domingo, 30 de agosto de 2009

Linha do Oriente


A Linha do Oriente é parte da he­rança da Umbanda brasileira. Ela é com­posta por inúmeras entidades, classi­ficadas em sete falanges e maiorita­riamente de origem oriental. Apesar dis­­so, muitos espíritos desta Linha po­dem apre­sentar-se como caboclos ou pretos velhos.
O Caboclo Timbirí (ca­bo­clo japo­nês) e Pai Jacó (Jacob do Ori­ente, um preto velho bastante ver­sado na Ca­bala Hebraica), são os casos mais co­nhe­cidos. Hoje em dia, ganha força o cul­to do Caboclo Pena de Pa­vão, enti­dade que trabalha com as for­ças espiri­tuais divinas de origem indiana.

Mas nem todos os espíritos são ori­entais no sentido comum da palavra. Es­ta Linha procurou abri­gar as mais di­ver­sas entidades, que a princípio não se encaixavam na matriz formadora do bra­sileiro (índio, português e afri­cano).

A Linha do Oriente foi muito popular de 1950 a 1960, quando as tradições bu­­­distas e hindus se firmaram entre o povo brasileiro. Os imigrantes chineses e japoneses, sobretudo, passaram a fre­­qüentar a Umbanda e trouxeram se­us ances­trais e costumes mágicos.

Antes destas datas, também era co­mum nesta Linha a presença dos que­ridos espíritos ciganos, que possuem ori­­­gem oriental. Mas tamanha foi a sim­patia do povo umbandista por estas en­­­tidades, que os espíritos criaram uma "Linha" independente de trabalho, com sua própria hierarquia, magia e ensi­na­mentos. Hoje a influência do Povo Ci­gano cresce cada vez mais dentro da Umbanda.

Existem muitas maneiras de classi­ficar esta Linha e este pequeno artigo, não pretende colocar uma ordem na ma­neira dos umbandistas estudarem es­ta vertente de trabalho espiritual. Dei­xo a palavra final para os mais ve­lhos e sábios, desta belíssima e diver­sificada religião. Coloco aqui algumas instruções que colhi com adeptos e mé­diuns afinados com a Linha do Oriente.
Namaste e Salve o Oriente!


CARACTERÍSTICAS DA LINHA DO ORIENTE:

Lugares preferidos para ofe­rendas: As entidades gostam de co­linas descampadas, praias desertas, jar­dins reservados (mas também rece­bem oferendas nas matas e santuários ou congás domésticos).
Cores das velas: Rosa, amarela, azul clara, alaranjada ou branca.
Bebidas: Suco de morango, suco de abacaxi, água com mel, cerveja e vinho doce branco ou tinto.
Tabaco: Fumo para ca­chimbo ou charuto.Tam­­bém utili­zam ci­gar­ro de cravo.
Ervas e Flores: Alfa­zema, todas as flores que sejam bran­cas, palmas ama­relas, mon­senhor branco, monse­nhor amarelo.
Essências: Alfazema, olíbano, ben­joim, mirra, sân­da­lo e tâmara.
Pedras: Citrino, quart­zo rutilado, topá­zio im­perial (citrino tor­nado ama­relo por aque­ci­men­to) e topá­zio.
Dia da semana recomen­dado para o culto e ofe­rendas semanais: Quinta-feira.
Lua recomendada (para oferenda mensal): Se­gundo dia do quarto min­guante ou primeiro dia da Lua Cheia.
Guias ou colares: Colar com cento e oito contas (108), sendo 54 brancas e 54 amarelas. Enfiar se­qüencial­mente uma branca e uma amarela. Fechar com firma branca. As enti­dades india­nas também utilizam o rosá­rio de sân­dalo ou tulasi de 108 con­tas (japa ma­la). Algumas criam suas pró­prias guias, se­gundo o mis­tério que trabalham.


CLASSIFICAÇÃO DA LINHA DO ORIENTE

Suas Falanges, Espíritos e Chefes:

01 - Falange dos Indianos:
Espíritos de antigos sacerdotes, mes­tres, yogues e etc. Um de seus mais conhecidos inte­gran­tes é Ramatis. Está sob a chefia de Pai Zartu.

02 - Falange dos Árabes e Turcos:
Espíritos de mouros, guerreiros nôma­des do deserto (tuaregs), sábios marroquinos, etc... A maioria é mu­çulmana. Uma Legião está composta de rabinos, cabalistas e mestres judeus que ensinam dentro da Umbanda a mis­teriosa Cabala. Está sob a chefia de Pai Jimbaruê.

03 - Falange dos Chineses, Mon­góis e outros Povos do Oriente:
Espíritos de chineses, tibetanos, japoneses, mongóis, etc. Curio­sa­men­te, uma Legião está in­te­grada por es­pí­ri­tos de origem esquimó, que tra­balham muito bem no desmanche de demandas e feitiços de magia ne­gra. Sob a chefia de Pai Ory do Oriente.

04 - Falange dos Egípcios:
Espíritos de antigos sacerdotes, sacer­dotisas e magos de origem egípcia antiga. Sob a chefia de Pai Inhoaraí.

