terça-feira, 11 de outubro de 2011

Pombagiras e a incorporação por homens

Por Claudia Baibich

A incorporação de entidades com apresentação feminina, por homens, sempre foi um tema polemico, bem como consagrar a coroa de um médium homem a um Orixá feminino.

O contrário é visto de forma muito natural. Ou seja, mulheres que são filhas de Ogum, Oxóssi, Xangô e Oxalá, incorporam Caboclos, Baianos, Boiadeiros, Pretos Velhos, Marinheiros e Exús.

A falta de conhecimento gera e alimenta o preconceito em relação aos irmãos que trabalham com entidades femininas. Isso resulta em um "travamento" por parte de muitos médiuns que têm receio de serem mal interpretados ao darem passagens aos espíritos com apresentação feminina, especialmente, as Pombas Giras.

Mesmo os homossexuais resolvidos e assumidos, ficam receosos de serem considerados puramente anímicos ou mistificadores.

Com a mais absoluta certeza, homens e mulheres heterosexuais e homossexuais são aparelhos mediúnicos com os mesmos compromissos e responsabilidades com seus guias.

Homens heterosexuais e seguros podem incorporar Pombas Giras, sim!

Conheço alguns, sobre os quais não pairam dúvidas sobre sua "macheza", que incorporam e trabalham regularmente com entidades femininas.

Queridos irmãos, o que conta é o amor que disponibilizamos aos nossos guias, sejam eles Caboclos de Ogum ou Pombas Giras de Oxum!

domingo, 9 de outubro de 2011

Pomba gira Rosa Caveira

Essa Lenda que será contada aqui, pertence à uma de suas vidas passadas, lembrado que nem sempre a Rosa Caveira que é citada, é a mesma que incorpora. Então a história poderá ser diferente da outra, mas sempre será a mesma Rosa Caveira. Lembra-se ainda que esta Lenda, passa por inúmeros Sites.

“Ela viveu aproximadamente á 2.300 anos antes de Cristo, na região da Mongólia, os seus pais eram agricultores e tinham muita terra. Ela era uma das 7 filhas do casal, sendo que seu nascimento, deu-se na primavera e a mãe dela tinha um jardim muito grande de rosas vermelhas e amarelas, que rodeava toda sua casa. E foi nesse jardim, onde ocorreu seu parto. Seus pais além de serem agricultores, também eram feiticeiros, mas só praticavam o bem para aqueles que os procuravam, e sua mãe tinha muita fé em um cruzeiro que existia atrás de sua casa no meio do jardim, onde seus parentes eram enterrados. No parto da Rosa Caveira, a mãe estava com problemas, e dificultava o nascimento da mesma e estava perdendo muito sangue, podendo até morrer no parto. Foi quando a avó da Rosa Caveira que já havia falecido há muito tempo, e estava sepultada naquele cemitério atrás de sua casa, vendo o sofrimento de sua filha, veio espiritualmente ajuda-la no parto, sendo que sua mãe com muita dificuldade e a ajuda de sua avó (falecida), conseguiu dar a luz a Rosa Caveira, e como prova de seu Amor a neta, sua avó, colocou em sua volta, várias Rosas Amarelas e pediu a sua filha que a batiza-se com o nome de ROSA CAVEIRA, pelo fato dela ter nascido em um jardim repleto de Rosas e encima de um Campo Santo (cemitério), e também por causa da aparência Astral de sua mãe (avó), que aparentava uma Caveira. E em agradecimento a ajuda da mesma, ela colocou uma Rosa Amarela em seu peito e segurando a mão de sua mãe, a batizou com o nome de ROSA CAVEIRA DO CRUZEIRO, conhecida com o nome popular de Rosa Caveira.

Ela cresceu com as irmãs, mas sempre foi tratada de modo diferente pela suas irmãs, sempre quando chegava a data de seu aniversario sua avó ia visitá-la (espiritualmente), e por causa destas visitas e carinho que seus pais tinham a ela, suas irmãs começaram a ficar com ciúmes e começaram a maltratar a Rosa, debochar dela, chamar ela de amaldiçoada pois havia nascido encima de um Campo Santo e seu parto feito por uma morta, de caveira dos infernos, etc. E a cada dia que se passava, Rosa ficava com mais raiva de suas irmãs. Então ela pediu para seus pais, que ensinasse a trabalhar com magia, mas não para fazer maldade, mas sim para sua própria defesa, e ajuda de pessoas que por ventura a fosse procurar. Sua avó vinha sempre lhe dizer que ela precisaria se cuidar, pois coisas muito graves estariam para acontecer. Seu pai muito atencioso a ensinou tudo o que ela poderia apreender, e também ensinou-a a manejar espadas, lanças, punhais, ou seja, armas em geral. Sua mãe lhe ensinou tudo o que poderia ser feito com ervas, poções, perfumes, e principalmente o que se poderia fazer em um Cruzeiro. Foi ai que suas irmãs ficaram com mais raiva ainda, pois ela estava sendo preparada para ser uma grande Feiticeira, e sendo ajudada por seus Pais e sua Avó, e zombava mais ainda dela, chamando-a de mulher misturada com homem e demônio, uma aberração da natureza, não por causa de sua aparência, pois ela era linda, mas sim por vir ao mundo nas mãos de uma Caveira (sua avó), e ter nascido encima de um cemitério.

Suas irmãs se casaram com agricultores da região, porém uma de suas irmãs (a mais velha), se aperfeiçoou em Magia Negra, e por vingança do carinho e a presteza que seus Pais davam a Rosa e não a elas, não porque seus pais gostavam mais dela, pois eles tinham amor igual a todas, mas Rosa demonstrava mais interesse do que as outras, ela fez um feitiço que matou seus pais. A Rosa com muita raiva, matou sua irmã e seu marido. As outras irmãs com medo dela, juraram lealdade a ela e nunca mais zombaram dela.

Aos 19 anos ela saiu ao mundo querendo descobrir algo novo em sua vida, foi quando ela conheceu um homem (Mago) que tinha 77 anos, e juntos com seus 4 irmãos, ele foi ensinando a ela varias magias e feitiços, tudo sobre a vingança, o ódio, a dor, pois esse homem era o Mago mais odiado e temido da redondeza pelos Senhores Feudais e Magos Negros. Vivia em um cemitério com seus 4 irmãos e discípulos. Ela aprendeu a ver o futuro e fazer várias Magias de um modo diferente, sempre usava um crânio tanto humano como de animal e em sua boca colocava uma rosa amarela, foi quando em uma de suas visões, viu suas irmãs planejarem sua morte. Ela por sua vez muito esperta, fez uma Magia, que matou todas suas irmãs. Após fazer isso ela voltou a companhia do mago, e com sua ajuda percorreu várias aldeias, causando guerras para fazer justiça e para livrar os povos dos Senhores Feudais, e também livrar esses povos de encantos de Magos Negros e Feiticeiros Malignos, e por causa disso ela era muito venerada, adorada e respeita por todos. Aos 99 anos, seu amado e seu mestre, morreu e ela assumiu seu lugar junto com o irmão mais velho do mago.

