sábado, 22 de agosto de 2009

Os Orixás e a lenda da criação, origem da terra e da vida planetária

Existem várias histórias com os Orixás para explicar a criação. É uma das raízes, assim como existem histórias dos inkices e voduncis, dependendo da nação africana. São lendas da criação...

A visão da umbanda, em suas várias influências, contempla também a explicação espírita, católica e indígena. Além da africana Não existe uma “escola” de umbanda que predomine sobre as demais. Há que se ter uma visão panorâmica da umbanda para depois, contemplada sua diversidade, tentarmos traçar uma opinião sobre a origem da vida e dos seres vivos na Terra.

Somos uma religião mediúnica não codificada, que tem aspectos filosóficos, espirituais e doutrinários. Qualquer sacerdote, dirigente, médium, da umbanda, que afirmar opiniões conclusivas em um tema tão rico, estará se referindo à umbanda que ele pratica, não ao todo do movimento.

Ao contrário do que se pensa, a umbanda é uma religião monoteísta, ou seja, seus fiéis acreditam em um único Deus Supremo, chamado por muitos nomes em virtude de contrações e adaptações das línguas africanas, indígenas e judaico-cristãos que a influenciaram.

Quanto às lendas das criações e mitos com os Orixás, temos a predominância yorubá ou nagô. Fora desta raiz, os orixás também têm similaridades em outras nações africanas, sendo conhecidos como inkices e voduncis.

O Ser Supremo, Olorum – também chamado Olodumaré - é resultado da contração de Ol' (oni) e Orum, que quer dizer céu, designando o Senhor do Céu.

Assim como nas demais religiões monoteístas, segundo esta raiz da umbanda, Deus - Olorum criou o mundo material e tudo que está nele, inclusive o homem. Para ajudá-lo nessa tarefa, criou também os Orixás, forças sobrenaturais que habitavam o Orum (Céu) e se concretizaram associados às forças da natureza e seus elementos planetários, manifestando-se através desses.
Conta a lenda yorubana que no princípio dos tempos existiam dois mundos: o Orum, espaço sagrado dos orixás, e o Aiyê, espaço destinado aos seres vivos - Terra. No Aiyê primitivo só existia água. Um dia Olorum resolveu recriar o espaço para a humanidade que também criaria num segundo momento. Designou os orixás, cada um relacionando com um dos elementos: ar, terra, fogo e água.

Na formação da Terra, os mitos de criação falam de diversos conflitos havidos entre os Orixás, que neste caso estão humanizados, tendo qualidade e defeitos dos homens, para que possamos entender nossas próprias emoções. Não detalharemos as contendas havidas porque ficaria muito extenso o relato. Esta linguagem figurada com os orixás sendo pessoas foi necessária para que à época as pessoas pertencentes aos clãs tribais compreendessem o sagrado e os processos criativos divinos, bem como os próprios Orixás, que são aspectos de Olurum – Deus – que se concretizam nas forças da natureza planetária para que possamos percebê-los no mundo material.

Finda a formação da Terra, ela estando pronta e em condições propiciatórias de abrigar a vida humana, Oxalá recebeu de Olurum, num ato supremo de inspiração e amor, uma tarefa tão importante quanto todas as outras: a de criar o homem que habitaria o Aiyê - Terra. Oxalá usou o barro e a água para esculpir bonecos inanimados de todas as formas e de todas as cores. Olorum, então, soprou a vida nas narinas dos bonecos de barro, criando os seres humanos. Esse sopro da vida é chamado pelos yorubás de emi. Estavam então criados o mundo e o homem.

Oxalá é sincretizado com Jesus.

Um comentário:

Rodrigo Guedes Barboza disse...

É interessante notar como todos nós que buscamos o bem próprio e do nosso próprio veneramos no final das contas a mesma Força, chamemos ela como for: Deus, Jesus, Yaweh, Allah, Ogum... O mais importante é respeitar sempre a crença alheia.