu hálito sagrado, deu-lhes a vida.
Desta forma, Nanan e Oxalá desempenharam tarefas igualmente importantes, juntamente com a valiosa ajuda de todos os orixás, que possibilitaram o surgimento deste novo e maravilhoso mundo em que vivemos

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Orixás: Deuses africanos


Os orixás são deuses africanos que correspondem a pontos de força da Natureza e os seus arquétipos estão relacionados às manifestações dessas forças. As características de cada Orixá os aproximam dos seres humanos, pois eles se manifestam através de emoções como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são passionais. Cada Orixá tem ainda seu sistema simbólico particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, espaços físicos e até horários. Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da escravidão, cada Orixá foi também associado a um santo católico, devido à imposição do catolicismo aos negros. Para manterem seus deuses vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los na roupagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente.

Estes deuses da Natureza são divididos em 4 elementos - água, terra, fogo e ar.

Alguns estudiosos ainda vão mais longe e afirmam que são 400 o número de Orixás básicos divididos em 100 do Fogo, 100 da Terra, 100 do Ar e 100 da Água, enquanto que, na Astrologia, são 3 do Fogo, 3 da Terra, 3 do Ar e 3 da Água. Porém os tipos mais conhecidos entre nós formam um grupo de 16 deuses. Eles também estão associados à corrente energética de alguma força da natureza. Assim, Iansã é a dona dos ventos, Oxum é a mãe da água doce, Xangô domina raios e trovões, e outras analogias.

Na Umbanda e no Candomblé se cultuam muitos outros orixás, desconhecidos por leigos, por serem menos populares do que Xangô, Iansã, Oxossi e outros, mas com um significado muito forte para os adeptos dos cultos afro-brasileiros. Alguns são necessariamente cultuados, devido à ligação com trabalhos específicos que regem, para a saúde, morte, prosperidade e diversos assuntos que afligem o dia-a-dia das pessoas. Estes deuses africanos são considerados intermediários entre os homens e Deus, e por possuírem emoções tão próximas dos seres humanos, conseguem reconhecer nossos caprichos, nossos amores, nossos desejos. É muito comum, alguns dizerem que suas personalidades são consequências dos Orixás que regem suas cabeças, desenvolvendo características iguais às destes deuses africanos.

Apresentamos à seguir as descrições dos 16 Orixás mais cultuados no Brasil.

Lembramos que existem diversas correntes no Candomblé e na Umbanda, por essa razão as informações poderão ser diferentes de acordo com a tradição ou região.

O PANTEÃO DOS ORIXÁS AFRO-BRASILEIROS


EXU, Senhor dos caminhos, Orixá mensageiro e vencedor de demandas. Por estar mais próximo da realidade humana é considerado o Orixá das causas materiais. Veste-se de vermelho e preto e seu elemento é o fogo. Seu dia é a Segunda-feira e sua saudação é "Laroiê !". Seus filhos são pessoas críticas e originais, não ligam para opiniões alheias. Adeptos da lei do menor esforço, preferem concentrar suas energias no lazer. De hábitos noturnos, tendem a ser egoistas e tornam-se tristes quando não se encaixam em determinados ambientes.

OGUM, é o Orixá guerreiro. Deus do ferro e da guerra. Seu domínio são as retas dos caminhos, as lutas e o trabalho. Veste-se de azul escuro, verde ou vermelho. Traz sempre sua espada pronta para o ataque. Seu dia é terça-feira e sua saudação é "Ogunhê !" Seus filhos, são pessoas com um apurado senso de honra e incapazes de perdoar uma ofensa. São fisicamente muito resistentes, curiosos por natureza, possuem muita capacidade de concentração e perseguem seus objetivos com determinação.

OXOSSI, Orixá caçador, protetor das matas, dos animais da floresta e dos caçadores. Veste-se de verde, azul turquesa e vermelho. Traz sempre o seu Ofá (arco e flexa). Seu dia é a Quinta-feira e sua saudação é "Okê Arô Oxossi !" Seus filhos, são pessoas muito exigentes no cumprimento das obrigações, de atitudes firmes e até um pouco duras. Não têm "papas na língua" e costumam falar tudo o que pensam. Dão muito valor aos acordos e não faltam com sua palavra. Com tendência à timidez, não gostam de demonstrar suas emoções.