Aos 77 anos ela foi traída por um dos irmãos do mago falecido, o terceiro irmão, que a entregou a um mago que estava a sua procura, este Mago era um dos mais temidos e perversos e que sabia o ponto fraco dela. Com a ajuda desse irmão, esse Mago a matou, e degolou a Rosa e entregou sua cabeça em uma bandeja de ouro rodeada de rosas vermelhas, para os Espíritos dos Magos Negros. Após isso ela ficou aprisionada espiritualmente por esse mago até ser liberta pelo seu amado e mestre o mago falecido, que entregou a falange do Exu Tata Caveira. O irmão do mago que a traiu, foi morto 3 anos depois pela própria Rosa, que deu sua alma de presente a seu Amado e Mestre, se tornando assim seu escravo.

Foi ai que ela começou a trabalhar na linha das almas e ficou conhecida como Rosa Caveira (Pomba-Gira Guerreira e Justiceira), pois em sua apresentação astral ela vem em forma de mulher ou caveira, ou meio a meio sempre com uma Rosa amarela em suas mãos e uma caveira aos seus pés, caveira esta que representa, todos seus inimigos que cruzam seu caminho.

Trabalha na linha das almas e faz parte da falange do Exu Caveira e Tava Caveira, seu ponto de força, é no cruzeiro das almas, onde são entregues seus pedidos e oferendas. Sua Flor preferida é Rosa Amarela ou vermelha. Sua guia é, preta e branca ou amarela e preta. Pertence a linha negativa dos pretos velhos.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Amor e Expectativa

As pessoas se sentem muitas vezes rejeitadas porque antes mesmo delas darem algo, já existe a expectativa. Se a expectativa não for satisfeita, elas se sentem rejeitadas. É a expectativa que está criando problema, não o amor.
Dê o amor sem qualquer corda amarrando-o. Dê o amor pelo puro prazer de dar. Alegre-se dando-o.
O pássaro cuco, ao cantar distante, não se preocupa se alguém está gostando ou não. A estrela distante - você pensa que ela está preocupada se um poeta está escrevendo um belo poema sobre ela ou se um Vicent van Gogh está pintando-a, ou se um fotógrafo ou um astrônomo estão preocupados com ela? A estrela não está interessada nisso. A sua alegria está em continuar brilhando.
Simplesmente abra o seu coração... E abra-o totalmente, sem quaisquer expectativas e condições. É certo que ele alcançará o coração certo; isto sempre acontece.
...E você está me perguntando: Seria este o tempo e o lugar para abrir o meu coração totalmente?
Todo tempo e todo lugar é o lugar certo!
...Você esperou tempo demais, não espere mais.
Este é o tempo. Nunca confie no momento seguinte; o amanhã nunca vem.
É agora ou nunca"!
OSHO.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Eguns: Culto ao ancestral

Baba Egungun ou Egun ou até mais conhecido como Egum é um ancestre ( relatiavamente é um ou vários membros de nossa família que desencarnaram).


Na Nigéria, o culto a Egungun está relacionado aos ancestrais. O povo Yoruba acredita nesta energia porque entendem que não existiria o presente e o futuro, sem a existência do passado. O culto é um dos mais difundidos em toda a população Yoruba. Na Nigéria são quase 30 milhões de pessoas que cultuam Egungun. Para se ter uma idéia da força desta energia, na Nigéria os três orixás mais cultuados são Exu, Ogun e Egungun.
Egungun é considerado orixá - ele é a única energia que dá ao homem condições de ser venerado depois de sua morte, dependendo do histórico da vida da mesma.
O culto a Egungun é altamente mágico e secreto, por isso os Olojés (pessoas que tem o poder de manipular a energia de Egungun) são respeitadíssimos. Todas as pessoas podem se beneficiar da energia de Egungun para solucionar problemas no amor, trabalho, saúde, espiritualidade, etc.

No Brasil o culto não é difundido como na Nigéria e apesar dos equívocos de alguns pais e mães de santo, na Ilha de Itaparica, existe o culto de Egungun considerado parecido ao da Nigéria. Em Itaparica o culto é totalmente secreto, talvez esse o motivo de não se ter mutilado através dos tempos, da escravidão aos tempos de hoje. O culto é equivocado no Brasil pois muitas pessoas dizem que Egun é energia negativa, e isso não é verdade.

O que falta, talvez para as pessoas do Brasil, seria informações sobre Egungun. O povo Yoruba acredita em reencarnação, pois Egungun está interligando vida e morte: assim que uma criança nasce, eles fazem todo um procedimento para saber o destino da criança, manipulam oráculos, ou então pedem a ajuda de babalawo que através de ifá, sabem se a criança é uma encarnação de algum antepassado. Constatando-se o fato, é feito o ritual de ikomojade, onde a criança terá um nome e é apresentada para a comunidade com uma festa.

Este ritual de ikomojade é feito dessa maneira: para o menino só depois de sete dias de vida e a menina após nove dias. O nome é muito importante para os Yoruba.

Se os babalawo, ao consultarem o oráculo, constatam que a criança é uma reencarnação de um antepassado, determinam o nome de babatunde (para meninos) e iyabode (para meninas). Esses nomes são utilizados no caso de reencarnação dos avós. Existem outros nomes que são dados dependendo do que for analisado pelo oráculo, trazendo sorte ao destino da pessoa:

Egun = Babaegun (uma coisa só) = Energia positiva

Oku orun (cidadão do orun) = Energia positiva

Oku (espírito sem procedência) = Energia negativa
VEJA AQUI ALGUNS NOMES DE EGUN, EGUM OU EGUNGUN

BÁBÀ ABICURE

ARÁSOJÚ

ALOJADE

BÁBÀ OJÚIRE

NILEKÉ

BÁBÀ AFERAN

DAN ORÚN

OMIODO

OJUINÃ

ONIRE

BÁBÀ YAO

ONILA

OKIM

NILÁ

ILEKÉ

BÁBÀ XIGUIDI

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Oxumarê

Oxumaré ou Oxumarê é a energia das cores, da luz do sol após as chuvas, o arco-íris, e por isso mesmo associado às serpentes, que são muito coloridas e poderosas.

Conta o mito que apesar de tudo que houvera com Obaluaiê, Nanã e Oxalá tiveram outro filho. Este era Oxumarê. Contudo, como novamente eles haviam desobedecido os preceitos de Orunmilá, Oxumarê nasceu sem braços e sem pernas, com a forma da serpente, rastejando pelo terra, e ao mesmo tempo de homem. Mais uma vez decepcionada, Nanã abandonou Oxumarê.

Oxumarê, entretanto, possuía grande capacidade adaptativa e, mesmo sem membros para locomover-se, aprendeu a subir em árvores, a caçar para comer, a colher as batatas doces de que tanto gostava, a nadar e possuía imensa astúcia e inteligência.

