sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Exú Tatá Caveira

Ele trabalha diretamente sob as ordens do Exu Caveira, que por sua vez, é um dos Maiorais da Linha de Cemitério. Apresenta-se astralmente sob a forma de uma caveira, tal como o seu chefe direto. Veste uma capa preta que o reveste quase integralmente, ficando apenas os pés, mãos e cabeça descoberta. Bebe marafo, absinto, vinho, wisky, conhaque, cerveja e fuma charutos escuros.

Quando em terra, costuma trabalhar com velas amarela/preta/vermelha, fundanga, punhais, pontos riscados, água com sal, flores amarelas.
Antes da incorporação dessa entidade, o médium sente calafrios, sente virar o estomago, sente náuseas, o corpo enrijece, as mãos suam, diversos tremores percorrem o corpo do médium sempre iniciando dos pés para a cabeça (pois como essa entidade é da Linha de Cemitério) ela "praticamente vem do chão". Por causa dessa particularidade de incorporação, costuma facilitar fazendo com que o médium seja lançado ao chão ou que fique deitado ou de joelhos até a incorporação completa.

O médium também fica às vezes, com os dentes "tirititando". Inicialmente, o médium incorporado com essa entidade, levanta-se com dificuldade e também tem dificuldade ao caminhar.

Costuma brincar com o charuto, fumando-o ao contrario.



Sua Lenda e de Toda sua Falange

Antes de ser uma entidade, Tatá Caveira viveu na terra, assim como todos nós. Acredita-se que nasceu em 670 D.C., e viveu até dezembro de 698, no Egito, ou de acordo com a própria entidade, "Na minha terra sagrada, na beira do Grande Rio".

Seu nome era Próculo, de origem Romana, dado em homenagem ao chefe da Guarda Romana naquela época.

Próculo vivia em uma aldeia, fazendo parte de uma família bastante humilde. Durante toda sua vida, batalhou para crescer e acumular riquezas, principalmente na forma de cabras, camelos e terras. Naquela época, para ter uma mulher era necessário comprá-la do pai ou responsável, e esta era a motivação que levou Próculo a batalhar tanto pelo crescimento financeiro.

Próculo viveu de fato uma grande paixão por uma moça que fora criada junto com ele. Porém, sua cautela o fez acumular muita riqueza, pois não queria correr o risco de ver seu desejo de união recusado pelo pai da moça.

O destino pregou uma peça amarga em Próculo, pois seu irmão de sangue, sabendo da intenção que Próculo tinha com relação à moça, foi peça chave de uma traição muito grave. Justamente quando Próculo conseguiu adquirir mais da metade da aldeia onde viviam, estando assim seguro que ninguém poderia oferecer maior quantia pela moça, foi apunhalado pelas costas pelo seu próprio irmão, que comprou-a horas antes.

Ao saber do ocorrido, Próculo ficou extremamente magoado com seu irmão, porém o respeitou pelo fato ser sangue do seu sangue. Seu irmão, apesar de mais velho, era muito invejoso e não possuía nem metade da riqueza que Próculo havia acumulado.

A aldeia de Próculo era rica e próspera, e isto trazia muita inveja a aldeias vizinhas. Certo dia, uma aldeia próxima, muito maior em habitantes, porém com menos riquezas, por ser afastada do Rio Nilo, começou a ter sua atenção voltada para a aldeia de Próculo.

Uma guerra teve início. A aldeia de Próculo foi invadida repentinamente, e pegou todos os habitantes de surpresa. Estando em inferioridade numérica, foram todos mortos, restando somente 49 pessoas.

Estes 49 sobreviventes, revoltados, se uniram e partiram para a vingança, invadindo a aldeia inimiga, onde estavam mulheres e crianças. Muitas pessoas inocentes foram mortas neste ato de raiva e ódio. No entanto, devido à inferioridade numérica, logo todos foram cercados e capturados.

Próculo, assim como seus companheiros, foi queimado vivo junto com seu irmão, que agora queimava ao seu lado.

Esta foi a origem dos 49 exus da linha de Caveira, constituída por todos os homens e mulheres que naquele dia desencarnaram.

Entre os exus da linha de Caveira, existem: Tatá Caveira, João Caveira, Caveirinha, Rosa Caveira, Dr. Caveira (7 Caveiras), Quebra-Osso, entre muitos outros. Por motivo de respeito, não será indicado aqui qual exu da linha de Caveira foi o irmão de Tatá enquanto vivo.

Exu Caveira na Umbanda

Responde na linha do Orixá Obaluayê(omulú).

Seu Habitat: a Calunga Pequena(Cemitério)

Trabalha com muita dignidade, não faz o mal e faz o bem para crescer em sua evolução espiritual. Esse exu tem muita força e muitos o temem por ignorância de não conhecer sua real forma de bom espírito de luz apesar de não ter paciência.

E saibam que exu não é demônio e muito menos lúcifer. Exu é um espírito com luz e que busca evolução.


Fonte : Internet.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O que é o Hinduísmo?

O Hinduísmo é uma das religiões mais antigas do mundo. Não há um fundador desta religião, ao contrário de tantas outras - no Islamismo, por exemplo, temos Maomé, e no Budismo, o próprio Buda. O Hinduísmo, na verdade, se compõe de toda uma intersecção de valores, filosofias e crenças, derivadas de diferentes povos e culturas.

Para compreender o Hinduísmo, é fundamental situá-lo historicamente. Por volta de 3000 a.C., a Índia era habitada por povos que cultuavam o Pai do Universo, numa espécie de fé monoteísta. Pouco depois, em 2500 a.C., floresceu a civilização dravídica, no vale do rio Indo, região que hoje corresponde ao Paquistão e parte da Índia. Os drávidas eram adeptos de uma filosofia de louvor à natureza, de orientação matriarcal e baseada no princípio da não-violência. Porém, em 1500 a.C., os arianos invadiram e dominaram aquela região, reduzindo os antigos drávidas à condição de "párias" - espécie de sub-classe social, que até hoje permanece sendo a casta mais baixa da pirâmide social indiana.

O hinduísmo tem sua base descritas nos seguintes textos:

VEDAS: Primeiros livros do Hinduísmo, surgidos aproximadamente no ano de 1000 a.C., que aglutinam quatro coletâneas de textos. Dentre eles, destaca-se o Mahabharata, que contém o poema épico Bhagavad Gita (A Canção do Senhor). O conteúdo dos Vedas oscila entre o Monoteísmo (culto a um deus único) e o Politeísmo (culto a diversos deuses).

UPANISHADS: Essas escrituras, que podem ser traduzidas como Doutrinas Arcanas, foram redigidas por místicos que representam o expoente máximo do Bramanismo (uma das vertentes do Hinduísmo). Sua estrutura é a de uma série de diálogos entre mestres e discípulos, cujo ensinamento fundamental é o seguinte: o mundo em que vivemos é feito de maya (ilusão), e embora possamos ter a impressão de que o mundo é real, a única verdade é Brahma, a divindade suprema.



Fundamentos Importantes

* Para o Hinduísmo, as pessoas possuem um espírito (atman), que é uma força perene e indestrutível. A trajetória desse espírito depende das nossas ações, pois a toda ação corresponde uma reação - Lei do Carma.

* Enquanto não atingimos a libertação final - chama de moksha -, passamos continuamente por mortes e renascimentos. Este ciclo é denominado Roda de Samsara, da qual só saímos após atingirmos a Iluminação.