O5 - Falange dos Maias, Toltecas, Astecas e Incas:
Espíritos de xamãs, chefes e guer­rei­ros destes povos. Sob a chefia de Pai Itaraiaci.

06 - Falange dos Europeus:
Não são propriamente do Oriente, mas inte­gram esta Linha que é bas­tante sincrética. Espí­ri­­tos de sábios, ma­gos, mestres e velhos gue­rreiros de origem européia: romanos, gau­leses, ingleses, es­can­dinavos, etc. Sob a che­fia do Impe­rador Marcus I.

07 - Falange dos Médicos e Sábios:
Os espíritos desta Falange são especiali­zados na arte da cura, que é integrada por médicos e tera­peutas de diversas origens. Sob a chefia de Pai José de Arimatéia.


ALGUNS PONTOS CANTADOS E SUA MAGIA
Aqui reproduzo alguns Pontos Can­tados, mas destaco a sua eficácia mân­trica e não somente invocatória. Ou seja, nesta Linha os Pontos podem ser usados como mantras com fina­lidades específicas, independente de servirem para chamar as entidades pa­ra o trabalho de caridade no Centro ou Terreiro. Neste caso, os Pontos de­vem ser acompanhados das res­pectivas oferendas (veja abaixo).


PONTO DO POVO HINDU
para afastar energias negativas diversas.
Oferenda: velas amarelas - 3, 5 ou 7, flores amarelas ou brancas e incenso de flores (rosa, verbena, etc...), coloca­dos dentro de uma estrela de seis pontas, hexagrama, traçada no chão com pemba amarela.

Ory já vem,
Já vem do oriente
A benção, meu pai,
Proteção para a nossa gente.
A benção, meu pai,
Proteção para a nossa gente.


PONTO DO POVO TURCO
para afastar os inimigos pessoais ou da religião umbandista.
Oferenda: velas brancas - 3, 5 ou 7 e charutos fortes, dentro de uma estrela de cinco pontas, pentagrama, traçado no chão com pemba branca. Jamais ofereça bebida alcoólica a este Povo.

Tá fumando tanarim,
Tá tocando maracá.
Meus camaradas, ajudai-me a cantar,
Ai minha gente, flor de orirí
Ai minha gente, flor de orirí.
Em cima da pedra
Meu pai vai passear, orirí.


PONTO DO POVO ESQUIMÓ
para afastar os inimigos ocultos e destruir forças maléficas.
Oferenda: velas rosas - 3, 5 ou 7, pedacinhos de peixe defumado em um alguidar, tudo dentro de um círculo traçado no chão com pemba rosa.

Salve o Polo Norte
Onde tudo tudo é gelado,
Salve Povo Esquimó
Que vem de Aruanda dar o recado.
Salve a Groenlândia,
Salve Povo Esquimó
Que conhece a lei de Umbanda.


PONTO DO POVO GAULÊS
para as lutas e necessidades diárias.
Oferenda: velas brancas - 3, 5 ou 7, cerveja branca ou vinho tinto, tudo dentro de uma cruz traçada no chão com pemba verde.

Gauleses, Oh gauleses,
Somos guerreiros gauleses.
Gauleses, Oh gauleses
São Miguel está chamando.
Gauleses, Oh gauleses,
Somos guerreiros de Umbanda,
Gauleses, Oh gauleses,
Vamos vencer demanda.


PONTO DO POVO ASTECA
. para buscar a sabedoria espiritual.
Oferenda: nove velas alaranjadas, milho, fumo picado, tudo dentro de um círculo traçado no chão com pemba branca.

Asteca vem, Asteca vai
Nosso povo é valente,
Tomba, tomba e não cai...
(cantar nove vezes)


PONTO DO POVO CHINÊS
para proteção diante de situações muito graves.
Oferendas: sete velas vermelhas (é a cor preferida deste Povo), arroz cozido sem sal, vinho branco, tudo dentro de um círculo traçado no chão com pemba vermelha.

Os caminhos estão fechados
Foi meu povo quem fechou,
Saravá Buda e Confúcio
Saravá meu Pai Xangô.
Saravá Povo Chinês,
Que trabalha direitinho,
Saravá lei de Quimbanda,
Saravá, eu fecho caminho.


Curioso Ponto Cantado do Caboclo Tim­birí - onde ele afirma sua origem japonesa.

ANTIGO PONTO DE TIMBIRÍ
Marinheiro, marinheiro,
olha as costas do mar...
É o japonês, é o japonês !
Olha as costas do mar.
Que vem do Oriente !



Texto de Edmundo Pellizari, retirado do Jornal de Umbanda Sagrada

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Banho no corpo todo ou do pescoço para baixo?

Terreiros de Umbanda do Brasil inteiro, principalmente nos menores e que possui o dirigente com a “cabeça fechada” para informações, discutem essa história de banho somente do pescoço para baixo, senão tal erva causará quizila com tal Orixá. Porém, o que esses dirigentes não sabem, é onde foi início dessa história de banho do pescoço para baixo.

