Joanna de Ângelis / Divaldo Franco
A visão materialista, a respeito do ser humano, com a sua
proposta fatalista sobre o determinismo biológico apresenta, na sua essência,
uma expressiva contribuição de estímulo à insensatez, às perversidade e à
desestabilização moral, por liberá-lo de qualquer responsabilidade ante os
acontecimentos do seu dia-a-dia.
Guiado pelos automatismos bioquímicos do cérebro, gera o
reducionismo que o propele a ser aquilo que se encontra desenhado nos refolhos
da sua constituição neuronal.
Os sentimentos de bondade, de beleza, de perfeição, como
os de criminalidade, de desconsertos morais, de conduta e de conquistas ou
prejuízos resultariam, desse impositivo determinante, do qual ninguém foge.
Os fatores psicossociais, sócio-educacionais, sócio-econômicos
poderão contribuir para amenizar circunstâncias, realizações vitais e suas
conseqüências, não porém, para alterar o curso existencial, face a essa
fatalidade desastrosa da origem.
Tal conceito, além de caótico é, ao mesmo tempo, cômodo,
por isentar de esforço e de respeito por si mesmo, todo aquele que se sente
impulsionado à conduta agressiva, delinqüente ou vulgar, que se permite.
O ser neuronal exclusivamente será sempre vítima das
disposições dos equipamentos cerebrais que dele fazem um anjo ou um revel, um
gênio ou um monstro.
Certamente, não se pode desconsiderar os contributos do
bioquimismo cerebral na existência humana. Isto, no entanto, não constitui a
causa única de êxito ou de insucesso, de moralidade ou desgraça, em razão de se
encontrarem esses neurônios estruturados nas mensagens que procedem das
tecelagens mui sutis do perispírito, no qual, as redes que os constituem têm as
suas gêneses - as conquistas e os danos operados pelo Espírito.
Sendo a consciência uma conquista do Espírito e não uma
secreção neuronal, tal conhecimento altera o quadro da responsabilidade do ser
perante ele próprio, a vida e a humanidade, porquanto confere-lhe o
discernimento, a lucidez, a livre opção para agir.
Harmonia ou instabilidade emocional, psíquica e orgânica,
procedem do ser imortal, cujas realizações imprime na constituição biológica
através da reencarnação.
À educação compete o desenvolvimento dos valores em germe
sob o apoio dos sentimentos que elaboram a realidade de cada qual.
*
O fatalismo biológico desenvolve-se nos moldes da energia
perispiritual, que faculta à mitose celular reproduzir-se de maneira que ajusta
os órgãos no campo vibratório que lhe é próprio.
Sendo a mente uma faculdade do Espírito e não do cérebro,
que tem a função de decodificá-la, ajustando-a às possibilidades do seu
desenvolvimento intelectual, direciona o processo da reencarnação conforme as
realizações em precedentes existências das quais procede.
A mente pensa sem o cérebro e comunica-se após a morte do
corpo, enquanto que, danificado ou sem a ação que dela se origina, ele é
incapaz de pensar.
Processos bioquímicos são destituídos de discernimento
para gerar idéias e selecioná-las, não obstante esses impulsos as possam
arquivar nos refolhos das zonas da memória, que se liga por mecanismos mui
específicos ao Espírito de onde procedem.
Outrossim, os variantes níveis de consciência jamais
resultam da freqüência dos hormônios neuronais, e das cerebrinas ou de outros
fatores biológicos, em razão do processo evolutivo que fixa cada período,
emulando o ser a conquistas mais expressivas e elevadas.
A máquina, seja qual for, é destituída de espontaneidade,
não funcionando sem o auxílio daquele que a elaborou. Por mais complexo e
admirável seja o seu mecanismo, o agente independe-lhe, embora ela não o
dispense.
Os impulsos cerebrais, as sinapses responsáveis pela
preservação da vida orgânica decorrem do agente que a organiza e direciona,
mesmo que sem consciência do processo estruturado nas Leis da Vida, que
estabeleceram a mecânica da reencarnação.
Sem o ser causal, não há funcionamento no conjunto orgânico
temporal.
*
A consciência cresce e desenvolve-se à medida que o
Espírito adquire experiência através das reencarnações. Em uma existência
apenas, torna-se irrealizável o esforço de alcançar os patamares elevados, a
perfeita integração com a Cósmica. Entretanto, degrau a degrau, vivenciando as
realizações e incorporando-as ao patrimônio intelecto-moral, momento surge em
que o conhecimento discerne e age em consonância com os Divinos Códigos,
passando, então, a viver o patamar libertador.
Todas essas conquistas são impressas nos neurônios
cerebrais através dos processos bioquímicos propiciados pelo perispírito e
manifestando-se no comportamento do ser humano.
A mente pensa sem o cérebro e comunica-se após a morte do
corpo
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