sábado, 12 de novembro de 2011

Princípios educacionais da Umbanda

Por: Danilo Reis de Matos Oliveira

Educar é todo ato de ensino-aprendizagem, toda ação em que há troca de saberes. A educação acontece em todos os lugares, mas de forma diferenciada. O mesmo se aplica a religião: todo lugar em que há interação, há educação.
A palavra religião é de origem latina, vem de religio, que se traduz em "prestar culto a uma divindade", "ligar novamente" ou simplesmente "religar". Sendo assim, entende-se como religião as crenças e valores inerentes do que o ser humano vislumbra como sobrenatural, seus rituais e códigos morais que derivam destas crenças(AZEVEDO, 2010,p.7).
Para delimitar o campo de estudo, às religiões de matrizes africanas serão aqui denominadas como umbanda ou, umbandomblé , por serem as mais frequentes em Itaberaba.
A umbanda surge da necessidade de assistir os espíritos ancestrais, como os espíritos indígenas, que no candomblé eram tidos por egum , e para os kardecistas eram espíritos "sem cultura" e não podiam trabalhar nestes centros.
Mesmo que cada Casa tenha particularidades no culto, "a doutrina, como uma regra ou conduta moral" é imprescindível para condução dos trabalhos no terreiro. Essas práticas religiosas têm doutrinas diferenciadas de casa para casa, contudo alguns preceitos são onipresentes em todos os seus seguimentos. Não é como nas outras religiões que possuem um livro canônico que regem suas atividades. Mas absorve o que há de bom em todos os seguimentos religiosos para por em prática o princípio da caridade.
A umbanda é uma religião própria, uma verdadeira africanização da religião brasileira, pois o culto aos ancestrais já acontecia na África, nas terras dos bantos, antes da colonização européia (AZEVEDO, 2010, p.132) e a religião indígena também prestava culto aos antepassados. Nela estão presentes elementos africanos, ameríndios, bruxaria européia, Kardecismo e cristianismo, sendo influenciada ainda pelas culturas orientais (AZEVEDO, 2010, p.24). Não é puramente incorporação, ritualismo e coreografia, mas, sobretudo o espiritual, buscando a razão da existência (ORPPHANAKE, 1995, p. 42).
Como ápice da religião está uma divindade criadora do universo. Ao contrário do que propagaram as religiões cristãs, a umbanda não é uma religião que cultua vários deuses, mas um Deus supremo, chamado Olorum , Zambi , Oxalá , Tupã ou Jesus Cristo. Portanto, esta é uma religião monoteísta, "com uma hierarquia organizada abaixo do Deus único" (AZEVEDO, 2009, p.19). Presta-se um culto secundário aos Orixás "como manifestações divinas", as entidades espirituais e os guias, que são espíritos ancestrais, evoluídos, que se incorporam aos médiuns para desenvolverem trabalhos em prol da humanidade (AZEVEDO, 2010, p. 8-9).
A própria etimologia da palavra "umbanda" nos remete ao monoteísmo, pois esta deriva dos fonemas aum (a Divindade suprema), ban (conjunto ou sistema) e dan (regra ou lei), que pode-se interpretar como "o conjunto das leis divinas" (AZEVEDO, 2010, p. 132).
No culto aos orixás como divindades secundárias, observa-se o princípio educacional primordial da umbanda: o respeito à natureza. Os orixás são em sua essência natureza. As questões ritualísticas, como oferendas feitas nas cachoeiras e nas matas são motivo de constante discussão entre ambientalistas e umbandistas. Mas desde o ingresso na religião, estes são instruídos a preservação ambiental. Ao desperdiçar água, por exemplo, o homem estará ofendendo a Oxum e Iemanjá, que são a própria água. O orixá é em si, natureza.
AZEVEDO diz:
[...] vemos o culto aos orixás como manifestação divina. Cada Orixá controla e se confunde com um elemento da natureza, do planeta ou da própria personalidade humana, em suas necessidades e construções de vida e sobrevivência. O culto também ocorre nas Casas de raiz indígena, que o fazem valendo-se dos deuses daquele panteão [...] (2009, p.19).
Além do culto aos orixás, presta-se um culto terciário: aos pretos-velhos, caboclos, boiadeiros, marinheiros, baianos e outras entidades que assumem caráter regional. Como seguem uma hierarquia, os caboclos ocupam a mais alta falange.
Há também outra entidade que é cultuada em todo seguimento de umbanda: Exu. Esta entidade, importantíssima no culto, foi erroneamente sincretizado com o diabo cristão. Contudo as concepções de diabo e inferno não estão presentes nas religiões afro-brasileiras. Sobre isso, CUNHA JUNIOR diz:
"Os diabos e demônios não fazem parte da cultura africana. Sendo assim, as religiões de base africana não conhecem estas figuras e não têm nada a ver com elas. Por racismo contra a população negra é que pessoas desinformadas dizem que Candomblés são cultos de natureza diabólica [...]" (2009, p. 97).
Exu é um espírito neutro, que serve como mensageiro por ser "dono" das encruzilhadas. O orixá Exu não é cultuado na umbanda, mas sim espíritos que trabalham sobre sua vibração, como Pomba giras e exus de rua (AZEVEDO, 2010, p. 49).
Existe uma critica ferrenha aos sacrifícios de animais que são realizados nos rituais umbandistas. Mas, o sacrifício tem papel fundamental na ritualística. Mesmo assim, os próprios praticantes da religião têm consciência que é preciso ter limites, pois acima de qualquer coisa é preciso ter "respeito à vida que ali está sendo imolada".
Muitos acusam a religião sob alegação de que, "os sacrifícios podem contribuir para extinção de animais", mas os animais utilizados nesses rituais não fazem parte da fauna brasileira, pois são domesticados e servirão de alimento. Animais selvagens não são utilizados nos rituais por conservarem uma energia que pode causar desequilíbrio no ritual.
Não há, em hipótese alguma, desperdício nos ritos umbandistas, pois, somente o sangue, as vísceras e a cabeça alimentam a entidade, pois simbolizam a vitalidade e a consciência. A carne é totalmente aproveitada e serve para alimentar os presentes em dias de festas ou dias comuns.