Todos nós sabemos que os negros africanos, na época do Brasil Colonial, foram aprisionados e enviados para trabalhar como escravos nas lavouras, principalmente nas de cana-de-açúcar.
Chegando ao Brasil, esses africanos também trouxeram da África a sua religião, ou seja, o culto aos Orixás.

Ao chegarem neste país, estes escravos tiveram que aprender sozinho e com os índios sobre a manipulação, o uso ritualístico e medicinal das ervas brasileiras, já que muitas das ervas que eles utilizavam na África, não existiam no Brasil.

Este aprendizado não foi fácil, pois os negros desconheciam as utilidades e propriedades das ervas brasileiras. Por este motivo, quando desconheciam alguma erva, ou quando ela se parecia com alguma que existia na África e, naquele país era venenosa ou com alto teor de toxina, estes escravos tomavam o banho com estas ervas apenas do pescoço para baixo, protegendo assim os olhos, narinas e a boca, de qualquer contato que possa provocar a cegueira ou alguma doença que naquela época poderia levá-los a morte.

Desta época vem a história do banho do pescoço para baixo, que com o passar do tempo e com dirigentes não preparados, foram deturpando o fundamento do banho e dizendo que não deveria tomar os demais banhos da cabeça para baixo, pois causaria quizila com tal Entidade ou com tal Orixá.

Porém o que muitos desconhecem, é que apenas no Brasil existe essa tradição do banho do pescoço para baixo, nos demais paises do mundo, onde existe qualquer culto afro, como os Estados Unidos, Cuba e toda América Central, inclusive na África, que é o berço de todas as religiões afro, o banho de ervas é tomado em todo o corpo. Em um banho demorado e quase que ritualístico, eles jogam o banho de ervas na cabeça, pois os africanos dizem que a cabeça é a força do nosso corpo, e é o Ori que deve ser fortalecido com o banho de ervas.

Os africanos, que hoje em dia vem para o Brasil, acham um absurdo esta história do banho do pescoço para baixo. Não que ele não funcione, mas ele não fortalece o Ori, que é onde está o centro de equilíbrio do nosso corpo e o que nos faz “funcionar melhor”.

Existem ervas que vibram mais por certo Orixá, mas na Umbanda, você pode tomar banho com ervas de outro Orixá, que não existirá quizila, pois temos o nosso “Pai e Mãe” de cabeça, mas somos filhos de todos os Orixás. O que devemos tomar cuidado é quanto ao teor de toxinas existentes na planta, ou seja, não vamos tomar banho com pimenta na cabeça, não por quizila, mas sim para evitar o contato com os olhos, que pode causar queimadura na retina, não devemos também tomar banho de comigo-ninguém-pode fresca, pois quando verde esta erva possui muitas toxinas, impossibilitando o banho com a mesma. O recomendado para esta erva é o banho com as folhas secas, pois nesse estado, ela perde água e, junto da água, estas toxinas.

As pessoas de hoje em dia aceitam tudo o que falam e não buscam o porquê daquilo. Se fossem mais curiosas e menos submissas a tudo o que alguns pais-de-santo falam, descobririam e aprenderiam muito mais sobre a nossa querida Umbanda. A nossa religião é simples e tem fundamento, só basta querer aprender.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Exú Capa Preta


- do manual de Tata Nazareno

Entidade de grande destaque, muito conhecimento e Guardião de um grande montante de informações que podem ser usadas positivamente (fórmulas medicinais, descobertas científicas.

No reino da Kalunga Pequena trabalha na fiscalização de outros exus que ali atuam.

Exu Capa Preta é representado como um homem envolto em um grande manto negro. Tem um caráter sério, taciturno e fechado. Na incorporação, costuma olhar fixamente para os olhos dos presentes, como que sondando suas almas.

Recebe oferendas no cemitério e em outros lugares da Natureza, pois, cruza com múltiplos caminhos. As oferendas usuais são marafo, vinho, charuto, vela preta e vermelha. Quando cruzado nas forças da mata, bebe marafo com mel. Sua arma mágica é o punhal.

Tem como companheiros de trabalho: Exu Tranca Rua das Almas, Exu Meia-Noite, Exu Sete Capas, Exu Sete Caveiras, Exu Sete Catacumbas, Exu Caveira, Exu Calungueiro, Exu Tata Caveira, Exu Sete Campas, Exu Sete Covas, Seu João Caveira, Exu Sete Cruzes, entre outros.

Quando emana seu poder nas encruzilhadas se torna Exu Capa Preta das Encruzilhadas, aparecendo como um homem elegante, vestido com manto negro, cartola e bengala. Ele então bebe cognac, licores finos e fuma charuto ou cigarrilhas.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Diferenças entre águas solarizadas e águas lunarizadas

A diferença são os opostos, o yin e o yang.A energia solar é a energia masculina, quente, do raio dourado, energia ativa, positiva, de movimento, de impulso, tem vibração de crescimento, a energia do Deus. É uma energia de transformação, revolução, é a explosão do motor na ignição. É fogo que proporciona a execução das transmutações alquimicas das idéias e daí resultam as criações.