* Os rituais se compõem de dois elementos principais: Darshan, que é a meditação / contemplação da divindade, e o Puja (oferenda).

* A alimentação vegetariana é um dos pontos essenciais da filosofia hindu. Isso porque é livre da impureza (morte / sangue), e como todo alimento deve ser antes oferecido aos deuses, não se poderia ofertar algo que fosse "sujo".

* As preces são entoadas como cânticos no idioma sânscrito, língua "morta" que deu origem ao hindi e a um grande número de dialetos praticados na Índia. Essas preces recebem o nome de mantras. Os mantras são dirigidos a diversas divindades, ou estimulam qualidades pessoais. Em geral, são entoados 108 vezes, e para sua contagem utiliza-se o japa-mala (colar de contas), uma espécie de "rosário", confeccionado em sândalo ou com sementes de rudraksha (árvores consideradas altamente auspiciosas pela tradição indiana).

* O mantra mais importante é o OM, "sílaba sagrada" que representa o próprio nome de Deus. OM é a semente de todos os mantras e princípio da criação. Foi dele que derivou toda a matéria - neste aspecto, podemos até traçar um paralelo com o gênesis da Bíblia: "E o som se fez carne".

* O hindu costuma manter em casa um altar de devoção a seu deus, no qual queima incenso, coloca flores, velas e oferendas. Também freqüenta os templos que estão entre os de arquitetura mais exuberante do mundo. Cada altar possui sempre a estátua de seu deus, e nos templos as imagens são diariamente despertadas pela manhã, lavadas, vestidas e enfeitadas com flores pelos sacerdotes. Diante do altar, os hindus recitam mantras, fórmulas sagradas escritas nos Vedas que podem aproximá-los dos deuses. Peregrinar para visitar os templos e lugares sagrados são práticas habituais. Algumas das celebrações hindus são o Festival das Luzes, comemorado em todo o país no outono com o acender de velas, o Festival das Nove Noites para a deusa Durga, em setembro ou outubro, o Festival da deusa Shiva, em março, e o Festival de Krishna, em agosto.



Fases do Hinduísmo


O Hinduísmo teve três fases distintas:

Na primeira fase do Hinduísmo, que recebe o nome de Hinduísmo Védico, temos o culto aos deuses tribais. Dyaus, ou Dyaus-Pitar ("Deus do Céu", em sânscrito), era o deus supremo, consorte da Mãe Terra. Doador da chuva e da fertilidade, ele gerou todos os outros deuses. O Sol (Surya), a Lua (Chandra) e a Aurora (Heos) eram os deuses da luz. Divindades menores e locais são as árvores, as pedras, os rios e o fogo. A partir da influência ariana, o simbolismo de Dyeus passou por uma transformação e tornou-se Indra, jovem divindade que rege a guerra, a fertilidade e o firmamento. Indra representa os aspectos benevolentes da tempestade, em contraposição a Rudra, provável precursor do deus Shiva, o destruidor. Também nesse período surgiram diversas outras divindades, inclusive Asura, representante das forças maléficas.

Na segunda fase do Hinduísmo, que recebe os nomes de Vedanta (fim dos Vedas) ou Hinduísmo Bramânico, ocorre a ascensão de Brahma, a divindade que simboliza a alma universal. Brahma é um dos deuses que compõem o Trimurti (Trindade) do Hinduísmo. Ele representa a força criadora. Os dois outros deuses são Vishnu, o preservador, e Shiva, o destruidor. Neste momento, surge a figura dos brâmanes, que compõem a casta sacerdotal da tradição hindu. Os rituais ganham uma série de componentes mágicos e elaboram-se idéias mais complexas acerca do Universo e da alma, inclusive conceitos como o de reencarnação e o de transmigração de almas.

Mais História - A terceira fase

No século 12, a Índia é invadida pelos muçulmanos, e grande parte de sua população é forçada à conversão. Aliás, o termo hindu designava qualquer pessoa nascida na Índia, mas a partir do século 13 este termo ganhou uma conotação religiosa, tornando-se sinônimo de "nativo não-convertido ao Islamismo".

A influência muçulmana se faz sentir dentro da ritualística hindu, pois uma das características marcantes do Hinduísmo é sua capacidade de absorver novos elementos e agregá-los ao seu sistema de crenças. Isso também ocorre quando, no século 18, o Cristianismo se insere no universo indiano, pela influência predominante dos colonizadores franceses.

Este Hinduísmo híbrido também se divide em várias correntes, cujos expoentes são gurus como Sri Ramakrishna (1834-86), Vivekananda (1863-1902) e Sri Aurobindo (1872-1950). O que essas correntes têm em comum é a preocupação em estender o trabalho espiritual ao âmbito social, por meio de trabalhos filantrópicos e assistenciais.

Por força dessa nova fase, a própria organização social da Índia - em sistema de castas -, começa a perder o sentido, pois existe um clamor ético por igualdade e solidariedade. O maior mestre do Hinduísmo moderno é Mahatma Gandhi (1869-1948), conhecido no Ocidente como chefe político, mas venerado na Índia como guru espiritual. Gandhi, adepto da Ahimsa (o princípio da não-violência), apregoava a importância do homem exercer perfeito controle sobre si mesmo.

Hoje, o Hinduísmo é a crença predominante na Índia. Mais do que uma religião, ele se caracteriza como uma tradição cultural, que engloba modo de viver, ordem social, princípios éticos e filosóficos.

(material extraído do site http://www.guruweb.com.br)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Umbanda e Quimbanda

por Francisco Marengo

Sem dúvidas as entidades da esquerda que trabalham na Umbanda, trabalham sob a égide do chefe espiritual da casa, muitas vezes, um caboclo ou um preto velho. A Umbanda trabalha sob leis espirituais rígidas que diferem em síntese enormemente da Kimbanda. Óbvio não se tratarem das mesmas entidades, senão de entidades que trabalhem em sintonia com determinadas correntes espirituais e por isso carreguem o mesmo nome, isso é facilmente compreensível porque as vibrações que emanam as entidades que trabalham na Kimbanda são bem diferentes da Umbanda. Sim, as entidades da Kimbanda se bem que obedeçam suas leis espirituais, têm bem mais liberdade e podem funcionar como agentes kármicos poderosos. Em meu ponto de vista nada está a parte na natureza, muito menos os Exus ou a Kimbanda.

Exus são agentes mágicos poderosos, movimentam forças telúricas com incrível rapidez graças ao seu conhecimento e por estarem ativos no plano astral que é ligado ao orbe terrestre. Não sou kardecista, não acho que a doutrina de kardec seja tão ruim assim, porque em qualquer ciência espiritual existe algum fundamento ligado a um traço da verdade. Grande parte dos chamados fenômenos espíritas passaram a ser melhor entendidos pós kardec. Por exemplo a mediunidade, as materializações, o desdobramento astral, o desenvolvimento mediúnico em si. Nem a Kimbanda, nem a Umbanda podem ser chamados de espiritismo, senão de mediunismo, que é algo bem diferente.

No caso dos Exus, a evolução faz parte de um processo de adaptação, e não da necessidade de ser bonzinho ou malzinho. A natureza é assim, e ela evolui para atender as necessidades básicas dos seres, não importa se encarnados ou desencarnados. Claro, Exu não vira caboclo nem boiadeiro, ele não precisa sê-lo, pois trabalha dentro da esfera que está acostumado, utilizando-se das energias do ambiente, dos elementos e principalmente do seu cavalo ou burro se preferir. No ritual Rubi Estrela, criado por Crowley, a primeira frase é:
"Apopantos Kako Daimonos!".