Essa é uma herança africana. Eles viam a alimentação como um ato sagrado, "por isso os deuses, espíritos naturais e antepassados também comem". Assim, o sacrifício é necessário para equilibrar o axé (AZEVEDO, 2010, p.135-137).
Acredita-se que, toda pessoa ao nascer tem sua "cabeça" oferecida a um orixá, que regerá a vida do filho em todos os aspectos. O filho também é assistido de outros guias espirituais que, pela hierarquia, estão abaixo do seu orixá. Acredita-se que cada pessoa tem sete orixás regendo sua vida, e merecem o zelo do seu pupilo.
Há também um respeito aos valores humanos como: a fraternidade, a caridade e o respeito ao próximo. Contudo, a virtude máxima de umbanda, seja qual for seu segmento, é a caridade, e dela desencadeiam todas as outras.
A umbanda tem como crenças comuns: a imortalidade da alma, a reencarnação e as leis kármicas (AZEVEDO, 2009, p. 20). Acredita-se que, o espírito imortal recebe a oportunidade de retornar à vida (reencarnar) para "pagar" dívidas das vidas passadas. Alguns reencarnam com o dom da mediunidade, que é a capacidade que o indivíduo tem de se comunicar com o plano espiritual e que, antes de encarnar-se é pedido ao criador, com fim de trabalhar em prol de quem prejudicara em vidas anteriores. A mediunidade manifesta-se independentemente de religião (ORPHANAKE, 1995, p. 16).
O desenvolvimento mediúnico deve valer-se de dois pilares fundamentais: o estudo e o desenvolvimento (AZEVEDO, 2009, p. 22). O conhecimento não cabe somente ao guia espiritual, pois o conhecimento desenvolvido por ele, quando incorporado, a ele pertence. O médium deve buscar seu próprio conhecimento, através do estudo, ajudando-se mutuamente, lhes fornecendo boas condições de trabalho. Assim, um médium sábio será assistido por espíritos do mesmo nível, oferecendo-lhe "condições morais e mentais para tal" (ORPHANAKE, 1995, p. 67). Pois, "a instrução e o conhecimento fazem parte da fé" (AZEVEDO, 2009, p.23).
Outro fator comum às casas de umbanda, assim como no candomblé, são os rituais de iniciação, que introduzem o fiel na religião. Contudo, variam de casa para casa, e geralmente se dividem em: manifestação, adaptação, batismo, culto e os trabalhos, também chamados de obrigações ou festa (AZEVEDO, 2009, p. 20-45).
A utilização de ervas é outro aspecto que merece atenção. São utilizadas em grande parte dos rituais sagrados, principalmente nos banhos e sacudimentos, com função de equilibrar as energias, tanto do ambiente, quanto do corpo. Os banhos podem ser classificados em: descarrego, defesa e energização. Sendo que são utilizados de formas especificas para cada caso, pois cada pessoa tem guias diferenciados (AZEVEDO, 2009, p.48-49).
A mesma importância é dada ao ebó, que é um ritual de purificação, ou uma oferenda pra reequilibrar as energias do filho com as dos seus orixás. É muito utilizado pela umbanda de nação. Deve ser usado única e exclusivamente para este fim, nunca para desejar o mal a qualquer pessoa (AZEVEDO, 2009, p. 55).
O respeito aos mais velhos é outro princípio que merece destaque. Na umbanda, quanto mais idade tem o indivíduo, mais respeitado ele é. Hierarquicamente, ficam abaixo, somente, do babalorixá ou da yialorixá , sendo respeitados mesmo por estes (AZEVEDO, 2009, p.56).
Outro assunto que suscita polemica é o que concerne ao sexo e a sexualidade. A abstinência sexual antes e depois de alguns ritos dar-se por que a energia que o corpo emite durante a atividade sexual é muito intensa, podendo desencadear aspectos tanto positivo, quanto negativo. Durante o ato, o médium, além de perder muita energia, corre o risco de entrar em contato com energias que o desequilibre. Contudo, a atividade sexual é natural e jamais poderá ser tachada de imoral. Assim, este período de abstinência serve para manter as energias em equilíbrio (ORPHANAKE, 1995, p.46-47).
Na umbanda, quando se fala em sexualidade, não se está falando em gênero, mas em essências, masculinas e femininas. Há certas funções essencialmente desempenhadas por homens, outras por mulheres. Contudo, a essência não está ligada a gênero ou ao sexo, pois ela os precede. Há homens com essência feminina, que emanam e concentram essa energia, e o contrario também se dá. Por isso a umbanda não tem restrição alguma a presença de homossexuais em seus cultos, pois para ela o que importa é o espírito, a essência, não a carne (AZEVEDO, 2010, p. 139-141).
O uso do álcool e do tabaco nos rituais é necessário, pois há certas energias que só eles podem emanar. O álcool serve como combustível, por produzir grande energia. Ele ajuda na manutenção do transe, abrindo as portas do subconsciente. O tabaco tem equiparada importância. Contudo, o uso destes deve ser limitado, para evitar problemas. Mas, como essa também é uma questão doutrinária, cada casa tem postura própria (AZEVEDO, 2010, p.133-134).
Na atualidade existem muitos cursos com visas a ensinar as várias "práticas de umbanda", contudo a forma mais sábia de compreender e absorver os valores fundamentais para a boa prática religiosa é vivenciando a religião. Sendo que o método de doutrinação, que a umbanda herdou dos africanos fora a transmissão oral (AZEVEDO, 2009, p.56).
Para AZEVEDO:
[...] nenhum ser humano, especialmente no que concerne aos deuses, é detentor de qualquer verdade universal. A verdade que nos liga ao transcendente é única e verdadeira apenas dentro de nossas almas (2010, p.11).
Enfim, pode-se concluir que a umbanda é uma religião brasileira, que se norteia em um Deus único, no culto aos orixás e espíritos ancestrais, que utilizam da mediunidade para fazerem acontecer: a caridade, a fraternidade e o respeito ao próximo. Acolhe a todos, sem distinção de raça, sexo, classe social... Sua principal virtude, a caridade. E sua lei, a do retorno.