A energia da Lua, o contra ponto, o raio prateado, o frescor, energia passiva e acolhedora, é receptáculo das idéias, alimento, repuso e descanso, é a água sagrada da fonte, de onde ocorre as formações, é a geração primal, tem pólo negativo. É a energia da Deusa, ilumina sem transformar, ela nutre o âmago, a essência.

Ambas combinadas formam a atuação do casal divino. É o equilíbrio, a harmonia, o UNO da dualidade sagrada. Veja, como somos nós humanos, precisamos do movimento, da vigíla, juntamente com o sono, o repouso, Nenhum ser humano sobrevive sem dormir, sem parar, o corpo não aguenta e entra em falência, o inverso ocorre igual.

As propriedades dos Senhores estão presentes em todos os seres e para gerar o bem viver devem estar em harmonia, como o ditado "nem tanto ao mar e nem tanto a terra". Uma das primeiras descompensações nos humanos, e em seus diferentes corpos, é justamente entre esses dois pólos. Daí reside a necessidade da utilização das energias contrapostas, se muito ativos, precisamos de lunarizar e vice versa. Então, as técnicas holísticas, que olham o ser humano em sua completude, trabalham com diversas ferramentas, onde ancoram, ou já existe ancorada as duas formas de energias.

É dessa forma que energizamos nossos cristais, a água. A água aqui entra como um fluído universal, receptivo e amoroso para facilitar o auxílio da propagação e recebimento das energias.... perdemos o costume de tomar banho de sol (o banho consciênte, terapêutico, nas horas de emanações solares corretas, as condições físicas de nossos corpos terrenos e, mais ainda o banho lunar, quem de vocês já ouviu falar com normalidade e atividade corriqueira de banho de lua? por acaso em noites de lua cheia, as praias ficam cheias de cadeiras e nelas corpos estendidos ao luar?) pois é, parece piada mas, não é. Foi exatamente dessa forma que descompensamos, contudo essa foi uma prática que as bruxas sempre praticaram, vem daí toda a mística, das bruxas, da lua cheia, da noite....se as bruxas reconhecem o sagrado feminino e cultuam esse sagrado, parece absolutamente normal que parte de seus trabalhos se dêem à noite, correto?

Na realidade não há muito mistério, ou praticamente nenhum, frente a mentalidade do ser humano de hoje, afinal das contas, já chegamos cientificamente ao conceito da física quântica, aí fica tudo bem mais claro e com sentido e, se perde aquela aura de mistério, segredo, crendices, etc e tal.

Nos reinos vegetais e minerais essas energias estão distribuídas de forma que desde muito se sabe das plantas plantas, minerais, pedras, animais lunares e seus contrapontos solares.
Na valia de mais auxílio específico, o arquiteto do universo, estipulou outras energias específicas e entre cruzadas, são as energia planetárias e astrológicas dos demais corpos celestes, que também atuam em nossos corpos (nos nossos diversos corpos), uns atuando de forma concomitante com a energia do pai SOL, outras alinhadas com a energia da mão LUA.

Desses simples parágrafos aí acima resultam inúmeros conhecimentos distribuídos nas várias ciências e áreas codificadas pelos homens com o auxílio dos Deuses, de acordo com seu desenvolvimento espiritual.

sábado, 22 de agosto de 2009

Os Orixás e a lenda da criação, origem da terra e da vida planetária

Existem várias histórias com os Orixás para explicar a criação. É uma das raízes, assim como existem histórias dos inkices e voduncis, dependendo da nação africana. São lendas da criação...

A visão da umbanda, em suas várias influências, contempla também a explicação espírita, católica e indígena. Além da africana Não existe uma “escola” de umbanda que predomine sobre as demais. Há que se ter uma visão panorâmica da umbanda para depois, contemplada sua diversidade, tentarmos traçar uma opinião sobre a origem da vida e dos seres vivos na Terra.

Somos uma religião mediúnica não codificada, que tem aspectos filosóficos, espirituais e doutrinários. Qualquer sacerdote, dirigente, médium, da umbanda, que afirmar opiniões conclusivas em um tema tão rico, estará se referindo à umbanda que ele pratica, não ao todo do movimento.

Ao contrário do que se pensa, a umbanda é uma religião monoteísta, ou seja, seus fiéis acreditam em um único Deus Supremo, chamado por muitos nomes em virtude de contrações e adaptações das línguas africanas, indígenas e judaico-cristãos que a influenciaram.

Quanto às lendas das criações e mitos com os Orixás, temos a predominância yorubá ou nagô. Fora desta raiz, os orixás também têm similaridades em outras nações africanas, sendo conhecidos como inkices e voduncis.

O Ser Supremo, Olorum – também chamado Olodumaré - é resultado da contração de Ol' (oni) e Orum, que quer dizer céu, designando o Senhor do Céu.