Orunmilá, o deus da adivinhação do futuro admirando-se e apiedando-se dele tornou-o um orixá belo, de sete cores de luz, encarregando-o de levar e trazer as águas do céu para o palácio de Xangô. É Oxumarê portanto quem traz as águas da chuva e é a ele que se pede que chova.
Como seu percurso era longo, Oxalá, seu pai, fez com que ele tomasse a forma do arco-íris quando tivesse esta missão a realizar. Com as águas da chuva, Oxumarê traz as riquezas aos homens ou a pobreza. Oxumarê vive com sua irmã Ewá no fim do arco-íris.

sábado, 1 de outubro de 2011

Ogum

O orixá Ogum é um dos mais amados na cultura ioruba. Em primeiro lugar porque ele foi o primeiro ferreiro. Como foi ele, também, quem descobriu a fundição e inventou todas as ferramentas que existem. Com a foice ele abriu os primeiros caminhos para o resto do mundo, o que dá a ele o poder de abri-los ou fechá-los. Com a faca ele fez o primeiro sacrifício ritual. Com o ancinho ele arou terras e plantou, com a tesoura cortou peles e inventou os abrigos. Com o machado cortou árvores para construir abrigos, com o martelo pode unir com pregos que inventou, os troncos. Com a cunha pode levantar grandes pesos e assim aconteceu de Ogum, com a espada que forjou, guerreou e conquistou territórios para seu povo. Ele, no entanto, não quis ser rei, pois preferia os desafios ao poder. Continuou lutando e inventando para sempre.

Ogun vive sozinho; é um solteirão convicto. Teve muitas mulheres, mas não vive com nenhuma. Um dos mitos sobre ele diz que Ogum, é filho de Iemanjá com Odudua. Desde criança já era destemido, impetuoso, arrojado e viril, tendo se tornado sempre mais e mais um brilhante guerreiro e conquistado, para seu pai, muitos reinos, não havendo, por esta razão, um só caminho que Ogum não tenha percorrido. Nos intervalos entre as guerras e as conquistas.

Um irmão dedicado, diz o mito que Ogum tinha por Oxóssi uma afeição muito especial, defendendo-o várias vezes de seus inimigos e passando mesmo a morar fora de casa com Oxóssi, quando este foi expulso de casa por Iemanjá.

Diz ainda o mito que foi Ogum quem ensinou Oxóssi a defender-se, a caçar e a abrir seus próprios caminhos nas matas onde reina. Ogum teve muitas mulheres, a principal delas Iansã, guerreira como ele. Tendo sido roubada por Xangô, que é seu irmão por parte de mãe, Ogum passou a viver sozinho, para a guerra e a metalurgia.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

30/09 - DIA DE SÃO JERÔNIMO

Doutor da igreja, e um dos maiores especialistas em bíblias de sua época

Ele nasceu em Stridonium perto de Aquiléia, Itália e estudou em Roma. Foi batizado na idade de 18 anos, mas foi criado desde pequeno como cristão. Em 374 foi para a Antiópia e teve um visão em que Cristo o admoestava dizendo:
"Ciceronianus es, non Christianus" "Você é um Cicerone e não um Cristão" uma condenação da preferencia de Jerônimo a literatura romana e não aos escritos cristãos. Ele foi então para Chalcis, no deserto da Síria e ficou lá por quatro anos, aprendendo hebreu e os escritos de São Paulo de Tebas. Após sua ordenação ele viveu em Constantinopla, hoje Istambul, estudando sob São Gregório Nazaianzus. Retornando a Roma ele chamou a atenção do Papa Damascus e serviu com secretario papal tornando-se uma figura muito popular até a morte de Damascus. Depois foi para Belém onde ficou lá com Santa Paula, São Eustáquio e outros, pregando na Palestina e no Egito. São Jerônimo devotou a sua via aos propósitos escolares traduzindo Sagradas Escrituras, revisando versões em Latin do Novo testamento principalmente a tradução da bíblia do grego para o Latin chamada "Vulgate ", na qual ficou 15 anos (teria sido uma sugestão do Papa Damascus). De 405 até a sua morte ele continuou a escrever e atacar a heresia Pelagiana. Seus outros trabalhos incluem :

1)"Uma Continuação da Historia Eclesiástica ".

2)"De Viris Illustribus" (uma apresentação dos maiores escritores dos anos anteriores).

3)Um grande número de cartas ; uma tradução de Origines e a tradução e comentários de uma vasta variedade de tratados controvertidos.

Ele morreu em 30 de setembro após longa doença.
Ele é honrado com sendo um dos primeiros estudiosos do início da Igreja e um gênio que deu uma grande contribuição para a área escolástica bíblica.

Na arte litúrgica ele mostrado as vezes como um cardeal atendido por um leão ou ainda como um eremita. Outras vezes como um escolástico.
Padroeiro dos bibliotecários e das secretárias.
Na UMBANDA ele é venerado como Xangô, o deus do relâmpago.

A sua festa é celebrada em 30 de setembro.

Porque do leão ?

O Leão e São Jerônimo

Em Vita Divi Hieronymi (Migne. P.L., XXII, c. 209ff.) traduzido para o Inglês por Helen Waddell em "Beasts and Saints" (NY: Henry Holtand Co., 1934), você encontrará as razões pelas quais São Jerônimo é pintado geralmente com um leão ao seu lado.

" Uma tarde São Jerônimo sentou-se com seus amigos monges no seu monastério em Jerusalém ouvindo a lição do dia quando um gigantesco leão aproximou-se andando em três patas, com a quarta pata levantada. Imaginem o caos que se seguiu quando todos os monges correram, cada um para um lado, mas São Jerônimo calmamente levantou-se e foi se encontrar com o hospede não convidado. Naturalmente o leão não podia falar, mas ofereceu a sua pata ferida ao bom padre. Jerônimo examinou a pata e pediu a um monge menos medroso, um balde com água e lavou a pata ferida do leão. Aí Jerônimo notou que a pata estava perfurada por espinhos. Jerônimo retirou com cuidados os espinhos e aplicou uma pomada e o ferimento rapidamente sarou. O gentil cuidado amansou o leão que ia e vinha pacificamente onde estava São Jerônimo como se fosse um animal doméstico. Deste episódio Jerônimo disse "Pensem sobre isto e vocês encontrarão varias respostas. Eu creio que não foi tanto para a cura de sua pata que Deus o enviou, pois Ele curaria a pata sem a nossa ajuda, mas enviou o leão para mostrar quanto Ele estava ansioso para prover o que necessitamos para o nosso bem."