Bibliografia:

AZEVEDO, Janaina. Tudo que você precisa saber sobre umbanda. São Paulo: Universo dos livros, 2010. Volume 1.
____. Tudo que você precisa saber sobre umbanda. São Paulo: Universo dos livros, 2009. Volume 2.
CUNHA JUNIOR, Henrique. Candomblés: como abordar esta cultura na escola. In: Revista Espaço Academico, nº 102. Novembro de 2009. Ano IX. Disponível: periodicos.uem.br/ojs/índex. php/espaçoacademico/ article/viewfile/.../4810 Acesso em: 07/07/2010.
ORPHANAKE, J. Edson. Mediunidade e seus problemas. 3ª Ed. São Paulo: Pindorama, 1995.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O que é a Umbanda?

Vejamos o que nos diz o Aurélio:

Verbete: umbanda

[Do quimb. umbanda, 'magia'.] S. m.

1. Bras. Forma cultual originada da assimilação de elementos religiosos afro-brasileiros pelo espiritismo brasileiro urbano; magia branca.
2. Bras., RJ. Folcl. Grão-sacerdote que invoca os espíritos e dirige as cerimônias de macumba. [Var.: embanda.]

UMBANDA é religião !

Se dentro da Umbanda conseguimos nos religar com Deus, conseguimos tirar o véu que cobre nossa ignorância da presença de Deus em nosso íntimo, então podemos chamar nossa fé de Religião. Como mais uma das formas de sentir Deus em nossa vida, a Umbanda cumpre a função religiosa se nos levar à reflexão sobre nossos atos, sobre a urgência de reformularmos nosso comportamento aproximando-o da prática do Amor de Deus.

A Umbanda é uma religião lindíssima, e de grande fundamento, baseada no culto aos Orixás e seus servidores: Crianças, Caboclos, Preto-velhos e Exus. Estes grupos de espíritos estão na Umbanda "organizados" em linhas: Caboclos, Preto-velhos, Crianças e Exus. Cada uma delas com funções, características e formas de trabalhar bem específicas, mas todas subordinadas as forças da natureza que os regem, os ORIXÁS.

Na verdade a Umbanda é bela exatamente pelo fato de ser mista como os brasileiros, por isso é uma religião totalmente brasileira.

Mas, torna-se imperioso, antes de ocuparmo-nos da Anunciação da Umbanda no plano físico sob a forma de religião, expor sinteticamente um histórico sobre os precedentes religiosos e culturais que precipitaram o surgimento, na 1ª década do século XX, da mesma. Em 1500, quando os portugueses avistaram o que para eles eram as Índias, em realidade Brasil, ao desembarcarem depararam-se com uma terra de belezas deslumbrantes, e já habitada por nativos. Os lusitanos, por imaginarem estar nas Índias, denominaram a estes aborígines de índios.

Os primeiros contatos entre os dois povos foram, na sua maioria, amistosos, pois os nativos identificaram-se com alguns símbolos que os estrangeiros apresentavam. Porém, o tempo e a convivência se encarregaram em mostrar aos habitantes de Pindorama (nome indígena do Brasil) que os homens brancos estavam ali por motivos pouco nobres.