Assim como nas demais religiões monoteístas, segundo esta raiz da umbanda, Deus - Olorum criou o mundo material e tudo que está nele, inclusive o homem. Para ajudá-lo nessa tarefa, criou também os Orixás, forças sobrenaturais que habitavam o Orum (Céu) e se concretizaram associados às forças da natureza e seus elementos planetários, manifestando-se através desses.
Conta a lenda yorubana que no princípio dos tempos existiam dois mundos: o Orum, espaço sagrado dos orixás, e o Aiyê, espaço destinado aos seres vivos - Terra. No Aiyê primitivo só existia água. Um dia Olorum resolveu recriar o espaço para a humanidade que também criaria num segundo momento. Designou os orixás, cada um relacionando com um dos elementos: ar, terra, fogo e água.

Na formação da Terra, os mitos de criação falam de diversos conflitos havidos entre os Orixás, que neste caso estão humanizados, tendo qualidade e defeitos dos homens, para que possamos entender nossas próprias emoções. Não detalharemos as contendas havidas porque ficaria muito extenso o relato. Esta linguagem figurada com os orixás sendo pessoas foi necessária para que à época as pessoas pertencentes aos clãs tribais compreendessem o sagrado e os processos criativos divinos, bem como os próprios Orixás, que são aspectos de Olurum – Deus – que se concretizam nas forças da natureza planetária para que possamos percebê-los no mundo material.

Finda a formação da Terra, ela estando pronta e em condições propiciatórias de abrigar a vida humana, Oxalá recebeu de Olurum, num ato supremo de inspiração e amor, uma tarefa tão importante quanto todas as outras: a de criar o homem que habitaria o Aiyê - Terra. Oxalá usou o barro e a água para esculpir bonecos inanimados de todas as formas e de todas as cores. Olorum, então, soprou a vida nas narinas dos bonecos de barro, criando os seres humanos. Esse sopro da vida é chamado pelos yorubás de emi. Estavam então criados o mundo e o homem.

Oxalá é sincretizado com Jesus.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A trajetória de um verdadeiro zelador de Umbanda

Lendo textos como este, é o que nos dá muitas vezes forças para continuar.. e vemos que realmente Vale a pena...


Sentado ali em frente de seu congá o velho pai de santo relembra com surpreendente nitidez sua infância e seu primeiro contato com a espiritualidade. Nitidamente ele se vê na tenra infância a brincar sozinho no amplo quintal da casa de seus pais.

Lembra-se que alguma coisa o fez olhar para as nuvens e diante dele uma estranha imagem se forma: um velho sentado ao redor de uma fogueira e um menino a ouvir-lhe estórias. De alguma maneira o menino ao ver aquela cena sabia que se tratava dele mesmo.

O tempo passou e a cena jamais esquecida e também jamais revelada, o acompanha em sonhos e lembranças.

Cresce e acaba se tornando médium Umbandista. Aos poucos vai conhecendo seus guias, que vão tomando seu corpo nas diversas "giras de desenvolvimento". Primeiro o Caboclo que lhe parece muito grande e forte, depois os demais... Até que, ao completar 18 anos, seu Exu também recebe permissão para incorporar.

Já não é mais médium de gira, a bem da verdade ocupa o cargo de pai pequeno do terreiro. Percebe que não tivera uma adolescência como a da maioria dos jovens que lhe cercam na escola. Não vai a bailes, festas... Dedica-se com uma curiosidade e um amor cada vez maior à prática da caridade. Os anos passam e acaba pôr abrir seu próprio terreiro. Inúmeras pessoas procuram os seus guias e recebem um lenitivo, uma palavra de consolo e esperança.

Foram tantos os pedidos e tantos os trabalhos realizados que já perdera a conta. Viu inúmeras pessoas que declaravam amor eterno pela Umbanda e bastava que alguns pedidos não fossem alcançados na plenitude desejada que já se afastavam, criticando o que ontem lhes era sagrado...
Presenciou pessoas que, vindas de outras religiões, encontraram a paz dentro do terreiro, mantido a duras penas, uma vez que nada cobrava pelos trabalhos realizados ("Dai de graça o que de graças recebestes").

Solteiro permanecia até hoje, pois embora tivesse tido várias mulheres que lhe foram caras, nenhuma delas agüentou ficar a seu lado, pois para ele a vida sacerdotal se impunha a qualquer outro tipo de relacionamento. Amava mesmo assim todas aquelas que lhe fizeram companhia em sua jornada terrena.

Brincava, o velho pai de santo, quando lhe perguntavam se era casado e respondia, bem humorado, que se casara muito cedo, ainda menino. A curiosidade dos interlocutores quanto ao nome da esposa era satisfeita com uma só palavra: Umbanda, este era o nome da esposa.
Com o passar do tempo, a idade foi chegando; muitos de seus filhos de fé seguiram seus destinos vindo eles também a abrirem suas casas de caridade. O peso da idade não o impede de receber suas entidades.. Ainda ecoa, pelo velho e querido terreiro, o brado de seu Caboclo, o cachimbo do Preto-velho perfuma o ambiente, a gargalhada do Exu ainda impressiona, a alegria do Erê emociona a ele e a todos...

Enfim, sente-se útil ao trabalhar. Hoje não tem gira. O terreiro está
limpo, as velas estão acessas e tudo parece normal. Resolve adentrar ao terreiro para passar o tempo, perdera a noção das horas. Apura os ouvidos e sente passos a seu redor, percebe que alguém puxa pontos e que o atabaque toca. Ele está de costas para todos e de frente para o congá. O cheiro da defumação invade suas narinas...