Os irmãos sugeriram que o leão poderia ser usado para acompanhar e proteger o jumento que carregava a lenha para o monastério. E assim foi por muito tempo. O leão guardava o jumento enquanto este ia e vinha. Um dia entretanto, o leão ficou cansado de dormiu enquanto o jumento pastava. Mercadores de óleos egípcios levaram o jumento.
O leão lá pelas tantas acordou e passou a procurar o jumento.Com incrível ansiedade procurou todo o dia. No final do dia voltou e ficou no portão do monastério parado e consciente de sua culpa o leão não tinha mais o seu andar orgulhoso que ele fazia ao lado o burrico.
Quando outros monges o viram concluíram que o leão tinha na verdade comido o jumento. E eles recusaram a alimentar o leão e o enviaram de volta para comer o resto da sua matança. Mas ainda havia uma certa dúvida se o leão havia ou não matado o jumento e assim Jerônimo mandou que eles procurassem pela carcaça do jumento e não a encontraram, e nem sinal de violência. Os monges levaram a noticia para São Jerônimo que disse " Eu fico triste pela perda do asno, mas não façam isto com o leão. Tratem dele como antes dêem comida a ele, e ele fará o serviço do jumento.Façam com que ele traga em seu lombo algumas das peças de lenha." E assim aconteceu.
O leão regularmente fazia a sua tarefa, mas continuava a procurar o seu velho companheiro. Um dia ele subiu uma colina e viu na estrada homens montados em camelos e um montado em um jumento. Ele então foi de encontro a eles. Ao se aproximar ele reconheceu o seu amigo e começou a rugir. Os mercadores assustados correram como puderam deixando o jumento e os camelos e sua carga para atras.
O leão conduziu os animais para o mosteiro .Quando os monges o viram aquela parada inusitada de um leão liderando um jumento e camelos correram para Jerônimo e ele foi lá, abriu os portões e disse: "Tirem a carga dos camelos e do jumento, lavem suas patas e dêem comida a eles e esperem para ver o que Deus tinha em mente para mostrar a este seu servo quando nos deu o leão".
Quando sua instruções foram seguidas o leão começou a rugir de novo e a balançar o seu rabo alegremente. Os irmãos com remorso da calúnia que haviam pensado do pobre leão disseram uns aos outros "Irmão confie na sua ovelha mesmo se por um tempo ela pareça um ganancioso rufião e Deus fará um milagre para curar o seu caráter".
Neste meio tempo Jerônimo sabendo o que viria disse: "Meus iramos fiquem preparados e preparem refrescos porque novos hóspedes virão e deverão ser tratados sem embaraços’.
Assim os irmãos preparam para receber as visitas e em breve os mercadores estavam no portão. Foram bem-vindos, mas eles prostraram aos pés de São Jerônimo e pediram perdão pelas sua falhas. Gentilmente Jerônimo disse "dêem os refrescos a eles e deixem partir com os seu camelos e suas cargas. Os mercadores ofereceram metade do óleo que os seus camelos carregavam para as lâmpadas do mosteiro e mais alguns alimentos para os monges.
O chefe dos mercadores estão disse "Nós daremos todo óleo que vocês precisarem durante todo ano e nossos filhos e netos serão instruídos de seguirem esta ordem, e ainda nada de sua propriedade será jamais tocada por qualquer de nós ".
São Jerônimo aceitou e os mercadores de sua parte aceitaram os refrescos e partiram com benção e voltaram alegres para o seu povo. São Jerônimo então disse "vejam meus irmãos o que Deus tinha em mente quando nos mandou o seu leão"!

Kaô, Kaô Xangô


Xangô não é São Jerônimo. Mas historicamente ocorreu o sincretismo, a aproximação das "identidades" e  hoje muitos cultos afro-brasileiros comemoram o dia de Xangô no mesmo dia de São Jerônimo.  Xangô é o senhor da justiça, seu poder se manifesta na pedreira. E aqui um ponto de contato com a "versão" do santo católico, que também se retirou para uma vida de estudo numa gruta que, em imagens, se assemelha a uma pedreira. Seu símbolo é  o machado de duas faces, significando que o machado tanto protege seus filhos das injustiças como os punem quando as cometem e utiliza   Estrela de 6 pontas que representa o poder equilibrador do Universo.
Orixá Xangô
Cor:
  Marrom e Amarelo para Xangô Puro e Amarelo e Lilás para Xangô do Oriente
Fio de Contas: Marrons e Amarelas para Xangô Puro e Amarelas e Lilases para Xangô do Oriente
Ervas: Saião, Morangueiro, Musgo da Pedreira, Quebra Pedra, Elevante,  Para raio, Saião
Símbolo: Machado de duas Laminas, o Oxé
Pontos da Natureza: Pedreira
Flores: Palmas Amarelas e Lilases, Monsenhor Amarelo, Monsenhor Lilás, Violetas Lilases e Saudades
Essências: Melão e Lilás Para Xangô do Oriente, Morango Para Xangô Puro
Pedras: Ametista Para Xangô do Oriente e Olho de Tigre Para Xangô Puro
Metal: Estanho e Molibdênio
Saúde: Fígado e vesícula
Planeta: Júpiter
Dia da Semana: Quarta-Feira
Elemento: Fogo
Saudação: Kaô Cabecile (Opanixé ô Kaô)
Bebida: Cerveja Preta
Animais: Tartaruga, Carneiro
Comidas: Agebô,  Amalá
Data Comemorativa: 30 de Setembro
Sincretismo: São Judas Tadeu, São Jerônimo

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Obaluaiê ou Omolu

Obaluaiê ou Omolu (os nomes se referem a fases míticas, onde o mesmo deus seria mais jovem ou mais velho), é a energia que rege as pestes como a varíola, sarampo, catapora e outras doenças de pele. Ele representa o ponto de contato do homem (físico) com o mundo (a terra).
A interface pele/ar. A aparência das coisas estranhas e a relação com elas. Ele também rege as doenças transmissíveis em geral. No aspecto positivo, ele rege a cura, através da morte e do renascimento.

Diz o mito que Obaluiaê é filho de Nanã (a lama primordial de que foram feitas as cabeças - oris- humanas) e Oxalá, tendo nascido cheio de feridas e marcas pelo corpo como sinal do erro cometido por ambos, já que Nana seduziu Oxalá mesmo sabendo que lhe era interditado por ser ele o marido de Iemanjá.

Ao ver o filho feio e malformado, coberto de varíola, Nanã o abandonou à beira do mar, para que a maré cheia o levasse. Iemanjá o encontrou quase morto e muito mordido pelos peixes, e tendo ficado com muita pena, cuidou dele até que ficasse curado. No entanto Obaluaiê ficou marcado por cicatrizes em todo o corpo, e eram tão feias que o obrigavam a cobrir-se inteiramente com palhas.

Não se via de Obaluaiê senão suas pernas e braços, onde não fora tão atingido. Aprendeu com Iemanjá e Oxalá como curar estas graves doenças. Assim cresceu Obaluaiê, sempre coberto por palhas, escondendo-se das pessoas, taciturno e compenetrado, sempre sério e até mal-humorado. Um dia, caminhando pelo mundo, sentiu fome e pediu às pessoas de uma aldeia por onde passava que lhe dessem comida e água. Mas as pessoas, assustadas com o homem coberto desde a cabeça com palhas, expulsaram-no da aldeia e não lhe deram nada.
Obaluaiê, triste e angustiado saiu do povoado e continuou pelos arredores, observando as pessoas. Durante este tempo os dias esquentaram, o sol queimou as plantações, as mulheres ficaram estéreis, as crianças cheias de varíola, os homens doentes. Acreditando que o desconhecido coberto de palha amaldiçoara o lugar, imploraram seu perdão e pediram que ele novamente pisasse na terra seca.

Ainda com fome e sede, Obaluaiê atendeu ao pedido dos moradores do lugar e novamente entrou na aldeia, fazendo com que todo o mal acabasse. Então homens o alimentaram e lhe deram de beber, rendendo-lhe muitas homenagens. Foi quando Obaluaiê disse que jamais negassem alimento e água a quem quer fosse, tivesse a aparência que tivesse. E seguiu seu caminho.