Primeiro é preciso entender que "Apopantos Kako Daimonos" significa "Afaste-de de mim espírito da discórdia." Ou seja, um elemento que seja pernicioso ou discordante, e que queira prejudicar nosso Trabalho Espiritual. Os seres colocados nos quadrantes desse ritual são "Egrégoras" e não demônios. De fato, os demônios são parte integrante no desenvolvimento do magista thelêmico. Considere-se também que thelema se trata de um contexto filosófico da Mão Esquerda, e Magick ou Magia(k) a fórmula prática de aplicação dessas forças.

Para nós, as entidades demoníacas existem, e são muito entrelaçadas com a nossa estrutura existencial, tal como egos, e inteligências extra-físicas fazendo parte das forças que compõem a estrutura mental de nossos cérebros. Eles nos estimulam diversas faculdades especiais, dependendo do plano em que pudermos trabalhar magickamente tais influências. Nós não destruímos sua interferência ( dos demônios, pois isto definitivamente pode ser feito), pois se o fizermos, sua manifestação não poderá nos purificar e sim nos mutilará espiritualmente e nos deformará, pois assim fazendo negamos também em nós várias formas de desenvolvimento real de "Poderes Mágickos", conseqüentemente impedindo o próximo passo do nosso desenvolvimento, pois eles são partes desse próximo passo. Nós agimos magickamente na mente, no corpo e no espírito, compreendendo portanto que Magia(k) é um poder real e transformador (ou destruidor) da vida!s Demônios tem um conceito gerador da idéia de Destino, Obstáculo, Agregador ou Desagregador, tal como no Bode de Mendes ou no Arcano do Mago do TAROT, solve et coagula.

Esses Demônios agregados a condição humana que expliquei, atrelados a diversos estados de existência emocional, do ódio ao amor envoltos a um Ego. Essa divisão é explícita em nossos estudos, em Agato (estão as Virtudes e aquilo que nos é favorável) e em Kako (os vícios, ou o que é prejudicial, aquilo que nos é desfavorável ou discordante) . Você usa essa frase (Apo Pantos Kako Daimonos) quando dispersa fluídos negativos advindos de forças contrárias (entenda-se que um inimigo, pode ser gerador dessa força).

Nem sempre exorcizamos tudo que nos ataca. Muitas vezes assim como um Exu pode passar a integrar a corrente do médium, isto já aconteceu várias vezes ao nosso grupo; um demônio, ou até mesmo uma forma-pensamento pode ser assimilada em nossa estrutura anímica ou nossa egrégora, e depois passar a nos servir. Não baseamos o que acreditamos no que lemos.

Experimentamos, visualizamos, sentimos. Detestamos pensar que em conceitos do tipo, o bem e o mal, pois compreendemos serem a mesma coisa em essência. Mas, quando percebemos a presença de um demônio, percebemos sua energia, assim como um exu. São forças singulares. Existem espíritos e seres astrais de elevação diferentes. Eu chamaria mais de vibração. Sim vibrações e espíritos com densidades diferentes de energia existem de fato. Os de mais densa, propagam-se melhor digamos e agem com maior prontidão no plano físico. Essas diferenças de densidades cada um chame como quiser, anjos, orixás, demônios, exus, etc.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Obscuridade mediúnica

Por João Coutinho

Repleta de mistérios a faculdade mediúnica vêem ao longo dos anos sendo estudas pelas ciências ocultas com grande interesse. O fenômeno atende várias religiões e filosofias espiritualistas, entre elas, a Kardecista, a Umbanda, Quimbanda, Catimbó e o Candomblé (também conhecida por leigos de "macumba, baixo-espiritismo, magia-negra" e em certos estados, de "canjerê, pajelança, batuque ou toque de Xangô, babassuê, tambor de mina" etc.).

Considerando tudo aquilo que a ciência já descobriu sobre o cérebro e a mente, pouco se sabe sobre a origem da energia magnética gerada por ele que possivelmente envolve a chamada mediunidade.

Em princípio é preciso entender que o espírito encarnado não é tão independente do corpo quanto pensávamos. Ele está ligado energeticamente ao corpo por filamentos de energia e utiliza-se do corpo físico como um veículo de manifestação. A comunicação interdimensional entre ambos ocorre através do sistema nervoso, utilizando-se de estímulos eletroquímicos e de um campo energético criado pelo cérebro.

Toda atividade mental gera energia. Nossos universos interagem através da energia do pensamento rompendo barreiras e possibilitando a comunicação com outros mundos e, inclusive, com outros seres. Como nossos pensamentos oscilam constantemente, gerando diferentes espectros de energia mental com freqüências diferentes a força criada por essas atividades mentais possibilita a comunicação, um contato hiperfísico e a manifestação de entidades diferentes.

Por este motivo que quando sintonizados em nível mental com pensamentos ricos e inspiradores captamos estímulos necessários para um estado pleno de conscientização espiritual. Se pensarmos apenas em realizações materiais, sexo de forma obsessiva, dinheiro e problemas que angustiam e nos consomem somos levados a um campo psicossomático e finalmente a doenças no corpo físico. Por isso, no espiritismo kardecista ensina que além de cuidar do corpo é preciso também cuidar do espírito.

Isso significa que o espírito encarnado é violável pelos traumas, pelas feridas e agressão condicionadas ao corpo físico, ferindo também o complexo energético que entrelaçam o corpo e o espírito. Quando traumatizados, não somente pela dor, mas também pela moral repressiva, pelos conceitos e verdades intransigentes, vícios e emoções que agridem e sufocam a alma terminamos por ser induzidos ao sofrimento e ao desespero.

Somos compostos por vários corpos, cada um atua numa freqüência especifica, sejam eles o corpo psicossomático, mental e o corpo causal. Mesmo carregando a memória provinda do ventrículo esquerdo do coração, todo sistema nervoso central ou periférico e autônomo envia ao espírito encarnado por intermédio de fluxos de energia todas as ações e reações do corpo físico.

Por causa disso, cada emoção, sentimento e pensamento é geradora de uma freqüência específica. A cada carga gerada pela freqüência influenciará alguma área do corpo especificamente ocasionando a doença ou um trauma psicopatológico que afetará o espírito encarnado. Neste caso a atividade mediúnica agirá em desenvolver várias freqüências especificas para emanação de uma energia conciencial para a cura, utilizando-se da união entre seus corpos, espírito e da energia cósmica por ele emanado que possibilita também a comunicação e a manifestação de outros seres.

Ao entrar em contato com uma entidade espiritual o médium entra em um estado alterado da consciência. O médium percipiente busca a informação extra sensorial utilizando-se da concentração profunda transcendendo os sentidos básicos do corpo humano. Nasce o que erradamente alguns médiuns chamam de intuição. A partir do momento que se está sendo guiado, orientado ou em estado de comunicação com outro ser surge, então, a percepção extra sensorial. A percepção é uma ferramenta importantíssima para interpretação dos acontecimentos. Em alguns casos a percepção também é confundida com alucinação.

A intuição vem do latim "intuire", que significa "ver por dentro". No entanto, o conceito de intuição varia um pouco conforme a linha de pensamento. Para Jung, a intuição é uma capacidade interior de perceber possibilidades, enquanto que o filósofo Emerson a considerava uma sabedoria interior que se expressa por si própria. Não precisa ser médium para ter intuição, ela pode surgir em qualquer atividade física ou extra-fisica que uma pessoa exerça.