Seus olhos se enchem de lágrimas na mesma proporção que seu coração se enche de alegria. Estranhamente, não sente coragem ou vontade de olhar para trás, apenas canta junto os pontos. Fixa seus olhos nas imagens do altar, fecha os olhos e ainda assim vê nitidamente o congá, parece que percebe o movimento do terreiro aumentar.

Vira de costas para o congá e a cena o surpreende: vê Caboclos, Boiadeiros, Pretos Velhos, Marujos, Baianos, Erês e toda uma gama de Guias... Até Exus e Pomba Giras estão ali na porteira. Se dá conta que os vê como são, não estão incorporados. Todos lhes sorriem amavelmente.

Dentre tantos Guias, percebe aqueles que incorporam nele desde criança. Tenta bater cabeça em homenagem a eles, mas é impedido. O Caboclo, seu guia de frente, se adianta, lhe abraça, brada seu grito guerreiro... Os demais o acompanham. O velho pai de santo não agüenta e chora emocionado... As lágrimas lhe turvam a vista. Fecha seus olhos e ao abri-los todos os guias ainda permanecem em seus lugares embora calados...

Nota uma luz brilhante em sua direção, Iansã e Omulu se aproximam, seu Caboclo os saúda e é correspondido. A luz o envolve completamente. Já não se sente mais velho. Na verdade sente-se jovem como nunca. Seu corpo está leve e ele levita em direção à luz. Todos os guias fazem reverência... O terreiro vai ficando longe envolto em luz... Ele sorri alegre... A missão estava cumprida...

No dia seguinte, encontram seu corpo aos pés do congá. Tinha nos lábios um sorriso...

(Autor Desconhecido)

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Hino da Umbanda

Bem a postagem de hoje, é a história do Hino da Umbanda, é uma história muito bonita. Este hino é cantado em todos os terreiros, pode-se dizer que uma das únicas coisas que todos terreiros tem em comum, e afirmo que não há algum umbandista que não se emocione quando é cantada esta melodia.

Nascido em 05 de Agosto de 1907 em Monção, Portugal, José Manuel Alves,este Leonino, já em sua terra natal era ligado a Música, tendo dos 12 aos 22 anos tocado clarineta na Banda Tangilense, em sua cidade natal.

Com pouco mais de 20 anos, em 1929, vem para o Brasil, indo residir no interior do estado de São Paulo. No mesmo ano, mudou-se para a capital paulista, ingressando na Banda da Força Pública, onde ocupou vários postos, aposentando-se como capitão.

Em paralelo a esta função exerceu a carreira de compositor de Músicas Populares e, ao longo da mesma compôs dezenas de músicas as quais foram gravadas por famosos intérpretes da época: Irmãs Galvão, Osni Silva, Ênio Santos, Grupo Piratininga, Carlos Antunes e Carlos Gonzaga entre outros.

Suas composições mais famosas foram: Em 1955, Juanita Cavalcanti gravou a marcha "Pombinha Branca" de sua autoria em parceria Reinaldo Santos; em 1956, Zaccarias e sua Orquestra gravaram o dobrado "Quarto Centenário", de sua parceria com Mário Zan.
Compôs ainda valsas, xotes, dobrados, baiões, maxixes e outros gêneros musicais. Em 1957, realizou sua única gravação no antigo disco de vinil, o "LP", acompanhado de sua banda, sendo a gravadora a RCA Victor.

Mas … e a Umbanda? Aonde entra? Para a Umbanda, e para vários Terreiros compôs diversos pontos gravados por diversos intérpretes, como por exemplo, "Saravá Banda" gravado em 1961 por Otávio de Barros, "Prece a Mamãe Oxum" gravado em 1962 pela cantora Maria do Carmo. Além destes temos: "Pombinha branca" (com Reinaldo Santos), "Ponto de Abertura" (com Terezinha de Souza e Vera Dias), "Ponto dos Caboclos", "Prata da Casa", "Prece a Mamãe Oxum", "Xangô Rolou a Pedra", "Xangô, Rei da Pedreira", "São Jorge Guerreiro", "Saravá Oxóssi", "Homenagem à Mãe Menininha" (c/ Ariovaldo Pires), Saudação aos Orixás, além do Hino da Umbanda.

Mas como foi estabelecida a sua ligação com a Umbanda? Cego de nascença, José Manuel Alves foi, no início da década de 60, em busca de sua cura. Foi procurar a ajuda do Caboclo das Sete Encruzilhadas, entidade do médium Zélio de Morais, fundadores da Umbanda.

Embora não tenha conseguido sua cura porque, segundo consta, sua cegueira era de origem cármica, José Manuel Alves ficou apaixonado pela religião e, ainda em 1960, fez o Hino da Umbanda para mostrar que esta Luz Divina, que vem do Reino de Oxalá, não é para ser vista com os olhos físicos, que voltarão ao pó, mas sim com olhos do espírito, no encontro da mente com o coração …

O Hino foi apresentado ao Caboclo das Sete Encruzilhadas que gostou tanto do mesmo que resolveu apresentá-lo como Hino da Umbanda no 2º Congresso de Umbanda em 1961, sendo oficializado na 1ª Convenção do CONDU-Conselho Nacional Deliberativo de Umbanda em março de 1976.

