sexta-feira, 17 de julho de 2009

Juca Rosa, um feiticeiro no Rio do século XIX

Nunca tinha ouvido falar em Juca Rosa até ler o artigo de Gabriela Sampaio, da Universidade Estadual de Campinas, estampado no livro África Subsaariana: Multiculturalismo, Poderes e Etnicidades. Com o título "A história do feiticeiro Juca Rosa: matrizes culturais da África Subsaariana em rituais religiosos brasileiros do século XIX", o texto conta a vida do curandeiro Rosa, nascido no Rio em 1833, filho de mãe africana. Segundo a publicação, desde 1860 Rosa liderava uma misteriosa associação, de vasta clientela, atendendo desde escravos libertos a políticos influ entes. "Membros de diferentes grupos sociais se deslocavam até sua casa em busca de conselhos e prodigiosas curas". Nos rituais, conta a pesquisadora, Rosa usava uma camisa branca e uma calça de veludo azul com franjas prateadas; na cabeça, um gorro de veludo com franjas e bordas também prateadas. Pai Quibombo era um dos nomes pelo qual era conhecido, pelo visto um dos primeiros pais-de-santo do Rio de Janeiro. O estudo contribui para mostrar a confluência de tradições que ocorria no Brasil imperial e para entender melhor o confronto cultural entre africanos e europeus nas Américas.

Ela finaliza: "partindo da história de Juca Rosa chegamos à grande influência de tradições culturais da África Centro-Ocidental nas origens do que se conhece hoje como umbanda e candomblé, religiões afro-brasileiras de grande popularidade em todo o país, entre pessoas provenientes de grupos populares mas também entre intelectuais e membros das elites políticas e econômicas".

Maiores referências a tese da Dra. Gabriela dos Reis Sampaio, pode ser obtida na base de Bibliotecas da UNICAMPI (a Tese pode ser baixada, para isso basta fazer um pequeno cadastro), em: http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000202931

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