Sabendo que a mediunidade é um desenvolvimento normal das glândulas cerebrais a intuição tem um papel fundamental na vida de um médium. É uma ligação direta com seu interior, enquanto que a telepatia, inspiração ou comunicação extra sensorial é a captação de idéias e pensamentos externos de uma entidade, ou mesmo, de outras pessoas que se fundem em harmonia com seus pensamentos.

Assim, de acordo algumas teorias mediúnicas, as " forças magnéticas aplicadas ao chacra coronário, sensibiliza e ativa a glândula pineal do médium, fazendo-o produzir um hormônio denominado melatonina. A melatonina é direcionada para o centro coclear, isolando-o momentaneamente do nervo auditivo, que é responsável pela condução dos sons ao cérebro. Como o nervo auditivo não receberá qualquer tipo de som, o médium perderá temporariamente a audição física. Em seguida, o mentor através de processos fluídicos, aumenta a tela fluídica do chacra frontal, permitindo que os sons captados pelos ouvidos perispirituais do médium cheguem até o nervo auditivo físico e, por intermédio deste, sejam conduzidas até o cérebro físico, na parte do córtex cerebral responsável pela audição. Desta forma, o médium passa a ouvir as coisas do mundo espiritual".

Dentro deste pressuposto, a comunicação de uma para outra consciência espiritual é possível e saudável desde que não haja violação, ou seja, a ocorrência de paralisação e a condução da vontade do médium manifestado, o que pode acontecer, quando este é obsediado por um espírito perturbador. É importante ressaltar que nenhuma entidade espiritual esclarecida intercede na vida de forma profunda, isto são consideradas violência e imposição. O intuito não é criar médiuns dependentes, e sim, seres autoconcientes.

Neste interím surge uma obscuridade. O médium serve-se de intermediário entre homens e espíritos. Esta atividade é de grande responsabilidade, assim o praticante não pode tornar-se passivo e não-consciente de seus atos mecânicos. O ideal é que este médium se torne ativo e vá em busca do conhecimento para si mesmo. Infelizmente devido a uma desconfiança existente por meio do charlatanismo e do descaso, muito tendem a aprender consigo mesmo e com sua própria entidade, uma forma complicada de aprendizagem, pois segue-se uma forma passiva de conhecimento, sem o acompanhamento de um facilitador que possa discutir e fazer com que a pratica torne-se mais ativa e esclarecedora.

A passividade mediunica interfere principalmente quando o mesmo entrega-se ao lado mecânico das incorporações, onde tudo é deixado para a entidade fazer. Desta maneira, o médium sabe que está incorporado concientemente, mas não sabe o que está incorporando. Se é realmente um mentor espiritual ou um espirito brincalhão. Sabe-se que em muitos casos aparecem pessoas incorporadas com tais formas espirituais que brincam, cantam, dançam muito bem, realizam proezas e rituais magnifícos, no entanto nada do que fazem funciona. Fazem apenas aquilo que têm um caráter hipnótico, mudança de estado mental ou atitude. O que é magicko nada.

Em muitos casos destes, o médium vive uma vida embaraçosa, cheia de enganos, fofocas, intrigas, desistências e atribulações que afetam tanto sua vida particular como profissional. Viver uma vida com problemas de relacionamentos e financeiros é comum quando algo está errado. A prática da magia é algo sério e se deve ter muito cuidado. Como pode alguém com tantos problemas ajudar pessoas, afinal se não se pode resolver seus problemas, poderá resolver os dos outros?

É claro que dentro deste orbe, há médiuns que acreditam que a sua entidade deve ser tratada como uma espécie de escravo, onde o mesmo deve atender seus pedidos egóicos. Alguns se utilizam de suas atividades mediúnicas para ganhar dinheiro ilicitamente, não que seja errado ganhar dinheiro com o uso da mediunidade, mas ao analisarmos friamente, vemos seres humanos presos a uma obsessividade muito grande por dinheiro, pelo poder e por conquistas fundamentadas em apenas possuir, mesmo que para isso tenha que usar a magia, usufruindo-se da ingenuidade das pessoas que o procuram e da boa vontade de entidades protetoras.

Como disse a mediunidade é uma atividade cerebral, em troca disso, o que se vê são inúmeras doenças mentais manifestadas de várias maneiras, pobreza e pessoas obsediadas por espíritos brincalhões. Talvez, seja certo dizer que a loucura já faz parte de nós e que a camuflamos para parecer normal, entretanto, brincar com os seres de outros mundos, onde envolve magia é a pior das loucuras.

A incorporação se caracteriza pela comunicação oral e escrita, onde em sua maioria são de forma consciente. Neste estado o médium participa do que esta acontecendo ao redor, atraves da verbalização e se lembra o que foi transmitido. Por isso pode haver interferência do médium, chamada de animismo. O animismo não retira o valor do médium, pois não se pode caracterizar onde termina a influência do espirito e começa a do médium, a não ser que este faz-se usar como intermédio para benéficios próprios, a chamada mistificação.

Na forma inconsciente o médium se exterioriza do corpo temporiamente por afinidade fluídica que fica mais ou menos a controle do espirito. Acredita-se que duas consciências não podem habitar completamente o mesmo corpo ao mesmo tempo e espaço, por um problema de incompatibilidade energética, se isso fosse possível todos nós seríamos vulneráveis a toda forma de possessão do corpo, entretanto isso pode acontecer quando ocorre uma violação e subjugação por outro espirito desencarnado.

Desde que não há possessão propriamente dita, isto é, coabitação de dois Espíritos no mesmo corpo, a alma pode ficar na dependência de outro Espírito, de modo a se achar subjugada ou obsidiada ao ponto de a sua vontade vir a achar-se, de certa maneira, paralisada. São esses os verdadeiros possessos. Mas, é preciso que saibas que essa dominação não se efetua nunca sem que aquele que a sofre o consinta, quer por sua fraqueza, quer por desejá-la ou por uma causa de ataques vampíricos na qual o médium seja atacado constantemente, o enfraquecendo espiritualmente. Muitos epilépticos ou loucos, que mais necessitam de médico que de exorcismos, têm sido tomados por possessos.

Há também a transmentação, isto é, a conexão mente-mente faz com que o médium passe a comportar-se com as características psicológicas e emocionais de um outro espírito pela assimilação de dados absorvidos pela mente do médium. Muitos médiuns acabam exercendo um papel em suas atividade espiritual da qual mais tarde não sabem exatamente o porque fizeram e agem normamelmente sem ou com a conciência deste fenomêno.

Na mediunidade semiconsciente é indispensável a afinidade fluídica (equilíbrio vibratório) o Espírito comunicante entra em contato com o perispírito do médium e, por intermédio dêste, atua então sôbre o corpo físico, ficando os órgãos vocais do médium sob contrôle do Espírito. Neste ponto o conhecimento do que se passa em tôrno dele fica obscuro. O médium fica em semi-transe, semi-adormecimento, sujeito porém à influência da Entidade e impossibilitado de furtar-se a ela, salvo se reagir deliberadamente. Obtido êsse estado a Entidade, apesar de não ter domínio completo sôbre o médium, pode todavia transmitir, mais livre e desembaraçadamente, suas idéias que ficam, é claro, dependendo da maior ou menor perfeição do instrumento usado, (educação mediúnica), e maior ou menor fidelidade de interpretação (capacidade intelectual do médium).