Chegando à sua terra, encontrou uma imensa festa dos orixás. Como não se sentia bem entrando numa festa coberto de palhas, ficou observando pelas frestas da casa. Neste momento Iansã, a deusa dos ventos, o viu nesta situação e, com seus ventos levantou as palhas, deixando que todos vissem um belo homem, já sem nenhuma marca, forte, cheio de energia e virilidade E dançou com ele pela noite adentro. A partir deste dia, Obaluaiê e Iansã-Balé se uniram contra o poder da morte, das doenças e dos espíritos dos mortos, evitando que desgraças aconteçam aos homens.
Obaluaiê rege também a força da terra (herdado de sua filiação a Nanã). A umidade dela (por sua adoção por Iemanjá) e as doenças das plantações.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

27/09 Dia de São Cosme e Damião

A festa das Crianças na Umbanda, conhecida como Festa de São Cosme, Damião e Doun, tem duração de um mês, iniciando em 27 de setembro (Cosme e Damião) e terminando em 25 de outubro (Crispim e Crispiniano).
Aproveite o dia, a energia, a vibração e todo o entusiasmo dessas maravilhosas Entidades, de uma pausa para pensar, abrir o coração e entenda, embora de forma simples e pura, as profundas e sábias mensagens desses verdadeiros SÁBIOS – Senhores da Pureza Cósmica. Aproveite também e determine algo especial para você. Determine que seu lado infantil e puro sempre influencie suas decisões e seus relacionamentos.
E, se for à uma festa de Cosme e Damião em um Terreiro de Umbanda, aproveite ao maximo a oportunidade e todos os ensinamentos e leve para casa, além dos doces e bolos, o exemplo de alegria dessa encantadora falange de Yori!
São a alegria que contagia a Umbanda. Descem nos terreiros simbolizando a PUREZA, a inocência e a singeleza. Seus trabalhos se resumem em brincadeiras e divertimentos. Podemos pedir-lhes ajuda para os nossos filhos, resolução de problemas, fazer confidências, mexericos, mas nunca para o mal, pois eles não atendem pedidos dessa natureza.
São espíritos que já estiveram encarnados na terra e que optaram por continuar sua evolução espiritual através da prática de caridade, incorporando em médiuns nos terreiros de Umbanda. Em sua maioria, foram espíritos que desencarnaram com pouca idade (terrena), por isso trazem características de sua última encarnação, como o trejeito e a fala de criança, o gosto por brinquedos e doces.
Assim como todos os servidores dos Orixás, elas também tem funções bem específicas, e a principal delas é a de mensageiro dos Orixás, sendo extremamente respeitados pelos caboclos e pelos pretos-velhos.
É uma falange de espíritos que assumem em forma e modos, a mentalidade infantil. Como no plano material, também no plano espiritual, a criança não se governa, tem sempre que ser tutelada. É a única linha em que a comida de santo (Amalás), leva tempero especial (açúcar). É conhecido nos terreiros de Umbanda e Candomblé, como (ÊRES ou IBEIJI). Na representação nos pontos riscados, Ibeji é livre para utilizar o que melhor lhe aprouver. A linha de Ibeji é tão independente quanto à linha de Exu.
Ibeijada, Erês, Dois-Dois, Crianças, Ibejis, são esses vários nomes para essas entidades que se apresentam de maneira infantil.
No Candomblé, o Erê, tem uma função muito importante. Como o Orixá não fala, é ele quem vem para dar os recados do pai. É normalmente muito irrequieto, barulhento, às vezes brigão, não gosta de tomar banho, e nas festas se não for contido pode literalmente botar fogo no oceano. Ainda no Candomblé, o Erê tem muitas outras funções, o Yaô, virado no Erê, pode fazer tudo o que o Orixá não pode, até mesmo as funções fisiológicas do médium, ele pode fazer. O Erê muitas vezes em casos de necessidade extrema ou perigo para o médium, pode manifestar-se e trazê-lo para a roça, pegando até mesmo uma condução se for o caso.
Na Umbanda mais uma vez, vemos a diferença entre as entidades/divindades. A Criança na Umbanda é apenas uma manifestação de um espírito cujo desencarne normalmente se deu em idades infanto-juvenis. São tão barulhentos como os Erês, embora alguns são bem mais tranqüilos e comportados.
No Candomblé, os Erês, tem normalmente nomes ligados ao dono da coroa do médium. Para os filhos de Obaluaiê, Pipocão, Formigão, para os de Oxoce, Pingo Verde, Folinha Verde, para os de Oxum, Rosinha, para os de Yemanjá, Conchinha Dourada e por ai vai.
As Crianças da Umbanda tem os nomes relacionados normalmente a nomes comums, normalmente brasileiros. Rosinha, Mariazinha, Ritinha, Pedrinho, Paulinho, Cosminho, etc...
As crianças de Umbanda comem bolos, balas, refrigerantes, normalmente guaraná e frutas, os Erês do Candomblé além desses, comem frangos e outras comidas ritualisticas como o Caruru, etc... Isso não quer dizer que uma Criança de Umbanda não poderá comer Caruru, por exemplo. Com Criança tudo pode acontecer.
Quando incorporadas em um médium, gostam de brincar, correr e fazer brincadeiras (arte) como qualquer criança. É necessária muita concentração do médium (consciente), para não deixar que estas brincadeiras atrapalhem na mensagem a ser transmitida.
Os "meninos" são em sua maioria mais bagunceiros, enquanto que as "meninas" são mais quietas e calminhas. Alguns deles incorporam pulando e gritando, outros descem chorando, outros estão sempre com fome, etc... Estas características, que às vezes nos passam desapercebido, são sempre formas que eles têm de exercer uma função específica, como a de descarregar o médium, o terreiro ou alguém da assistência.
Os pedidos feitos a uma criança incorporada normalmente são atendidos de maneira bastante rápida. Entretanto a cobrança que elas fazem dos presentes prometidos também é. Nunca prometa um presente a uma criança e não o dê assim que seu pedido for atendido, pois a "brincadeira" (cobrança) que ela fará para lhe lembrar do prometido pode não ser tão "engraçada" assim.
Poucos são aqueles que dão importância devida às giras das vibrações infantis.
A exteriorização da mediunidade é apresentada nesta gira sempre em atitudes infantis. O fato, entretanto, é que uma gira de criança não deve ser interpretada como uma diversão, embora normalmente seja realizada em dias festivos, e às vezes não consegamos conter os risos diante das palavras e atitudes que as crianças tomam.
Mesmo com tantas diferenças é possível notar-se a maior características de todos, que é mesmo a atitude infantil, o apego a brinquedos, bonecas, chupetas, carrinhos e bolas, como os quais fazem as festas nos terreiros, com as crianças comuns que lá vão a busca de tais brinquedos e guloseimas nos dias apropriados. A festa de Cosme e Damião, santos católicos sincretizados com Ibeiji, à 27 de Setembro é muito concorrida em quase todos os terreiros do pais.
Uma curiosidade: Cosme e Damião foram os primeiros santos a terem uma igreja erguida para seu culto no Brasil. Ela foi construída em Igarassu, Pernambuco e ainda existe.
As festas para Ibeiji, tem duração de um mês, iniciando a 27 de setembro (Cosme e Damião) e terminando a 25 de outubro, devido a ligação espiritual que há entre Crispim e Crispiniano com aqueles gêmeos, pela sincretização que houve destes santos católicos com os "ibejis" ou ainda "erês" (nome dado pelos nagôs aos santos-meninos que têm as mesmas missões.
Não gostam de desmanchar demandas, nem de fazer desobsessões. Preferem as consultas, e em seu decorrer vão trabalhando com seu elemento de ação sobre o consulente, modificando e equilibrando sua vibração, regenerando os pontos de entrada de energia do corpo humano.
Esses seres, mesmo sendo puros, não são tolos, pois identificam muito rapidamente nossos erros e falhas humanas. E não se calam quando em consulta, pois nos alertam sobre eles.
Muitas entidades que atuam sob as vestes de um espírito infantil, são muito amigas e têm mais poder do que imaginamos. Mas como não são levadas muito a sério, o seu poder de ação fica oculto, são conselheiros e curadores, por isso foram associadas à Cosme e Damião, curadores que trabalhavam com a magia dos elementos.