Podemos nesta pequena história ver que este hino é fruto de um Amor muito grande pela Umbanda, Amor este oriundo de uma Fé profunda, daquelas obtidas com a Humildade e a Resignação ante ao Conjunto de Leis do Pai Maior.




Fonte: Umbanda de Jesus

domingo, 16 de agosto de 2009

Atitude correta

Evite uma atitude negativa perante a vida. Por que baixar o olhar para os esgotos, quando há tanto encanto ao nosso redor? Pode-se sempre achar alguma falha, mesmo nas maiores obras de arte, da música e da literatura. Mas não é bem melhor desfrutar seu encanto e esplendor?

A vida tem um lado claro e um lado escuro, pois o mundo da relatividade é composto de luz e sombras. Se você deixar que os seus pensamentos se ocupem com a maldade, você se tornará feio. Veja somente o bem em tudo, e você absorverá a qualidade da beleza.



Paramahansa Yogananda

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Um toque sobre a mediunidade, euforia reliciosa e animismo

O mediunismo umbandista ou mediunidade de Umbanda, devido seu potencial anímico e fenomênico que é o fato do guia andar, manifestar trejeitos, sotaques, vestimentas, enfim, por ser as manifestações espirituais na Umbanda carregada de personalismos das entidades, quando um médium não se atenta sobre suas falhas emocionais e psicológicas a experiência mediúnica poderá se tornar um grande problema que só se resolverá com uma intensa supervisão do sacerdote e muita humildade e resignação por parte do aprendiz, acontece que nem sempre isso ocorre.

Quando o indivíduo inicia seu desenvolvimento mediúnico é natural e esperado que o mesmo fique "apaixonado", "eufórico" e muito envolvido que esta sua nova experiência existencial. É justamente este encantamento que vai motivá-lo a superar uma série de desafios que se desdobram neste período. No entanto é comum também muitos se apoiarem nesta convivência espiritual para suprir algumas deficiências emocionais, natural em todo ser humano, porém isto quando não é controlado pode ser um perigo iminente.

A vida do indivíduo se divide em dois momentos, antes e depois de assumir a mediunidade e acontece que este novo universo precisa ser vivido com muita coerência, humildade e senso crítico, pois senão começará uma avalanche de confusões e comportamentos nocivos.

Desta forma entendemos até aqui o que podemos considerar de "euforia religiosa", que nada mais do que esta entrega do indivído ao mundo da mediunidade.

Entenda sinteticamente o que é ANIMISMO: quando o médium se pronuncia ao invés da espiritualidade, ou seja, age, pensa e fala como se fosse uma terceira pessoa (espírito) e manifesta isso como sendo de fato uma entidade. Não é mistificação, pois esta fica na vala da ação proposital, o indivíduo pensa e age mentirosamente com esta intenção. Já o animismo acontece de forma silenciosa e muitas vezes imperceptível, para aqueles que não entenderam alguns conceitos básicos da ação espiritual com o médium. Por isso o animismo está tão ligado à euforia religiosa do médium, pois este tão envolvido e entregue a estas novas sensações pode num determinado momento acreditar que tudo a sua volta se resume a experiência espírito-mediúnica.

Já nas primeiras sensações do guia, o médium é orientado a se atentar para as intuições que virão. Acontece que é muitíssimo difícil distinguir intuição de pensamento próprio e sinceramente não há uma fórmula exata para se ensinar afim de aprender esta distinção, ficará a cargo da sensibilidade do médium, da sinceridade quando pensar algo e querer realmente acreditar que aquilo é uma intuição. Neste momento já pode começar os primeiros excessos, o indivíduo pensa e logo acredita que é intuição e certamente na maioria das vezes isso não confere.

Passo seguinte começa as manifestações dos guias, o indivíduo quer muito se aproximar da entidade, criar um elo de companheirismo, o que é correto, mas muitas vezes nesta intenção ele cria mentalmente necessidades nesta entidade, ou seja, começa providenciar uma série de "presentes" para o guia justificando que é o guia que intuiu...

Continuamente este indivíduo quer acreditar que tudo o que ocorre como sonhos, pensamentos e "intuições" são provindos dos guias. Então ele vai começar a dar dicas para os outros alegando que é o guia que falou, vai narrar "sonhos reveladores" e assim por diante.

Quando um iniciante que está ainda nos seus primeiros anos de desenvolvimento mediúnico inclina-se para este comportamento pode ser um indício de carência efetiva, comportamental e uma necessidade íntima de estreitar relacionamentos, o erro está em usar os guias como muleta.

É comum quem tem este comportamento abordar as pessoas desta forma: "Fulano, tive um sonho com você e é melhor tomar cuidado com isso ou aquilo...", "Ciclano, hoje tive uma intuição para você fazer isso ou aquilo", "Beltrano, meu guia mandou este recado pra você", etc. Pode acontecer também "incorporações" fora de hora e local.