Neste terreno, o desenvolvimento da mediunidade possui aspectos importantes dentro da espiritualização, onde

um espírito autoconciente e possuidor de conhecimentos mágikos pode comunicar-se com médiuns como orientadores e professores, atuando sobre uma proposta em comum com o médium, seja como médico ou mesmo como fazedores e facilitadores para formação de outros médiuns. Sejam eles espíritos que já passaram por várias encarnações ou mesmo entidades naturais pertencentes, ou não, de outras dimensões.

Na verdade, toda responsabilidade recai sobre o médium. Quanto mais o médium estudar, procurar conhecimentos fora ou dentro do seu círculo, ter uma mente aguçada para perguntar sem duvidar em excesso e acima de tudo ter uma mente sistêmica, onde os conhecimentos são vindouros para que possa aprender com outras pessoas são totalmente essenciais. Médiuns que confiam em apenas em sí próprio e em seus guias, são por demais presunçosos e facilmente podem ser vítimas de enganos, por mais que se ache experto em acreditar que sabe muito e sua entidade sábia.

Por isso, quando algo não está dando certo, procurar ajuda é imprecidível. Entretanto, é sábio que procurar ajuda para aqueles que precisam mais é uma condenação. A obscuridade mediúnica se encontra principalmente dentro dentro de templos e terreiros que buscam apenas as coisas materiais. A lapidação do ser humano na formação de pessoas de bom caráter, a construção da moral como guia para melhorar as atitudes perniciosas, a formação de integrantes que buscam o amor e a prática da caridade são caminhos que não devem ser esquecidos pelo praticante que desenvolve a mediunidade. E isto é melhor do que ter em seus meios pessoas que buscam intrigas através de fofocas, dilaceramento da integridade de outros, a exclusão mediúnica, a exploração, a pobreza de espírito e outras banalidades. Isto Faz com que muitos lugares acabam se expondo a destruição do significado da espiritualidade e trazendo a sua morada todo tipo de formas negativas que denigre e obscurece a alma de todos os médiuns e participantes da casa.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Sobre Caboclos

Falar de Caboclos é uma tarefa bastante agradável, ainda que extensa e difícil, pois existem tantos que seria uma grande leviandade, declararmos conhecer a todos. Inicialmente é importante conhecermos uma diferenciação que se faz entre eles.
Os Caboclos de Couro e os de Pena. Caboclos de Couro, são os Boiadeiros, e os de Pena são os Índios.
Ainda tem os Caboclinhos, que são índios meninos, muito comuns no Nordeste do Brasil.
Muito se fala a respeito de que tipo de espíritos poderiam ser os Caboclos, Pretos-Velhos, etc... Seriam mesmo índios? Ou em relação aos Pretos-Velhos, seriam somente negros ou escravos? O trabalho da caridade espiritual é muito grande e não caberia somente a esta ou aquela qualidade de espíritos praticá-la.
Se nas falanges de Caboclos ou em outra qualquer, não se manifestarem somente espíritos daquela classe, isso não muda em nada sua força.
E qualquer espírito que se aproxime ou que lhe seja determinado trabalhar naquela determinada linha vibracional, às características da falange deverá ser amoldar.Isso se aplica a qualquer qualidade de espírito.
Até mesmo aqueles que em suas vidas pretéritas tenham convivido em camadas sociais diversas, podem depois de desencarnados trabalharem em qualquer falange, mas para isso moldam-se a ela utilizando-se da roupagem característica dela.
Já imaginaram um Caboclo manifestado de paletó e gravata, dando consultas com um lep top? O que quero dizer é que as falanges de Caboclos, são mesmo índios, ou no caso dos Caboclos de Couro, são boiadeiros, vaqueiros, trabalhadores do campo.
Entretanto, não é impossível a outros espíritos que viveram em outras classes sociais, aproximarem-se, por gosto ou determinação superior, às características da falange em questão e passarem a praticar a caridade, assim como, a perseguir a elevação espiritual, dentro daquelas características.
A evolução de cada entidade se dá mais pelo trabalho que pratica, pelo bem que alcança e dirige a quem necessita, do que pela maneira como se manifesta, fala ou se veste.
Assim sendo é muito mais importante nos aproximarmos da figura que a entidade nos proporciona, do que ficarmos procurando uma maneira de investigar e determinar o que não nos é devido.
Os Caboclos são entidades fortes, viris. Alguns tem uma dificuldade muito grande de se expressar em nossa língua, sendo normalmente auxiliados pelos cambonos, que são filhos da casa, normalmente iniciando seus desenvolvimentos ou alguém que não tenha a mediunidade de incorporação. São sérios, mas gostam de festas e fartura. Dançam muito e gostam de cantar também. Bebem vinho, cerveja, ou a Macaia que é uma mistura de ervas. Fumam normalmente charutos, mas alguns Boiadeiros fumam o palheiro, que é um cigarro feito de palha de milho com fumo de corda ou rolo ou até mesmo cigarros normais.
Os Caboclos, embora comandados por Oxossi, Orixá da caça, que na Umbanda é louvado como rei das Matas, estão sempre ligados a um determinado Orixá e mantém suas características, de alguma forma ligada a esse Orixá.
As Caboclas normalmente estão ligadas a Orixás femininos.

Os Caboclos de couro - Boiadeiros - são alegres e festeiros, são bem mais descontraídos e extrovertidos que os Caboclos de penas. Gostam de música, alguns gostam de samba, cantam toadas que falam em seus bois e suas andanças por essas terras de meu Deus.

Os Boiadeiros também são conhecidos como " Encantados ". Eles não teriam morrido para se espiritualizarem, teriam sido encantados e se transformados em entidades especiais.

Os Caboclos de Pena são exímios na arte de curar e na limpeza espiritual, são profundos conhecedores das ervas medicinais e de suas propriedades espirituais, assim como suas propriedades terapêuticas para o tratamento de muitos males. São grandes passistas e os resultados de seus trabalhos aparecem muito rapidamente.
Gostam muito de crianças e se entristecem muito com o mal tratamento dispensado a elas por maus pais.
Gostam muito de frutas, plantas e flores e suas festas devem ser bem ornamentadas pelos Zeladores de santo, que tem neles uma barreira muito grande contra os males de natureza material e espiritual.
A ornamentação não precisa ser suntuosa, pois são entidades bastante simples, mas flores e folhas compõem arranjos que os deixam muito satisfeitos.

Nas matas, cachoeiras, praias, rios, montanhas, sempre haverá a presença de um Caboclo, assim como entre as plantas e animais: Mata Virgem, Sete Cachoeiras, Sete Montanhas, Caboclo Arruda, Caboclo Guiné, Cobra Coral, Sucuri, Jibóia;
Os ligados diretamente aos Orixás, Caboclo Rompe Mato ( Ogum/Oxosse), Caboclo da Pedra (Xangô); aos ligados às forças da natureza, Caboclo Ventania, Sete Cachoeiras; aos ligados às atividades nas florestas, Caboclo Caçador, Flecheiro; aos ligados ao desmanche de feitiços, Serra Negra; aos ligados às cores, Caboclo Roxo; às tribos, Caboclo Tupi, etc...
Em suma, sempre haverá um Caboclo ligado a qualquer área da natureza para nos proteger e auxiliar.