OSSAIM, Orixá das ervas medicinais e das plantas em geral, presentes em todos os rituais de iniciação no Candomblé. É representado por um pássaro pousado num ramo e seu domínio é a mata virgem. Veste-se de verde e rosa. Seu dia é Quinta-feira e sua saudação é "Ewé ô - Ewe assá !". Seus filhos, são pessoas com forte tendência à religiosidade, tolerantes e de bom coração. De personalidade instável, costumam controlar seus sentimentos e emoções. Valorizam a liberdade e não se apegam aos bens materiais.

OBALUAIÊ, (ou OMOLU, em sua forma velha). O deus das pestes e das doenças de pele. Por ser o deus da peste conhece a cura de todos os males. Veste-se de branco e preto e usa um capuz de palha-da-costa que encobre todo o corpo. Dança com o Xarará. Seu dia é segunda-feira e sua saudação é "Atotô !" Seus filhos, são pessoas que se preocupam demais com os outros, esquecendo de seus próprios interesses. Podem até ter uma boa situação financeira, porém não se apegam aos bens materiais. São inquietos e não apreciam a monotonia.

OXUMARÉ, Orixá da sorte, fartura e fertilidade. Protetor das mulheres grávidas. Seu domínio são os poços e fontes da mata. Veste-se de verde e amarelo ou com as sete cores do arco-íris e é representado por uma serpente. Seu dia é Quinta-feira e sua saudação é "Àrobô yi !". Seus filhos são pessoas orgulhosas e exibicionistas. Periódicamente mudam tudo em sua vida: casa, emprego, amigos, sempre buscando novidades. Costumam desenvolver o dom da vidência e possuem intuição aguçada, que normalmente lhes revelam os melhores caminhos.

EWÁ, Orixá das chuvas, rainha dos mistérios e da magia, jovem virgem que recebeu de Orunmilá o poder de ler os Búzios (o Oráculo de Ifá). Comanda os astros e está ligada às mudanças e transformações das águas. Veste-se de vermelho e branco. Seu dia é Sábado e sua saudação é "Ri-rò!". Seus filhos são pessoas extremamente metódicas e racionais. Costumam traçar metas para tudo. Conservadoras, acabam sofrendo com o excesso de rotina que conseguem estabelecer em suas vidas.

XANGÔ, o Orixá da justiça, do trovão e da pedreira. Veste-se de vermelho e branco. Usa uma coroa, e traz o Oxé (machado duplo) e o Xerê (instrumento musical) Seu dia é Quarta-feira e sua saudação é "Kawó-Kabyesilé!". Seus filhos são pessoas fisicamente fortes, atrevidos e prepotentes. Com um senso de justiça muito próprio, não suportam desaforos. As vezes agem como se fossem os donos da verdade. Porém, quando a situação complica, sempre buscam um meio termo, para não sair perdendo


OXUM, é a rainha dos rios e das cachoeiras (todas as águas doces), do ouro e do amor. Veste-se de amarelo, dourado, azul claro e rosa. Traz em suas mãos o Abebê (espelho-leque) e uma espada se for guerreira. É a segunda esposa de Xangô. Seu dia é Sábado e sua saudação é "Ora Ieiê Ô !". Seus filhos são pessoas graciosas e elegantes, adoram jóias, perfumes e roupas caras. Voluptuosas, sensuais, esbanjam charme e beleza. Possuidoras de muita força de vontade e um grande desejo de ascensão social.