A Magia da Criança
O elemento e força da natureza correspondente a Ibeji são... todos, pois ele poderá, de acordo com a necessidade, utilizar qualquer dos elementos.
Eles manipulam as energias elementais e são portadores naturais de poderes só encontrados nos próprios Orixás que os regem.
Estas entidades são a verdadeira expressão da alegria e da honestidade, dessa forma, apesar da aparência frágil, são verdadeiros magos e conseguem atingir o seu objetivo com uma força imensa, atuam em qualquer tipo de trabalho, mas, são mais procurados para os casos de família e gravidez.
A Falange das Crianças é uma das poucas falanges que consegue dominar a magia. Embora as crianças brinquem, dancem e cantem, exigem respeito para o seu trabalho, pois atrás dessa vibração infantil, se escondem espíritos de extraordinários conhecimentos.
Imaginem uma criança com menos de sete anos possuir a experiência e a vivência de um homem velho e ainda gozar a imunidade própria dos inocentes. A entidade conhecida na umbanda por erê é assim. Faz tipo de criança, pedindo como material de trabalho chupetas, bonecas, bolinhas de gude, doces, balas e as famosas águas de bolinhas -o refrigerante e trata a todos como tio e vô.
Os erês são, via de regra, responsáveis pela limpeza espiritual do terreiro.
A Origem de "Doum"
Este personagem material e espiritual surgiu nos cultos Afros quando uma macamba (denominação de mulher, na seita Cabula) dava a luz a dois gêmeos e, caso houvesse no segundo parto o nascimento de um outro menino, era este considerado "Doum", que veio ao mundo para fazer companhia a seus irmãos gêmeos.
Foram sincretizados com os santos que foram gêmeos e médicos, tem sua razão na semelhança das imagens e missões idênticas com os "erês" da África, mas como faltava "doum", colocaram-no junto a seus irmãos, com seus pequenos bastões de pau, obedecendo à semelhança dos santos católicos, formando assim a trindade da irmanação.
Dizem também, que na imagem original de S. Cosme e S. Damião, entre eles (adultos) havia a imagem de uma criança a qual eles estavam tratando, daí para sincretizarem Doum com essa criança, foi um pulo...

Onde Moram as Crianças
A respeito das crianças desencarnadas, passamos a adaptar um interessante texto de Leadbeater, do seu livro "O que há além da Morte".
"A vida das crianças no mundo espiritual é de extrema felicidade. O espírito que se desprende de seu corpo físico com apenas alguns meses de idade, não se acostumou a esse e aos demais veículos inferiores, e assim a curta existência que tenha nos mundos astral e mental lhe será praticamente inconsciente. Mas o menino que tenha tido alguns anos de existência, quando já é capaz de gozos e prazeres inocentes, encontrará plenamente nos planos espirituais as coisas que deseje. A população infantil do mundo espiritual é vasta e feliz, a ponto de nenhum de seus membros sentir o tempo passar. As almas bondosas que amaram seus filhos continuam a amá-los ali, embora as crianças já não tenham corpo físico, e acompanham-nas em seus brinquedos ou em adverti-las a evitar aproximarem-se de quadros pouco agradáveis do mundo astral."
"Quando nossos corpos físicos adormecem, acordamos no mundo das crianças e com elas falamos como antigamente, de modo que a única diferença real é que nossa noite se tornou dia para elas, quando nos encontram e falam, ao passo que nosso dia lhes parece uma noite durante a qual estamos temporariamente separados delas, tal qual os amigos se separam quando se recolhem à noite para os seus dormitórios. Assim, as crianças jamais acham falta do seu pai ou mãe, de seus amigos ou animais de estimação, que durante o sono estão sempre em sua companhia como antes, e mesmo estão em relações mais íntimas e atraentes, por descobrirem muito mais da natureza de todos eles e os conhecerem melhor que antes. E podemos estar certos de que durante o dia elas estão cheias de companheiros novos de divertimento e de amigos adultos que velam socialmente por elas e suas necessidades, tomando-as intensamente felizes."
Assim é a vida espiritual das crianças que desencarnaram e aguardam, sempre felizes, acompanhadas e protegidas, uma nova encarnação. É claro que essas crianças, existindo dessa maneira, sentem-se profundamente entristecidas e constrangidas ao depararem-se com seus pais, amigos e parentes lamentando suas mortes físicas com gritos de desespero e manifestações de pesar ruidosas que a nada conduzem. O conhecimento da vida espiritual nos mostra que devemos nos controlar e nos apresentar sempre tranqüilos e seguros às crianças que amamos e que deixaram a vida física. Isso certamente as fará mais felizes e despreocupadas.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Doum

Simboliza o ESPÍRITO em sua PRIMEIRA FASE de ENCARNAÇÃO.
Respresenta a criança recém-nascida e por extensão, a primeira infância. A energia pura, o espírito imaculado.
No cristianismo é sempre representada pela imagem dos gêmeos SÃO COSME e SÃO DAMIÃO.
Na Umbanda há uma terceira imagem menor entre os dois santos e representa "DOU" ( ou mais popularmente "DOUM"), o primeiro filho nascido após o parto gêmeo.
No Candomblé são também chamados de IBEIJIS.
Suas ferramentas são brinquedos e guloseimas.
Sua cor é ROSA, a cor rosa da face das crianças.
Tem sua festa em 27 de setembro.

Cosme, Damião e Doum eram trigêmeos e que com a morte de Doum os outros dois irmãos se tornaram determinados em aprender e praticar a medicina para curar a todas as crianças, sempre de forma gratuita. Doum, personifica as crianças com idade de até sete anos de idade, sendo ele o protetor das crianças nessa faixa de idade.

Cosme e Damião e Doum, sincretizam com o Orixá Ibeji e representam as crianças na Umbanda, uma linha de trabalhos muito ligada ao Orixá Oxumaré, que traz em si o arco-íris, as cores, a alegria e a renovação da vida presente em cada criança. Dia 27 de setembro, oferenda, velas azul claro e cor-de-rosa, doces, balas e guaraná ou um bom prato de caruru.

....Por ser uma linha fechada em seus mistérios, não há muito a ser dito sobre a linha das crianças.

....Assim como os caboclos vêm na irradiação de Oxóssi, desenvolvendo seus trabalhos nas linhas de força ativa. São trazidos por Oxalá, Yemanjá, Oxum, etc., os espíritos na forma de crianças para atuarem nas linhas de força dos elementos.

,..Essas “crianças” possuem as características do elemento em que atuam.

...Se trabalham sob a influência do Ar, são alegres e expansivas:

...Se são da linha do elemento Fogo, são irritáveis facilmente

...Se são da Terra, são caladas

;..Se são da linha de Iemanjá ou Oxum, são carinhosas, melodiosas no falar.

....Um elemental é puro quando não comporta os defeitos típicos dos humanos. Mas isso não quer dizer que não possua uma força ativa que possa ser colocada a serviço da humanidade.