Saravá Caboclo, Saravá toda a Macaia.
Saravá Jurema, Jupira, Jandira, Iara, e tantas outras Caboclas maravilhosas que enfeitam os rios, as serras com sua beleza e força e nas festas bradam e dançam, mostrando a feminilidade indígena, inocente, feliz, mas forte.
Grandes trabalhadoras da seara de Oxalá.


Okê Caboclo, Okê!

Eu mandei fazer, três capacetes de penas
Um é pra Iara o outro é pra Jandira e outro é pra Jurema!

Esses são os Caboclos de pena!


As características dos de couro são bastante diferentes, mas que não modificam suas intenções na prática do bem e da caridade. Os Boiadeiros também apresentam diversidades de manifestações. Boiadeiro menino, Boiadeiro da Campina, Boiadeiro Bugre, Boiadeiro do Sertão e muitos outros tipos.


Ele é Boiadeiro lá do sertão, Um pé calçado outro no chão!


São cantigas muito alegres, tocadas num ritmo vibrante, enquanto os Boiadeiros se esbaldam nas festas a eles consagradas. São porém grandes trabalhadores e defendem a todos das influências negativas com muita garra e força espiritual.
Possuem enorme poder espiritual e grande autoridade sobre os espíritos menos evoluídos, sendo tais espíritos subjugados por eles com muita facilidade. Boiadeiros gostam de vinho,cerveja, fumam charutos, cigarros de palha, ou mesmo cigarros comuns, alguns tomam cachaça com mel, vinho puro ou com mel, usam chapéus de couro, rebenques ou laços, alguns tocam berrante. É tal e qual se poderia presenciar no homem rude do campo. Durante o dia debaixo do calor intenso do sol ele segue, tocando o gado, tratando, marcando. A noite ao voltar para casa, o churrasco com os amigos e a família, um bom papo, ponteado por um gole de aguardente e um bom palheiro, e nas festas um arroubo de alegria.
Assim se manifestam os Caboclos, onde quer que sejam chamados.
Algumas casas adotam determinadas doutrinas que lhes tolhem um pouco as características.
Não lhes permitem fumar ou beber e se mesmo assim, humildemente, aceitam as condições da casa é por que é maior o desejo da caridade, do que mostrarem-se como realmente são.
Isso não diminui nem seus trabalhos nem a capacidade da casa, muito menos deprecia tal doutrina.
No entanto é muito importante que os respeitemos da maneira que se apresentem, sem que queiramos por nossas variações sociais, determinar suas procedências ou negar suas qualidades.

Okê Caboclo, Okê!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Os espíritos da natureza

Os Elementais são Entidades Espirituais, relacionadas com os elementos da natureza, onde realizam desempenhos muito importantes, essenciais mesmo, à totalidade da vida natural, pois que, através das ditas Entidades, nos são oferecidos: ervas, flores, frutos, oxigênio, água e tudo o mais que o ser encarnado denomina de Forças da Natureza.

São Entidades gerando, ordenando e dirigindo na natureza, suas manifestações peculiares e trabalhando dentro de uma linha evolutiva, diferente da dos seres encarnados. Podem ser percebidos pelo homem em certos estados de consciência, porém, pelos chamados irracionais, são notados e vistos com a maior naturalidade e a amiúde.

Pertencem ao grupamento de espíritos que não tiveram, nem terão, vida material, situando-se numa escala evolutiva Angelical. À eles, cabe realizar a evolução da vida e da forma em nosso planeta. Acima dos Elementais, DEVAS MAIORES, estão os chamados Anjos e Arcanjos, e a escala se prolonga, até que cheguemos aos espíritos comandantes da natureza, OS ORIXÁS.

Os Elementais são constituídos de LUZ - ou um tênue material auto luminoso e sua forma é na apresentação, semelhante à humana. As variações de consciência evolutiva e deveres cumpridos, produzem mudanças na coloração da luminosidade e até interfere na própria forma.

Nas épocas da germinação, crescimento e desenvolvimento, a vitalidade e atividade destas entidades aumentam o seu contato direto com o mundo físico, e é quando se tornam mais visíveis, dançando, brincando e até de certa forma, imitando os seres encarnados.

Eles se agrupam sob o comando dos ORIXÁS da seguinte forma:

SILFOS - ELEMENTAIS DO AR: São entidades de pequena estatura, de poderes mágicos, que os diferem dos outros espíritos da natureza, por serem de uma constituição sem forma definida, uma massa semi sólida de substância etérea. Exemplo: Fumaça, efeitos de luz através dos pirilampos, Aurora Boreal, arco-íris, etc...
Altura + / - 10 cm

ONDINAS ou NINFAS - ELEMENTAIS DA ÁGUA: São entidade do amor, que vivem nas águas do mar, lagos, lagoas, rios e cachoeiras, semelhantes as graciosas mocinhas de cabelos longos. Comandam toda a fauna aquática e podem encaixar (incorporar) na forma de sereias, dragões, serpentes marinhas, gaivotas, etc...
Altura + / - 30 cm

FADAS - ELEMENTAIS ECLÉTICOS: São entidades voláteis, que atuam em todos os reinos da natureza, segundo à necessidade ou ordens recebidas. Apresentam-se muito belas e esvoaçantes em fascinantes evoluções, interferindo na coloração e matiz de tudo que existe no planeta.
Altura + / - 30 cm

SALAMANDRAS - ELEMENTAIS DO FOGO: São entidades diretas do fogo, que não possuem forma definida. Têm-se, quando as vemos, a impressão de uma forma fundamentalmente humana, o rosto, quando não é velado pelas chamas, é de aparência humana, mas a maior parte das vezes, apresentam-se na forma de lagartixas, camaleões ou escorpiões.
Altura + / - 70 a 90 cm

ELFOS - ELEMENTAIS DOS METAIS: São entidades em muito semelhante aos SILFOS, sem forma corpórea definida, pois aparecem, da combinação do Ar e do Fogo sobre os metais. Por serem elementais belicosos, atuam amiúde através de cães, gatos e galos de briga.
Altura + / - 20 cm

GNOMOS ou DUENDES - ELEMENTAIS DAS FLORESTAS: São entidades que habitam as florestas e lugares desertos. Têm a forma semelhante à de um anão e atuam sobre tudo e sobre todos os que habitam ou transitam nas matas e florestas, dando sinais através de: Bicho de Pau, cobras e aves como a Graúna, Melro e semelhantes.
Altura + / - de 15 a 20 cm

AVISSAIS - ELEMENTAIS DA TERRA: São entidades que entrelaçam os elementos da terra e da água, apresentam-se em massa disforme, porém bem densa e atuam principalmente sobre:
a) Na água: Cavalos Marinhos, peixes-espada, Camarões e crustáceos em geral, pois são seres que se alimentam do lodo aquático.
b) Na terra: Minhocas, lesmas, caramujos e semelhantes, pois são seres que se alimentam da umidade do lodo da terra.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Cabala - Mapa de Deus para a humanidade


O que é a cabala?

O misticismo judaico, também conhecido como cabala, consiste em um conjunto de ensinamentos orais, textos e práticas que foram transmitidas por mestres iluminados. Ele contém uma reinterpretação revolucionária do texto bíblico através de uma simbologia complexa e de uma linguagem ambígua e até erótica que pode desestabilizar a razão e a fé dos menos preparados. A cabala é uma maneira de experienciar a religião judaica e suas crenças. É colocar em prática a sabedoria sagrada com a finalidade de sentir o divino mais próximo. É um contato direto com a presença de Deus, a sua essência. Costumamos dizer que o homem necessita abrir sete cortinas para entrar em contato com a realidade, com a essência de tudo, até a união mística.