IANSÃ, é a deusa guerreira, senhora dos ventos, das tempestades e dona dos raios. É a dona dos eguns, por isso seus filhos são os mais indicados para a entrega de ebós. É a mulher principal de Xangô. Veste-se de vermelho, marrom escuro, e branco. Seu dia é Quarta-feira e sua saudação é "Eparrei Oiá !". Seus filhos, são pessoas alegres, audaciosas, intrigantes, autoritárias e sensuais. Adoram usar jóias e bijuterias. Extrovertidas, francas e amantes da natureza. Ambiciosas e de temperamento forte. São guerreiras e comunicativas.

LOGUN-EDÉ, filho de Oxum com Oxóssi. Seus domínios são os leitos de rios e mares. Veste-se com uma pele de leopardo, leva em uma mão o espelho de Oxum e na outra as armas de Oxóssi. Suas cores são amarelo e azul. É representado por um pavão ou um papagaio. Seu dia é Quinta-feira e sua saudação é "Olu A Ô Ioriki !". Seus filhos são pessoas bonitas, atraentes e sedutoras. Carinhosos, amorosos e sensuais. Orgulhosos e vaidosos. Inconstantes, indecisos, frios e calculistas. Reservados e um tanto calados. Ciumentos, solitários e discretos.

OBÁ, uma das esposas de Xangô, Orixá do equilíbrio e da justiça. Seu domínio são as águas revoltas. Veste-se de laranja e amarelo, portando espada e protegendo a orelha com um escudo. Seu dia é Quarta-feira e sua saudação é "Obá xirê !". Os filhos de Obá são pessoas pouco atraentes, desajeitadas e de temperamento forte. Agressivas e objetivas. Aparentam ser mais velhas do que realmente são. Costumam ser bem sucedidas nos negócios e gostam de acumular bens.

IEMANJÁ, Orixá da harmonia em família, é considerada a Rainha dos mares e a mãe dos Orixás. Veste-se de azul e branco ou verde claro, portando seu Abebê (espelho-leque)decorado com uma sereia ou uma concha. Seu dia é Sábado e sua saudação é "Odô iyá !" Seus filhos, são autoritários, persistentes, preocupados, responsáveis e decididos. Amigos, protetores, faladores e não suportam a solidão. As mulheres, se comportam como super mães. Quando a segurança dos filhos e da família está em jogo, são agressivos e até traiçoeiros.

NANÃ, é o Orixá feminino mais velho do Panteão. É a mãe de Oxumarê e Obaluaiê. Em sua mão traz seu cetro o Ibiri. Veste-se de lilás, branco e azul. É a protetora dos doentes desenganados. Seu dia é Terça-feira e sua saudação é "Salubá !" Seus filhos são conservadores e apegados às convenções. Calmos, mas às vezes tornan-se agressivos e guerreiros. As mães, são apegadas aos filhos e muito protetoras. Ciumentas e possessivas, exigem atenção e respeito. Não costumam ser muito alegres e não gostam de brincadeiras.

IBEJI, Orixás Gêmeos protetores das crianças e da família. Vestem-se de azul, rosa e verde. São representados por dois bonecos gêmeos ou duas cabacinhas. Seu dia é domingo e sua saudação é "Omi Beijada!" Embora possa ocorrer, são raros os filhos de Ibeji. Essa energia infantil, geralmente se manifesta com o orixá do iniciado. Mesmo sendo adulto, quando em "estado de erê", o iniciado torna-se brincalhão, irreverente, cheio de energia e aparenta ser mais jovem. Adoram festas, música e dança.

OXALÁ, é considerado o Pai de todos os orixás. É o mais velho e o primeiro a ser criado. É responsável pela criação do mundo e dos seres humanos. É o Orixá dos inhames novos e da agricultura, que traz as chuvas e que fecunda os campos, Sua festa ligada ao início do ano agrícola costuma ser em agosto e setembro, e inclui a renovação da água do templo e a lavagem dos objetos de culto. Está associado à justiça e ao equilíbrio. É cultuado nas seguintes formas: Oxalufã = Oxalá Velho e Oxaguiã = Oxalá Moço.

OXALUFÃ é o Orixá da paz, veste-se de branco portando sempre seu apaxorô (cajado). É representado por uma pomba branca. Seu dia é Sexta-feira e sua saudação é "Eepaá babá !".