O relacionamento, até então pacífico, começa a se desmoronar como um castelo de areia. São inescrupulosamente escravizados e forçados a trabalhar na novel lavoura. Reagem, resistem, e muitos são ceifados de suas vidas em nome da liberdade. Mais tarde, o escravizador faz desembarcar na Bahia os primeiros negros escravos que, sob a égide do chicote, são despejados também na lavoura. Como os índios, sofreram toda espécie de castigos físicos e morais, e até a subtração da própria vida.

Desta forma, índios e negros, unidos pela dor, pelo sofrimento e pela ânsia de liberdade, desencarnavam e encarnavam nas Terras de Santa Cruz. Ora laborando no plano astral, ora como encarnados, estes espíritos lutavam incessantemente para humanizar o coração do homem branco, e fazer com que seus irmãos de raça se livrassem do rancor, do ódio, e do sofrimento que lhes eram infligidos.

Além disso, muitas das crianças índias e negras, eram mortas, quando meninas (por não servirem para o trabalho pesado), quando doentes, através de torturas quando aprontavam suas "artes" e com isso perturbavam algum senhor. Algumas crianças brancas, acabavam sendo mortas também, vítimas da revolta de alguns índios e negros.

Juntando-se então os espíritos infantis, os dos negros e dos índios,  acabaram formando o que hoje, chamamos de: Trilogia Carmática da Umbanda. Assim, hoje vemos esses espíritos trabalhando para reconduzir os algozes de outrora ao caminho de Deus.

A igreja católica, preocupada com a expansão de seu domínio religioso, investiu covardemente para eliminar as religiosidades negra e índia. Muitas comitivas sacerdotais são enviadas, com o intuito "nobre" de "salvar" a alma dos nativos e dos africanos.

A necessidade de preservar a cultura e a religiosidade, fez com que os negros associassem as imagens dos santos católicos aos seus Orixás, como forma de burlar a opressão religiosa sofrida naquela época, e assim continuar a praticar e difudir o culto as forças da natureza, a esta associação, deu-se o nome de "Sincretismo religioso".

O candomblé iorubá, ou jeje-nagô, como costuma ser designado, congregou, desde o início, aspectos culturais originários de diferentes cidades iorubanas, originando-se aqui diferentes ritos, ou nações de candomblé, predominando em cada nação tradições da cidades ou região que acabou lhe emprestando o nome: queto, ijexá, efã. Esse candomblé baiano, que proliferou por todo o Brasil, tem sua contrapartida em Pernambuco, onde é denominado xangô, sendo a nação egba sua principal manifestação, e no Rio Grande do Sul, onde é chamado batuque, com sua nação oió-ijexá (Prandi, 1991). Outra variante ioruba, esta fortemente influenciada pela religião dos voduns daomeanos, é o tambor-de-mina nagô do Maranhão. Além dos candomblés iorubas, há os de origem banta, especialmente os denominados candomblés angola e congo, e aqueles de origem marcadamente fom, como o jeje-mahim baiano e o jeje-daomeano do tambor-de-mina maranhense.

Os anos sucedem-se. Em 1889 é assinada a "lei áurea". O quadro social dos ex-escravos é de total miséria. São abandonados à própria sorte, sem um programa governamental de inserção social. Na parte religiosa seus cultos são quase que direcionados ao mal, a vingança e a desgraça do homem branco, reflexo do período escravocrata. No campo astral, os espíritos que tinham tido encarnação como índios, caboclos (mamelucos), cafuzos e negros, não tinham campo de atuação nos agrupamentos religiosos existentes. O catolicismo, religião de predominância, repudiava a comunicação com os mortos, e o espiritismo (kardecismo) estava preocupado apenas em reverenciar e aceitar como nobres as comunicações de espíritos com o rótulo de "doutores". Os Senhores da Luz (Orixás), atentos ao cenário existente, por ordens diretas do Cristo Planetário (Jesus) estruturaram aquela que seria uma Corrente Astral aberta a todos os espíritos de boa vontade, que quisessem praticar a caridade, independentemente das origens terrenas de suas encarnações, e que pudessem dar um freio ao radicalismo religioso existente no Brasil.

Começa a se plasmar, sob a forma de religião, a Corrente Astral de Umbanda, com sua hierarquia, bases, funções, atributos e finalidades. Enquanto isto, no plano terreno surge, no ano de 1904, o livro Religiões do Rio, elaborado por "João do Rio", pseudônimo de Paulo Barreto, membro emérito da Academia Brasileira de Letras. No livro, o autor faz um estudo sério e inequívoco das religiões e seitas existentes no Rio de Janeiro, àquela época, capital federal e centro socio-político-cultural do Brasil. O escritor, no intuito de levar ao conhecimento da sociedade os vários segmentos de religiosidade que se desenvolviam no então Distrito Federal, percorreu igrejas, templos, terreiros de bruxaria, macumbas cariocas, sinagogas, entrevistando pessoas e testemunhando fatos. Não obstante tal obra ter sido pautada em profunda pesquisa, em nenhuma página desta respeitosa edição cita-se o vocábulo Umbanda, pois tal terminologia era desconhecida.