Como isso pode ser feito?

Através do estudo diário das técnicas de meditação que levam a um contato direto com Deus. É como uma gota retornando ao oceano, de volta à realidade divina. Não é um processo fácil. Dentro do misticismo judaico existe um lado de Deus, o "Ein Sof" (pode ser traduzido como "o infinito"), que é totalmente inacessível e incompreensível racionalmente. Por outro lado, para tornar-se ativo e criativo, Deus criou as dez sefirot ou inteligências. As sefirot dentro de nós. As sefirot formam a Árvore da Vida, que não é apenas uma metáfora vertical em relação a Deus. Em sua representação horizontal ela representa os aspectos de Deus existentes dentro de nós.


O que é a Árvore da Vida?

É um mapa para entendermos a manifestação de Deus. O Deus que saiu de si, se desdobrou para criar o universo. Cada sefirot é um aspecto da natureza de Deus. Elas nos ajudam a entender o mapa de como Deus atua no universo. Elas são, na verdade, um mapa de Deus manifesto no homem e na natureza. O micro imita o macro. Através da compreensão das sefirot, podemos entender as características humanas nos relacionamentos interpessoais e como esses aspectos influenciam nossas interações com o outro. Como Deus se manifesta também na natureza, devemos ficar atentos para preservarmos o meio ambiente, pois cada aspecto da natureza pode ser um portal para um contato com Deus: uma flor, uma célula, um átomo, uma estrela, a lua.

Keter – a coroa, localizada no alto da cabeça. É o local onde a luz divina se filtra para dentro da nossa dimensão espiritual. É ao mesmo tempo, luz e receptáculo.

Chochmá – envolve o lado direito do cérebro e significa sabedoria. Representa a inspiração divina penetrando na nossa percepção. Dá acesso a novas idéias, novas maneiras de ver universo, novas visões de nós mesmos e dos outros.

Chesed – está localizada no ombro direito, expressa o profundo desejo de dar, de contribuir, de fazer algo de útil.

Yesod – é a sefirot da coluna central, localizada acima da virilha. Significa alicerce de toda a vida na terra em razão do poder regenerativo do órgão sexual masculino.

Malchut – expressa o lado feminino. É a mãe inferior que ajuda a manifestar as outras sefirot. Está localizada na sola dos pés, representando o ponto de ligação entre os seres humanos e a terra. Outras tradições a associam à boca.

Biná – envolve o lado esquerdo do cérebro. Significa entendimento. Nos ajuda a traduzir essas idéias em forma, estrutura e palavras.

Gevurá – está localizada no ombro esquerdo. Corresponde ao bom juízo e à nossa disciplina. Nosso impulso de sermos generosos.

Netzach – está localizada no quadril esquerdo e significa vitória e resistência. Representa o desejo de seguir em frente.

Hod – está localizada no quadril esquerdo. Representa a majestade. É a energia calma, silenciosa, que permite aos outros de aproximar de nós.

Tiferet – significa o esplendor e a verdade. Integra o dar e o receber de nova maneira: receber para dar. Está associada à cor verde, às árvores e plantas.

Fonte: Livro "O Poder de Cura da Cabala" de Raphael Kellma

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Buda

Por volta de 563 a.C., Lumbini (atual Nepal)
Por volta de 483 a.C., Mallas, Kushinagar (Índia)


Buda não é o nome de uma pessoa, mas um título: significa "aquele que sabe a verdade" ou "aquele que despertou", aplicado a alguém que atingiu um nível superior de entendimento. Dessa forma, houve vários budas na história do budismo. De todos, o primeiro, Sidarta Gautama, é considerado o mais brilhante e também o fundador do budismo, no século 6 a.C., isto é, há mais de 2.600 anos.

A história desse personagem é mesclada de lendas, pois naquela época não havia a preocupação de fazer registros de fatos. Sabe-se que o príncipe Sidarta ("aquele que realiza todos os desejos") nasceu em Lumbini, região localizada nas planícies de Terai, no norte da Índia, território hoje pertencente ao Nepal. Era filho dos reis da dinastia Sakia. Sua mãe, a rainha Maya, morreu sete dias após o parto.

O reino dos Sakia era apenas uma pequena tribo que estava ameaçada de ficar sob o governo das potências vizinhas. Por isso, esperava-se que Sidarta se tornasse um líder político e guerreiro. Mas o jovem príncipe logo demonstrou uma tendência à meditação, ao pensamento filosófico e espiritual.

Preocupado, seu pai, o rei Sudoana, tentou afastá-lo desse caminho. Providenciou para que Sidarta se casasse cedo e vivesse rodeado de luxo, afastado dos problemas da população. Também deu-lhe treinamento especial em literatura e artes marciais.

Foi em vão. Tudo isso só fortaleceu a convicção do príncipe de que a vida só podia oferecer vaidade e sofrimento. Ao atravessar a cidade ele teve contato com a realidade da velhice, da doença, da miséria e da morte. Sidarta entrou em profunda crise existencial: toda sua vida lhe pareceu uma mentira. Com isso, aos 29 anos, deixou seu palácio e título, e iniciou sua busca para atingir a iluminação, para desvendar o problema do sofrimento humano.

Em suas andanças, havia encontrado um monge que vivia de esmolas e observara que apesar da situação miserável, ele tinha um olhar sereno. Assim, juntou-se a um grupo de brâmanes (sacerdotes da religião hindu) dedicados a uma vida ascética, isto é, feita de orações, privações, muita disciplina e mortificações. Mortificar-se é castigar o corpo com jejuns, provocar o próprio sofrimento físico e mental, torturar-se como meio de inibir certos desejos.

Sidarta passou seis anos aprendendo tudo que esses religiosos tinham para lhe ensinar. E percebeu que mortificar-se era inútil: levar o organismo a limites extremos de dor e privação não conduzia à compreensão da vida para atingir a libertação do sofrimento. Essa situação era o extremo oposto do que ele já havia experimentado, ao viver entre excesso de prazeres na corte de seu pai. Foi assim que o místico chegou ao conceito de Caminho do Meio, a busca de uma forma de vida equilibrada, com disciplina suficiente para evitar esses extremos de prazer e dor, pois ambos impediam a clareza de pensamento.

Os brâmanes ficaram escandalizados com esse conceito e o abandonaram. Sozinho, ele prosseguiu e procurou conhecer a si mesmo. Diz a lenda que Sidarta se sentou para meditar sob uma figueira, a árvore Bodhi. Ali, conheceu a dúvida sobre o sucesso de sua empreitada, ao ser questionado pelo demônio chamado Mara, que simboliza o mundo das aparências e é representado em muitas ilustrações na forma de uma cobra naja.

Diz a lenda que Mara ofereceu o nirvana a Sidarta, o estado permanente e definitivo de beatitude, felicidade e conhecimento. Essa era a meta suprema do homem religioso, obtida através de disciplina ascética e meditação. A oferta foi tentadora, mas Sidarta percebeu que isso o levaria a se distanciar do mundo e o impediria de passar seus ensinamentos adiante.