OXAGUIÃ é um Orixá valente e guerreiro, considerado filho de Oxalufã. Também veste-se de branco, dança com muita energia carregando uma "mão de pilão". Seu dia é Sexta-feira e sua saudação é "Exê êêê !

Os filhos de Oxalufã (oxalá velho), em geral são pessoas calmas e dignas de confiança. Dotados de grande sabedoria, estão sempre buscando os significados de tudo o que ocorre ao seu redor. Não cansam de estudar e buscar o conhecimento. Também são teimosos orgulhosos e inteligentes e com tendência à serem preguiçosos.

Os filhos de Oxaguiã (oxalá moço), são pessoas joviais e viris. Ativos, guerreiros, alegres e generosos. Não se deixam influenciar por opiniões alheias. São organizados e metódicos em seus ofícios e projetos. Trabalhadores incanssáveis e por essa razão, suscetíveis à crises de estresse.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Os sete ensinamentos ciganos

1- FELICIDADE - um campo aberto, um luar, um violão, uma fogueira, o canto do sabiá e a magia de uma cigana.

2- ORGULHO
- é saber que nunca participamos de guerras e nunca armamos para matar nossos semelhantes. Somos os menestréis da paz.

3- AMOR
- amar é vivermos em comunidade, é repartir o pão, nossas alegrias e até nossas aflições.

4- LEALDADE
- é não abandonar nossos irmãos quando precisam. É nunca negar o ombro amigo, a mão forte e o incentivo à vida.

5- RIQUEZA
- é termos o suficiente para seguirmos pela estrada da vida.

6- NOBREZA
- é fazermos da humilhação um incentivo ao perdão.

7- HUMILDADE
- é não importar-se em ser súdito ou nobre, importar-se apenas em saber servir.

domingo, 1 de maio de 2011

Diferenças entre religião e espiritualidade

A religião não é apenas uma, são centenas.
A espiritualidade é apenas uma.
A religião é para os que dormem.
A espiritualidade é para os que estão despertos.

A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o que fazer e querem ser guiados.
A espiritualidade é para os que prestam atenção à sua Voz Interior.
A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.
A espiritualidade te convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.

A religião ameaça e amedronta.
A espiritualidade lhe dá Paz Interior.
A religião fala de pecado e de culpa.
A espiritualidade lhe diz: "aprenda com o erro".

A religião reprime tudo, te faz falso.
A espiritualidade transcende tudo, te faz verdadeiro!
A religião não é Deus.
A espiritualidade é Tudo e, portanto é Deus.

A religião inventa.
A espiritualidade descobre.
A religião não indaga nem questiona.
A espiritualidade questiona tudo.

A religião é humana, é uma organização com regras.
A espiritualidade é Divina, sem regras.
A religião é causa de divisões.
A espiritualidade é causa de União.

A religião lhe busca para que acredite.
A espiritualidade você tem que buscá-la.
A religião segue os preceitos de um livro sagrado.
A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros.

A religião se alimenta do medo.
A espiritualidade se alimenta na Confiança e na Fé.
A religião faz viver no pensamento.
A espiritualidade faz Viver na Consciência.

A religião se ocupa com fazer.
A espiritualidade se ocupa com Ser.
A religião alimenta o ego.
A espiritualide nos faz Transcender.

A religião nos faz renunciar ao mundo.
A espiritualidade nos faz viver em Deus, não renunciar a Ele.
A religião é adoração.
A espiritualidade é Meditação.

A religião sonha com a glória e com o paraíso.
A espiritualidade nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora.
A religião vive no passado e no futuro.
A espiritualidade vive no presente.

A religião enclausura nossa memória.
A espiritualidade liberta nossa Consciência.
A religião crê na vida eterna.
A espiritualidade nos faz consciente da vida eterna.

A religião promete para depois da morte.
A espiritualidade é encontrar Deus em Nosso Interior durante a vida.

(AUTOR DESCONHECIDO)