A formação histórica do Brasil incorporou a herança de três culturas : a africana, a indígena e a européia. Este processo foi marcado por violências de todo o tipo, particularmente do colonizador em relação aos demais. A perseguição se deveu a preconceitos e a crença da elite brasileira numa suposta alienação provocada por estes cultos nas classes populares.

No início do século XX, o choque entre a cultura europeizada das elites e a cultura das classes populares urbanas, provocou o surgimento de duas tendências religiosas na cidade do Rio de Janeiro. Na elite branca e na classe média vigorava o catolicismo ; nos pobres das cidades (negros, brancos e mestiços) era grande a presença de rituais originários da África que, por força de sua natureza e das perseguições policiais, possuíam um caráter reservado.

Na segunda metade deste século, os cultos de origem africana passaram a ser freqüentados por brancos e mulatos oriundos da classe média e algumas pessoas da própria elite. Isto contribuiu, sem dúvida, para o caráter aberto e legal que estes cultos vêm adquirindo nos últimos anos.

Esta mistura de raças e culturas foi responsável por um forte sincretismo religioso, unificando mitologias a partir de semelhanças existentes entre santos católicos e orixás africanos, dando origem ao Umbandismo.

Ao contrário do Candomblé, a Umbanda possui grande flexibilidade ritual e doutrinária, o que a torna capaz de adotar novos elementos. Assim o elemento negro trouxe o africanismo (nações); os índios trouxeram os elementos da pajelança; os europeus trouxeram o Cristianismo e o Kardecismo; e, posteriormente, os povos orientais acrescentaram um pouco de sua ritualística à Umbanda. Essas cinco fontes criaram o pentagrama umbandista:

Os seguidores da Umbanda verdadeira só praticam rituais de Magia Branca, ou seja, aqueles feitos para melhorar a vida de determinada pessoa, para praticar um bem, e nunca de prejudicar quem quer que seja. Os espíritos da Quimbanda (Exus) podem, no entanto, ser invocados para a prática do bem, contanto que isso seja feito sem que se tenha que dar presentes ou dinheiro ao médium que os recebe, pois o objetivo do verdadeiro médium é tão somente a prática da caridade.

Algumas casas de Umbanda homenageiam alguns Orixás do Candomblé, como por exemplo: Oxumarê, Ossãe, Logun-Edé. Mas os mesmos, na Umbanda, não incorporam e nem são orixás regentes de nenhum médium.

Nós temos os nossos guias de trabalho e entre eles existe aquele que é o responsável pela nossa vida espiritual e por isso é chamado de guia chefe, normalmente é um caboclo, mas pode ser em alguns casos um preto-velho.

Aspectos Dominantes do Movimento Umbandista


1. Ritual, variando pela origem
2. Vestes, em geral brancas
3. Altar com imagens católicas, pretos velho, caboclos
4. Sessões espíritas, formando agrupamentos em pé, em salões ou terreiro
5. Desenvolvimento normal em corrente
6. Bases; africanismo, kardecismo, indianismo, catolicismo, orientalismo.
7. Serviço social constante nos terreiros
8. Finalidade de cura material e espiritual
9. Magia branca
10.  Batiza, consagra e casa

Ritual

A Umbanda não tem, infelizmente, um órgão centralizador, que a nível nacional ou estadual, dite normas e conceitos sobre a religião ou possa coibir os abusos. Por isso cada terreiro segue um ritual próprio, ditado pelo guia chefe do terreiro, o que faz a diferenciação de ritual entre uma casa e outra. Entretanto, a base de todo terreiro tem que seguir o principio básico do bom senso, da honestidade e do desinteresse material, além de pregar, é claro, o ritual básico transmitido através dos anos pelos praticantes.

O mais importante, seria que todos pudessem encontrar em suas diferenças de culto, o que seria o elo mais importante e a ele se unissem. Tal elo é a Caridade!

Não importa se o atabaque toca, ou se o ritmo é de palmas, nem mesmo se não há som. O que importa é a honestidade e o amor com que nos entregamos a nossa religião.

Sociedade Espiritualista Mata Virgem

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O umbandista e o respeito à natureza

A Umbanda é uma religião que está profundamente ligada à Natureza. Sem Natureza não haverá Umbanda!

Isso porque nossos Orixás e espíritos habitam justamente as florestas, campinas, cachoeiras, pedreiras, lagos, pântanos, rios, fontes, praias, mares, etc. São desses lugares, pontos de força, que retiramos as energias necessárias para realizar os cruzamentos, amacis, deitadas, etc., rituais essenciais ao desenvolvimento mediúnico na Umbanda.

Por essa razão, mais do que qualquer outra pessoa, o Umbandista deve ter uma forte consciência ambiental. Como iremos pedir o auxílio e a presença do senhor das matas, se quando lá estamos, sujamos seu espaço? Queimamos suas árvores? Matamos seus animais?

E a Senhora da cachoeira, será que fica feliz ao ver a quantidade de litros, tocos de velas, alguidares deixados em seu recanto?

É lógico que não.

Uma das melhores oferendas que fazemos a essas forças é preservar os seus domínios. Devemos respeitar cada ponto da natureza, como se fosse um templo sagrado e intocável.