...Muitas entidades, que atuam sob as vestes de um espírito infantil, são muito antigas e trazem consigo grandes poderes que escapa à nossa imaginação. Entretanto pelo fato de não serem levadas a sério, o seu poder de ação fica oculto.

...O Orixá das “crianças” ou Erês, é um Guardião de um Ponto de Força do Reino Elementar, e atua sobre toda a humanidade, sem distinção de credos religiosos. Verificamos que em toda a história, grandes mestres da pintura deixaram legado à humanidade obras valiosas com figuras de anjos infantis retratando-os com sensibilidade e demonstrando suas formas com grande pureza.

...Trabalham na linha de Umbanda Sagrada como conselheiros e curadores, com uma pureza peculiar das crianças, fazem seu trabalho com satisfação e alegria.

...Aí está a essência! Como guardiões dos pontos de força do reino elementar, executam seus trabalhos com fortes e puras irradiações na sua origem. Por isso mesmo têm grande facilidade em curar muitas doenças, desde que estas possam ser tratadas com o seu elemento ativo.

...Por isso foram identificados como Cosme e Damião, santos cristãos curadores que trabalham com a magia dos elementos, e como Ibeji, gêmeos encantados do Ritual Africano Antigo.

...Não gostam de desmanchar demandas, nem de fazer desobsessões, preferindo as consultas, e em seu decorrer vão trabalhando com seu elemento de ação sobre o consulente, modificando e equilibrando sua vibração, regenerando os pontos de entrada de energia do corpo humano. Por isso são considerados curadores.

....Os espíritos que atuam no reino elementar puro, utilizam-se de nomes que através dos mesmos podemos identifica-los, e ao elemento que utilizam.

....Na Umbanda a “corrente” das crianças é formada por seres “encantados” masculinos e femininos. Estes seres encantados são nossos irmãos mais novos e mesmo sendo puros, não são tolos, pois identificam muito rapidamente nossos erros e falhas humanas. E não se calam quando em consultas, pois nos alertam sobre os mesmos. Sendo assim, demonstram com sutileza que possuem noções de do que é certo e do que é errado.

....Eles manipulam as energias elementares e são portadores naturais de poderes só encontrados nos próprios Orixás que os regem.

....Na Umbanda, o “mistério criança” é regido pelo Orixá Oxumaré, que é o Orixá da renovação da vida nas dimensões naturais.

Partes retiradas do Livro: “ UMBANDA SAGRADA” de Rubens Saraceni

sábado, 24 de setembro de 2011

Iroko


Iroko representa o tempo. É a árvore primordial. A primeira dádiva da terra (Oduduwa) aos homens. Existe desde o princípio dos tempos e a tudo assistiu, a tudo resistiu, a tudo resistirá.
Iroko é a essência da vida reprodutiva. Do poder da terra. Alguns mitos dizem que Iroko é o cajado de Oduduwa, a Terra, que através dele ensina aos homens o sentido da vida.
É também a permanência dentro da impermanência e impermanência na permanência.

O ciclo vital, que não muda com o transcorrer da eternidade. A infinita e generosa oferta que a natureza nos faz, desde que saibamos reverenciá-la e louvá-la. É também conhecido, nos candomblés como "Tempo", embora esta seja uma designação própria do rito angola. Diz o mito que no princípio de tudo, a primeira árvore nascida, foi Iroko. Iroko era capaz de muita magia, tanto para o bem quanto para o mal, e se divertia atirando frutos aos pés das pessoas que passavam.

Quando não tinha o que fazer, brincava com as pedras que guardava nos ocos de seu tronco. Um dia, as mulheres de uma aldeia próxima ficaram todas estéreis, por ação das Iyami. Então elas foram a Iroko e pediram fertilidade. Iroko, contudo, exigiu dádivas em troca, pois é preciso abrir espaço para receber dons, como é preciso perder as flores para receber os frutos. As mulheres concordaram e prometeram muitos presentes. Uma delas, contudo, tendo como única riqueza seu filho, prometeu dar a Iroko esta criança.

Quando engravidaram, as mulheres foram a Iroko e fizeram as oferendas. Menos a que prometera a criança, pois ela amava muito o filhinho.

Iroko ficou muito zangado. E aguardou o dia em que a criança brincava ao redor dele e a raptou. Quando a mãe foi buscar a criança, Iroko lembrou a mulher de sua promessa, ameaçando matar o outro filho que lhe dera caso ela retirasse "sua" criança dali.
Então a mulher, desesperada, procurou o babalaô, que jogando os búzios sugeriu que ela mandasse fazer um boneco de madeira com as feições de uma criança, banhasse com determinadas ervas e quando Iroko estivesse dormindo, substituísse a criança pelo boneco. E assim ela fez. Até hoje pode-se ver, nas gameleiras brancas o bebe de Iroko, repousando deitado em seus galhos.

Em sua copa vivem também as Iyami Oshorongá, as ajés (feiticeiras) da floresta.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Xangô

Xangô, em seu avatar Ayrá é a força representada pelo som do Trovão, e no avatar Aganju, é a terra firme. É um orixá que representa o poder em todas as suas dimensões: da riqueza, da sedução, da justiça, da força física, da inteligência. É irmão de Ogum por parte de mãe e também de Oxóssi, sendo um filho mais caseiro e próximo de Iemanjá.

Xangô Aganju, a terra firme, apaixonou-se por sua mãe Iemanjá, o mar, perseguindo-a por longo tempo até que ela, cansada, caiu e Aganju a possuiu. Deste incesto nasceram outros orixás, filhos de Iemanjá e Aganju, entre eles os Ibejis.

Xangô era extremamente mulherengo e competitivo, tendo roubado as mulheres favoritas de seus dois irmãos, às quais seduziu com sua beleza, inteligência e poder, pois ele reinou sobre todas as terras e teve como esposas Oxum, a deusa do amor e da beleza, roubada de Oxóssi, o deus das matas, e Iansã, a sensual deusa dos ventos e tempestades, roubada de seu irmão Ogum, o deus da guerra. Ele manteve sempre três esposas, sendo a terceira delas a poderosa Obá, guerreira forte, a única a enfrentar Ogum numa luta física e senhora dos segredos da cozinha, aos quais Xangô não resistiu, embora Obá não fosse uma mulher bonita.

Em suas lutas Xangô conta sempre com a vidência e magia da deusa dos rios, Oxum, com a coragem e impetuosidade de Iansã e com a força bruta de Obá.

Xangô mora num palácio nos céus, onde prepara as chuvas para sua mãe Iemanjá.

Xangô tem poderes secretos, e seu machado bipene é o portador de sua justiça. O barulho dos trovões é o machado de Xangô caindo do céu para fazer justiça.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Oxum

Oxum é a força dos rios, que correm sempre adiante, levando e distribuindo pelo mundo sua água que mata a sede, seus peixes que matam a fome, e o ouro que eterniza as idéias dos homens nele materializadas. Como as águas dos rios, a força de Oxum vai a todos os cantos da terra. Ela dá de beber as folhas de Ossain, aos animais e plantas de Oxóssi, esfria o aço forjado por Ogum, lava as feridas de Obaluaiê, compõe a luz do arco-íris de Oxumarê.