Você pode se perguntar: - Mas como discernir? Como podemos perceber isso?

Acredite, é simples. Basta aceitar princípios básicos, como: os guias da Umbanda são espíritos que estão muito distantes de nós e se não bastasse isso são ocupadíssimos. Outra ponto fundamental é entender que a espiritualidade está para nos auxiliar em nossa evolução espiritual, compreendendo conceitos espiritualizadores e ainda nos ajudar a nos superarmos. Do mais é por isso que temos dia, hora e local para a espiritualidade se manifestar.

Então pergunto: - Que entidade é esta que presta a falar da vida alheia? Qual é o aprendizado quando uma entidade quer prever uma desgraça na vida de terceiros? Porque uma entidade vai ficar "cochichando" isso ou aquilo que não seja sobre você mesmo? Por fim, é legítimo uma entidade expor tudo isso ao indivíduo que está em pleno desenvolvimento mediúnico, onde a única preocupação deverá ser si próprio? Será de fato uma entidade de Lei?

Obviamente que a resposta é não.

E se ainda assim o indivíduo alega que escuta o guia, que enxerga o guia, que sente o guia e este mesmo guia faz tudo o que acima foi comentado indo mais além, então pergunte-se: - Se não cabe este comportamento aos Guias de Lei da Umbanda, então... estamos falando de zombeteiros e obssessores. No entanto se você freqüenta uma casa de Lei, isso é pouquíssimo provável, de tal forma que só resta aceitar que o animismo esteja acontecendo e assim começar a tratar disso urgentemente, pois o passo seguinte é a cegueira da vaidade ou mesmo a esquizofrenia.

Se ao ler este texto você pensa que não tem nada haver contigo, preocupe-se.

Se ao ler este texto você pensou demais em outras pessoas como enquadradas aqui, preocupe-se ainda mais.

Se ao ler este texto você começou a se analisar, bom caminho.

A Umbanda é evolução, amor, coerência e bom senso!

Saravá!

Por Rodrigo Queiroz

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Oração ao Anjo da guarda

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Senhor Deus, Todo-poderoso, criador do céu e da terra. Louvores Vos sejam dados por todos os séculos dos séculos. Assim seja.

Senhor Deus, que por vossa imensa bondade e infinita misericórdia, confiaste cada alma humana a cada um dos anjos de vossa corte celeste, graças vos dou por essa imensurável graça. Assim confiante em vós e em meu santo anjo da guarda, a ele me dirijo, suplicando-lhe velar por mim, nesta passagem de minha alma, pelo exílio da Terra.

Meu santo anjo da guarda, modelo de pureza e de amor a Deus, sede atento ao pedido que vos faço. Deus, meu criador, o Soberano Senhor a quem servis com inflamado amor, confiou à vossa guarda e vigilância a minha alma e meu corpo; a minha alma, a fim de não cometer ofensas a Deus, o meu corpo, a fim de que seja sadio, capaz de desempenhar as tarefas que a sabedoria divina me destinou, para cumprir minha missão na terra.

Meu santo anjo da guarda, velai por mim, abri-me os olhos, dai-me prudência em meus caminhos pela existência. Livrai-me dos males físicos e morais, das doenças e dos vícios, das más companhias, dos perigos, e nos momentos de aflição, nas ocasiões perigosas, sede meu guia, meu protetor e minha guarda, contra tudo quanto me cause dano físico ou espiritual.

Livrai-me dos ataques dos inimigos invisíveis, dos espíritos tentadores.
Meu santo anjo da guarda, protegei-me.

(rezar 1 Creio em Deus Pai, 1 Pai nosso e 1 Ave Maria)

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O trabalho

"E Jesus lhes respondeu: Meu
Pai obra até agora, e eu trabalho também."
(João, 5:17.)


Em todos os recantos, observamos criaturas queixosas e insatisfeitas.
Quase todas pedem socorro.
Raras amam o esforço que lhes foi conferido.
A maioria revolta-se contra o gênero de seu trabalho.
Os que varrem as ruas querem ser comerciantes; os trabalhadores do campo prefeririam a existência na cidade.
O problema, contudo, não é de gênero de tarefa, mas o de compreensão da oportunidade recebida.
De modo geral, as queixas, nesse sentido, são filhas da preguiça inconsciente.
É o desejo ingênito de conservar o que é inútil e ruinoso, das quedas no pretérito obscuro.
Mas Jesus veio arrancar-nos da "morte no erro".
Trouxe-nos a bênção do trabalho, que é o movimento incessante da vida.
Para que saibamos honrar nosso esforço, referiu-se ao Pai que não cessa de servir em sua obra eterna de amor e sabedoria e à sua tarefa própria, cheia de imperecível dedicação à Humanidade.
Quando te sentires cansado, lembra-te de que Jesus está trabalhando.
Começamos ontem nosso humilde labor e o Mestre se esforça por nós, desde quando?


Pelo Espírito: Emmanuel
Psicografia de Francisco Cândido Xavier
Livro: Caminho, Verdade e Vida.