Por isso, quando houver a necessidade de realizar uma oferenda, em qualquer lugar da natureza, evite deixar qualquer espécie de lixo. Procure utilizar materiais biodegradáveis no lugar de plásticos, vidros, metais, etc.

Ao invés de alguidar, forre o local com folhas de bananeira ou mamona. O Alguidar demora muito para se decompor e evita a decomposição rápida dos elementos que estão dentro dele, gerando o mau cheiro.

Ao invés de deixar garrafas, despeje o líquido em volta da oferenda. O vidro, além de demorar para se decompor, pode causar ferimentos às outras pessoas que por ali passam. Despejando o líquido ao redor da oferenda, a terra sugará sua oferta e a essência será entregue a força que você desejar.

Ao invés de presentes de plásticos, como pentes, espelhos, etc., comuns nas oferendas à Iemanjá e Oxum, opte por flores e materiais de madeira. Não jogue garrafas dentro dos rios e mares, despeje a bebida nas águas e leve o litro para o lixo. A intenção, a validade, será a mesma.

Evite acender velas próximo às arvores e vegetações secas. Essa atitude irá evitar incêndios e a destruição da mata sagrada.

Procure desenvolver essa consciência e a leve para o dia-a-dia. Não jogue lixo nas ruas, praças, encostas, rios, bueiros. Não polua o ar com gases tóxicos. Troque as sacolas plásticas pelas sacolas de fibra. Separe os materiais recicláveis. Evite incêndios. Aconselhe as demais pessoas a tomarem as mesmas atitudes, pois só assim poderemos salvar nosso planeta.

Com essas atitudes simples e inteligentes, o Umbandista se integrará inda mais à natureza, passando a ser parte dela. Além de contribuir para a preservação do planeta, estará, indiretamente, agradando aos Orixás, pois estará fazendo sua parte na preservação de suas moradas sagradas.

domingo, 6 de novembro de 2011

O padrão espiritual de Nosso Lar

 
Ouvi, ao acaso, na época da exibição do filme Nosso Lar nos cinemas:

- Ah! Nunca vi, isso! Lá é todo mundo feliz, bonzinho, todo mundo ajudando todo mundo! É felicidade demais, chega a ser açucarado!...

Paradoxal, não?

Então, enquanto por aqui, na materialidade, a todo momento vemos pessoas reclamando do contínuo estado de insegurança; pleiteando condições de paz e de felicidade maiores, nas quais as pessoas talvez convivessem melhor, sem tanto ódio, tanta violência, tanta ansiedade gerada pela nossa dita sociedade competitiva até as raias da selvageria... Nosso Lar, com o seu modelo exemplar de coexistência pautada na harmonia e na colaboração, com as quais - muito se diz - sonham diariamente milhares e milhares de idealistas... Este lugar, na visão contraditória de alguns, "chega a ser açucarado, enjoado"!

Convenhamos...

O que escolhemos para nós, de fato?

Vamos refletir sobre o problema.

O caso, meus amigos, é que somos, por excelência, contraditórios quanto às nossas referências de convivência. E fazemos, na prática, e sem real consciência, exatamente o que preconiza aquele velho ditado: "acender uma vela para Deus, outra para o diabo"...

Sabem por que?! Porque lucramos com isto!

Lucramos com isto nas minúcias despercebidas do cotidiano tanto pessoal quanto profissional. Porque elegemos, neste atual estágio de vida na matéria, o modelo de vida da competitividade; e os parâmetros de competitividade não se pautam pelo senso de colaboração para um bem maior, como haveria de ser. A competitividade, que grassa em todos os setores da sociedade de hoje em dia, se nutre, prioritariamente, do ímpeto predador!

Só auxilio neste ou naquele aspecto dependendo do tanto de lucro ou de vantagens superfaturadas que extrairei da situação. Não, não explicarei todo o cerne do serviço ao funcionário recém chegado para que ele não possa saber demais, e, amanhã ou depois, pleitear a melhoria que de direito é para mim. O familiar passa  por dificuldades? Bem.. dane-se, o problema maior é dele, não meu. Não fui eu quem o criou. Porque tomarei sobre as minhas costas o ônus de mais uma confusão quando já tenho tantas pendências pessoais que mal consigo resolver?

O grande problema desta ótica de vida, caríssimos, é que, e mesmo aqui, as leis de causa e efeito, ou da atração, ou seja lá com que título se chame esta Lei natural da Vida, agem, para o nosso bem maior e sem julgamento de mérito - inexoráveis - e atraem, para cada um de nós, via sintonia, o exato padrão do que irradiamos para fora, para aqueles com quem convivemos. E é a partir desta premissa, portanto, que prossegue o pandemônio mundial no qual nos atolamos ainda sem solução viável ou visível para que uma realidade como a de Nosso Lar fosse também a nossa! Nossa feliz realidade! Não açucarada. Não utópica!

Referir-se a um contexto superior de vida desta forma inexata soa mais como a parábola de despeito da raposa e as uvas. Ora, como ainda não posso tê-las, devem estar verdes, com certeza. A raposa jamais admitirá que não alcança as uvas por incompetência própria. Não! Antes porque, certamente, estão verdes!