Oxum é por isso associada à maternidade, da mesma maneira que Iemanjá. Por sua doçura e feminilidade, por sua extrema voluptuosidade advinda da água, Oxum é considerada a deusa do amor. A Vênus africana.

Como acontece com as águas, nunca se pode prever o estado em que encontraremos Oxum, e também não podemos segura-la em nossas mãos. Assim, Oxum é o ardil feminino. A sedução. A deusa que seduziu a todos os orixás masculinos.

Diz o mito q Oxum era a mais bela e amada filha de Oxalá. Dona de beleza e meiguice sem iguais, a todos seduzia pela graça e inteligência. Oxum era também extremamente curiosa e apaixonada. E quando certa vez se apaixonou por um dos orixás, quis aprender com Orunmilá, o melhor amigo de seu pai, a ver o futuro. Como o cargo de oluô (dono do segredo) não podia ser ocupado por uma mulher, Orunmilá, já velho, recusou-se a ensinar o que sabia a Oxum.

Oxum então seduziu Exu, que não pôde resistir ao encanto de sua beleza e pediu-lhe roubasse o jogo de ikin (cascas de coco de dendezeiro) de Orunmilá. Para assegurar seu empreendimento Oxum partiu para a floresta em busca das Iyami Oshorongá, as perigosas feiticeiras africanas, a fim pedir também a elas que a ensinassem a ver o futuro. Como as Iyami desejavam provocar Exu há tempos, não ensinaram Oxum a ver o futuro, pois sabiam que Exu já havia roubado os segredos de Orunmilá.

Tendo Exu conseguido roubar os segredos de Orunmilá, o deus da adivinhação se viu obrigado a partilhar com Oxum os segredos do oráculo e lhe entregou os 16 búzios com que até hoje as mulheres jogam. Oxum representa, assim a sabedoria e o poder feminino.

Em agradecimento a Exu, Oxum deu a Exu a honra de ser o primeiro orixá a ser louvado no jogo de búzios, e entrega a eles suas palavras para que as traga aos sacerdotes. Assim, Oxum é também a força da vidência feminina.

Mais tarde, Oxum encontrou Oxóssi na mata e apaixonou-se por ele.

A água dos rios e floresta tiveram então um filho, chamado Logun-Edé, a criança mais linda, inteligente e rica que já existiu.

Apesar do seu amor por Oxossi, numa das longas ausências deste Oxum foi seduzida pela beleza, os presentes e o poder de Xangô, irmão de Oxossi, rompendo sua união com o deus da floresta e da caça. Como Xangô não aceitava Logun-Edé em seu palácio, Oxum abandonou seu filho, usando como pretexto a curiosidade do menino, que um dia foi vê-la banhar-se no rio. Oxum pretendia abandoná-lo sozinho na floresta, mas o menino se esconde sob a saia de Iansã a deusa dos raios que estava por perto. Oxum deu então seu filho a Iansã e partiu com Xangô tornando-se, a partir de então, sua esposa predileta e companheira cotidiana.

domingo, 18 de setembro de 2011

Logun-Edé


Logun-Edé, chamado geralmente apenas de Logun, é o ponto de encontro entre os rios e florestas, as barrancas, beiras de rios, e também o vapor fino sobre as lagoas, que se espalha nos dias quentes pelas florestas. Logun representa o encontro de naturezas distintas sem que ambas percam suas características. É filho de Oxóssi com Oxum, dos quais herdou as características. Assim, tornou-se o amado, doce e respeitado príncipe das matas e dos rios, e tudo que alimenta os homens, como as plantas, peixes e outros animais, sendo considerado então o dono da riqueza e da beleza masculina.

Tem a astúcia dos caçadores e a paciência dos pescadores como principais virtudes.
Dizem os mitos que sendo Oxóssi e Oxum extremamente vaidosos, não puderam viver juntos, pois competiam pelo prestigio e admiração das pessoas e terminaram separando-se. Ficou combinado entre eles que Logun-Edé viveria seis meses nas águas dos rios com Oxum e seis meses nas matas, com seu pai Oxóssi. Ambos ensinariam a Logun a natureza dos seus domínios.
No entanto, o hábito da espreita aprendido com seu pai, fez com que, um dia, curioso a respeito da beleza do corpo de sua mãe, de que tanto se falava nos reinos das águas, Logun-Edé vestindo-se de mulher fosse espiá-la no banho. Como Oxum estivesse vivendo seu romance com Xangô, tio de Logun, e Xangô tivesse exigido como condição do casamento que ela se livrasse de Logun, Oxum aproveitou a oportunidade para punir Logun com sua transformação num orixá meji (hermafrodita) e abandoná-lo na beira do rio. Iansã o encontra, e fascinada pela beleza da criança leva Logun para casa onde, juntamente com Ogum, passa a criá-lo e educá-lo.

Com Ogum Logun-Edé aprendeu a arte da guerra e da forja e com Iansã o amor à liberdade. Diz o mito que Logun tinha tudo, menos amor das mulheres, pois mesmo Iansã, quando roubada de Ogun por Xangô, abandona Logun com seu tio, criando assim um profundo antagonismo entre Xangô e Logun, já que por duas vezes Xangô lhe tira a mãe.

Em outro episódio Logun vai brincar nas águas revoltas (a deusa Obá, também esposa de Xangô) e esta tenta matá-lo como vingança contra Oxum que lhe fizera uma enorme falsidade.

Oxum, vendo em seu jogo de búzios o que estava sucedendo com seu filho abandonado, pede a Orunmilá que o salve e este, que sempre atendia às preces da filha de Oxalá, faz uma oferenda a Obá que permite então que os pescadores salvem Logun-Edé, encarregando-o de proteger, a partir daquele dia, os pescadores, as navegações pelos rios e todos os que vivessem à beira das águas doces.

Logun nunca se casou, devido a seu caráter infantil e hermafrodita e sua companhia predileta é Ewá, que também vive, como ele, solitária e no limite de dois mundos diferentes

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Iansã ou Oyá

Iansã é a força dos ventos, dos furacões, das brisas que acalmam, das coisas que passam como o vento, dos amores efêmeros, sensuais, das tempestades, que assolam a existência, mas não duram para sempre.

Iansã ajudava Ogum na forja dos metais, soprando o fogo com o fole para avivá-lo mais e mais, e assim fabricarem mais ferramentas para trabalhar o mundo e armas para as guerras de que ambos tanto gostavam. Por seu temperamento livre e guerreiro, Iansã era uma companheira perfeita para Ogum. Diz o mito que Iansã não podia ter filhos, por isso adotou Logun-Edé, filho abandonado por Oxum, e o criou durante algum tempo.

Diz o mito também, que Iansã era tão linda que, para fugir ao assédio masculino vestia-se com uma pele de búfalo, e saía para a guerra. Que era amiga tão leal que foi ela a primeira a realizar uma cerimônia de encaminhamento da alma de um amigo caçador ao orum (céu). Iansã não parava jamais.

Um dia em que Xangô foi visitar seu irmão Ogum e encomendar-lhe armas para a guerra, Iansã (também conhecida como Oyá) apaixonou-se por Xangô, e partiu para viver com ele, deixando Logun-Edé com Ogum, que terminaria de criá-lo.

A partir de então, tornou-se uma das três esposas de Xangô e com ele reina e luta, enviando seus ventos para limpar o mundo e anunciando a chegada dos raios e trovões de seu amado.