Evolução, meus caros! Escolha!

Simples assim!

Enquanto não ensinarmos o serviço ao colega de trabalho para que ele não saiba tanto quanto nós, acontecerá fatalmente de, nalgum momento lá na frente, não podermos contar com a colaboração eficiente deste mesmo colega em momentos de eventuais ausências ou dificuldades em razão direta da miopia desta mesma ganância, a nos lançar para dentro dos resultados da armadilha que a nós mesmos acaba encurralando!

Enquanto o familiar sofredor ficar para lá, e nós passeando felizes no shopping, não poderemos estranhar quando, nalgum outro momento, formos abandonados, solitários, nas nossas indigências e apuros pessoais ou de saúde por parte da mesma parentela que nos terá observado com clareza os métodos nada solidários de agir em horas de se apoiar as dificuldades alheias.

Enquanto, em suma - e como se o mundo se tratasse de um grande e árido parque de miséria, e não o planeta rico e abundante de recursos como de fato é - insistirmos no nosso padrão viciado de lidar com a vida manifesta em nós mesmos e no nosso próximo com base nestes parâmetros mesquinhos, não poderemos, em sã consciência, e com um mínimo de lisura íntima, proferir com honestidade qualquer suspiro de lamentação por um mundo que ainda não temos - única e exclusivamente porque, na prática minuciosa do dia-a-dia, ainda não nos decidimos por criá-lo!

Sempre, e a qualquer tempo, dependerá unicamente de nós mesmos!

Tudo é simbiose! Troca pura e simples, amigos leitores! O mundo lhe dá na medida exata do que você oferece! E, se uma qualidade de vida como a de Nosso Lar nos comparece, espantosamente, como "açucarada", a verdade nua e crua é que assim a percebemos porque, infelizmente, ainda nos comprazemos somente com amargura e fel!

Christina Nunes

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Vamos fazer uma reflexão?

Muitas vezes as pessoas acham que a Umbanda, mais precisamente, os Guias Espirituais estão a disposição para adivinhações, para dizer se as coisas que almejam, como marido, negócios estão para acontecer, e detalhe, muitas vezes tem que acontecer do jeito que foi planejado, saber de amores que sumiram, e por ai vai...! Claro, que os Guias tem a permissões de falar algumas coisas, como: “tem tudo para dar certo, mas faça a sua parte”, “a pessoa que você almeja está próximo, mas olhe para os lados”, “estamos ajudando para que tudo acontece, mas não vacile nos caminhos, Orai e Vigiai”, alguns trabalhos de ajuda como mandalas, magias, descarrego, desobsessão... mas seguramente, nunca adivinhações ou previsões, se assim fosse, não precisaria mais ter pessoas desaparecidas, era só ir a um Terreiro de Umbanda, também não precisaríamos mais de remédios e nem de médicos encarnados, estaríamos famosos pelos nossos milagres... O que existe meus irmãos é força, determinação, fé, vontade, aliado aos trabalhos espirituais que nossos queridos Guias através de Jesus nos oferece, e assim alcançar o merecimento de ser curado, de receber os bens materiais que lutou para obter, mas o maior de todos, de receber os bens espirituais para crescer e evoluir.

A vida é feita de escolhas, diariamente podemos escolher qual caminho seguir e nesta escolha podemos mudar acontecimentos, como por exemplo, posso ir a uma festa e conhecer uma pessoa legal ou decidir ficar em casa assistindo Big Brother, também posso acordar pela manhã e sair para trabalhar, mas não sem antes xingar São Pedro pela chuva, ou posso acordar e aceitar a previsão do tempo, colocar sapatos mais fechados e chegar no meu trabalho dando bom dia a todos, pois graças Deus tenho um trabalho, tenho meu ganha pão. Eu escolho meus caminhos, eu escolho como cumprir meu carma, ou eu cumpro da melhor maneira possível, ou da pior maneira possível, isso se chama livre arbítrio. Ao reencarnamos nós escolhemos as dívidas a serem pagas, então escolhemos a família, condição social, pessoas que nos cercam e os grandes acontecimentos que iremos ser testados, são as provas terrenas. Concordam que aqui é a grande escola da vida da qual precisamos fazer provas para ver se passaremos de ano ou permaneceremos na mesma série? assim é a grande roda da vida e como diz Caboclo Baiano Zé do Coco “ Oxente, o tempo de encarnado é tão curto que deve ser aproveitado a todo instante”, é verdade, nós vivemos como se essa encarnação fosse eterna e acabamos vivendo o amanhã, esquecendo de viver o presente que nos fortalece para o dia seguinte...

Então você pode perguntar, se eu faço meus caminhos pra que vou a um terreiro para ser ajudado? Eu pergunto: Porque uma pessoa precisa ir à escola, para aprender, não é verdade? Nossos amados Guias são nossos professores, psicólogos, pais, irmãos, amigos, profundo conhecedores das Leis de Deus e vem nos ensinar a andar, ensinar qual melhor caminho a trilhar... Como diz Emmanuel: “ O pastor conduz seu rebanho, mas quem tem que caminhar são as ovelhas” eu adoro essa frase, ela representa bem o que devemos fazer e a quem seguir. Jesus sempre ao curar ele dizia “vai que tua fé te curou”, a doutrina espírita nos explica as enfermidades e curas e qual atuação para se chegar a uma cura, depende de pensamentos e vontades da pessoa que os espíritos benevolentes trabalham nos fluidos já impregnados das qualidades dos pensamentos e sentimentos que os fazem vibrar, essa atuação se dá no perispirito da pessoa, pois quase todas pertubações vibratórias do perispirito se originam as doenças orgânicas e psíquicas dessa ou de outras vivências...mas não vamos entrar nesse assunto, pois para isso, precisaríamos algumas aulas, a intenção é entendermos como temos as rédeas de nossos passos e atos.

Sabendo de tudo isso tenho mas certeza de que minha felicidade depende de mim e de minha fé, mas sei que preciso de ajuda, e essa ajuda eu busco na minha religião que me faz crescer dentro dos caminhos de Deus, os sofrimentos irmãos, são para nossa evolução, bendito aquele que aprende com suas dificuldades, eu aprendi a encarar cada obstáculos como degraus de luz, pois cada um deles me fortalecem, me dando base para suportar a próxima tempestade...

Jesus nos ensina a construirmos nossa casa em cima de uma rocha para quando vier as tempestades, enchentes, ventos... ela esteja sobre bases firmes. Para construirmos essa casa requer muito esforço e dedicação...A rocha representa Jesus e todo seu Evangelho e a casa somos nós, se construirmos nossa vivência em seus ensinamentos alcançaremos a felicidade, como diz Pai Reginaldo: “O evangelho é o único Manual que nos leva a Deus” e novamente como disse nosso Mestre: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai a não ser por mim”.

Esses dias recebi um texto que tinha uma frase assim: “Para ser Umbandista, devemos saber lidar com a ingratidão”. Refletindo em cima dessa frase simples e curta, porém, sábia e profunda, observamos nos Templos Umbandistas pessoas que freqüentam e realmente com algum tempo, fazem mudanças significativas, mas basta um NÃO do Guia ou do Pai da casa para essas pessoas (sem generalizar) dizer que o centro é fraco ou o Guia é fraco, isso me faz pensar na ingratidão ou como é simples esquecer as coisas que lhe aconteceram; agora saindo da ingratidão e indo para a construção, qual base essa pessoa construiu sua casa? Base de areia, pois basta a primeira dificuldade para a sua casa desabar e pior, quer culpar os que lhe deram a mão. Para ser Umbandista temos que ter nossa casa bem construída, pois vamos nos deparar com essa situação por muitas vezes e com outras piores, mas também vamos ver muitas pessoas crescerem e evoluírem.

A Umbanda, é amor, caridade, seriedade, evolução, servir..., cada casa tem sua ritualística, mas dignas de respeito e como diz meu Pai Valdo, estruturado nas palavras sábias do fundador da Umbanda, Caboclo das Sete Encruzilhadas: “A Umbanda cabe a cada pessoa em seu estágio evolutivo desde que tenha como base, não matar, não cobrar, evangelizar, vestir branco e utilizar as coisas da natureza.”

Pensem nisso! Em vez de se lamentarem, de ter auto-piedade, de criticarem, ou ter ingratidão, olhem para cima, com certeza terá uma mão estendida lhe chamando para sua evolução, para seu crescimento, para sua reforma interior, para sua auto análise como filho de Deus, e está mão, eu sei que é Deus atuando através de nossos queridos Guias Espirituais à nos conduzir nos caminhos de Nosso Pai Misericordioso.

Lembrem-se: “quem caminha são as ovelhas”

Mãe Kátia
(Mãe Pequena do Cruzeiro da Luz Cabana do Caboclo Rompe Mato)

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Tua Mensagem


Tua mensagem não se constitui apenas do discurso ou do título de cerimônia com que te apresentas em plano convencional; é a essência de tuas próprias ações, a exteriorizar-se de ti, alcançando os outros.
        Sem que percebas, quando te diriges aos companheiros para simples opiniões, em torno de sucessos triviais do cotidiano, está colocando o teu modo de ser no que dizes; ao traçares ligeira frase, num bilhete aparentemente sem importância, derramas o conteúdo moral de teu coração naquilo que escreves, articulando referência determinada, posto que breve, apontas o rumo de tuas inclinações; em adquirindo isso ou aquilo, entremostras o próprio senso de escolha; elegendo distrações, patenteias por elas os interesses que te regem a vida íntima...
        Reflete na mensagem que expedes, diariamente, na direção da comunidade.
        As tuas ideias e comentários, atos e diretrizes voam de ti, ao encontro do próximo, à feição das sementes que são transportadas para longe das árvores que as produzam.
        Cultivemos amor e justiça, compreensão e bondade, no campo do espírito.
        Guarda a certeza de que tudo quanto sintas e penses, fales e realizes é substância real de tua mensagem às criaturas e é claramente pelo que fazes às criaturas que a lei de causa e efeito, na Terra ou noutros mundos, te responde, em zelando por ti.
Emmanuel
(De “Caminho Espírita”, de Francisco Cândido Xavier – Autores diversos)