E não era essa sua intenção: ele estava ligado a todos os homens, todos eram seus irmãos e irmãs que precisavam de orientação para viver melhor.
Assim Sidarta se transformou, por volta dos 40 anos, no Buda, o iluminado. Começou na cidade de Benares (hoje Varanasi, na Índia) a ensinar o darma, isto é, o caminho para o amadurecimento e a libertação de boa parte do sofrimento na vida terrestre. A essa altura, o número de seguidores (discípulos) do budismo já havia crescido bastante, incluindo seu filho e sua esposa. Continuou suas pregações na região norte da Índia por mais 40 anos, até sua morte, convertendo numerosas pessoas e combatendo os brâmanes.

Buda sempre enfatizou que ele não era um deus e que a capacidade de se tornar um buda pertencia ao ser humano, porque este possui grande potencial para a sabedoria e a iluminação, os objetivos do budismo. De acordo com a tradição, suas últimas palavras foram: "Tudo passa. Apliquem-se em buscar a salvação".

Retirado de http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u634.jhtm

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Etnologia africana II

O ALFABETO



A, B, D, E, E,* F, G, GB, H , I, J, L. K, L, M , N , O , O*, P, R , S, S*, T , U, W , Y.



Os. Considere (*) como um ponto abaixo da letra.



O alfabeto acima é composto de sete vogais e dezoito consoantes.



Pronúncia: A (a), B (bi), D (di), E (ê), E* (é), F (fi), G (gui), GB (güi), H (ri), I (i),

J (dji), L (li), M (mi), N (ni), O (ô), O* (ó), P (kpi), R (rri), S (si), S*

(xi), T (ti), U (u), W (ui), Y (yi).





Os fonemas são emitidos de acordo com os sons nossos conhecidos na língua portuguesa. O som correspondente à letra X é representado, no alfabeto Yorubá, pela letra (S) acrescida de um ponto sob si (S*). O som da letra H é sempre aspirado, não existe (H) mudo, conforme acontece na língua portuguesa. As letras (P) e (GB), tem sons peculiares conforme a demonstração inserida no quadro da pronúncia. É bom reparar nos fonemas (GÜI), (~MI) e (ÑI) que os mesmos tem sobre si um sinal gráfico – trema e til – que lhes dão os sons de ( NHI ) e ( MHI ).



O Yorubá e o português tem muitos sons em comum. O Yorubá é uma língua de tons, é nisso que ela se distancia do português. O domínio dos tons é indispensável a comunicaçao, substituir um ton por outro é como substituir uma vogal por outra. Em yorubá isso pode resultar em que se confunda uma palavra por outra, pode, igualmente, dar origem a uma serie de sons sem nenhum sentido.

O domínio dos sons não é dificuldade insuperável, é necessário apenas um treinamento intensivo e assíduo. Por isso é que se pode ter a impressão de estar progredindo lentamente ou de se perder tempo demorando-se na aquisição do esquema tonal.



ACENTOS



Existem três tipos de acentuação tônica, embora seja o som que determina o significado de cada palavra, na escrita é o acento que dá o significado correto, de acordo com a pronúncia adequada a palavra.



1- til (~), conhecido como àmi fãgun, indica a contração de duas vogais proporcionando oralmente o prolongamento da pronúncia daquela vogal na palavra. Ex.: DÃBÒBÒ = DAÀBÒBÒ

BÊDI = BÉÈDI (coloque-se sob o E um ponto)



2- agudo (´), este tipo de acento simplesmente indica a entonação alta e se chama àmi òkè.



3- Grave (`) , mostra a queda da voz e se chama àmi ìsàlè ( coloque-se sob o E um ponto).



Quando não tem acento chama-se àmi ohùn àárín.





SUBSTANTIVOS



A propriedade de se conhecer o sexo dos seres, feminino e masculino, não existe na língua yorubá. O gênero dos substantivos é conhecido através da anteposição de palavras especificas.



MASCULINO FEMININO



Oba Ayaba

Bàbá Ìyá

Óko Áya

Oso (ponto sob o S) Àjé (ponto sob o E)



A formação do gênero das palavras quando se trata de seres racionais, é feita utilizando-se as palavras Ókùnrín (homem) e Óbìnrín (mulher). E quando estas palavras são juntadas à outra, omite-se a letra O.



Omode Ókùnrín Omode ‘ kùrín

Omo mi Ókùnrín Omomi ‘ kùrin

Ára- Ókùnrín Ára ‘ kùnrín

Éru Ókùrín ( ponto sob E ) Éru ‘ kùnrín



Geralmente o prefixo ÉRU é usado no sentido de pessoas ligadas à família. Quando se quer dar o sentido de escravo usa-se o vocábulo ÌWÒFÀ ( ponto sob O ).
Luqiam [Ómò Alaarù Ókùn]

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Médium de Umbanda

...O médium de Umbanda, ainda que muitos não o valorize, é o ponto chave do ritual de Umbanda no plano material.

...E por sê-lo, deve merecer dos filhos de Fé já maduros (iniciados) toda atenção, carinho e respeito quando adentram no espaço interno das tendas, pois é mais um filho da Umbanda que é "dado" à luz. E tal como quando a generosa mãe dá à luz mais um filho, onde tanto o pai quanto os irmãos se acercam do recém-nascido e o cobrem de bênçãos, amor, carinho e... compreensão para com seus choros, o novo filho de Fé ainda é uma criança que veio à luz e precisa de amparo e todos os cuidados devido à sua ainda frágil constituição íntima e emocional.

...Do lado espiritual, todo o apoio lhe é dado, pois nós, os espíritos guias deles, sabemos que este é o período em que mais frágil se sente um ser que traz a mediunidade.

...Para um médium iniciante, este é um momento único em sua vida, e também um período de transição, onde todos os seus valores religiosos anteriores de nada lhe valem, pois outros valores lhe estão sendo apresentados.

...Para todos os seres humanos este é um período extremamente delicado em suas vidas. E não são poucos os médiuns que se decepcionam com a falta de compreensão para com sua fragilidade diante do novo e do ainda desconhecido.

...É tão comum uma pessoa dotada de forte mediunidade e de grandes medos, ser vista como "fraca" de cabeça pelos já "tarimbados" médiuns. Mas estes não param para pensar um pouco no que realmente incomoda o novo irmão e, com isto, o Ritual de Umbanda Sagrada vê mais um dos seus recém-nascidos filhos perecer na maior angustia, e socorre-se a outros rituais que primam pela ignorância do mundo espiritual e sufocam nos seus fieis, seus mais elementares dons naturais.

...Muitos apregoam que tantos e tantos brasileiros são umbandista, e que isto demonstra o vigor da religião umbandista. Mas, infelizmente, isto não é verdade, e só serve para diminuir o que poderia ser uma grande verdade.

...Vários milhões de brasileiros já assumiram suas mediunidades por completo e são médiuns praticantes, que incorporam regularmente seus guias dentro das tendas onde trabalham, ou nas suas reuniões mais intimas em suas próprias casas.

...Mas alguns milhões de filhos de Fé com um potencial mediúnico magnífico já foram perdidos para outros rituais, porque os diretores das tendas não deram a devida atenção ao "fator médium" do ritual de Umbanda, assim como não atentaram para o fato de que aqueles que lhes são apresentados pelos guias zeladores dos novos médiuns, se lhes são enviados, o são pelo próprio espírito universal e universalista que anima a Umbanda Sagrada, e que é o seu espírito religioso, que no lado espiritual tem meios sutis de atuar sobre um filho de Fé, mas no lado material depende fundamentalmente dos pais e mães no Santo, animadores materiais desse corpo invisível, mas ativo e totalmente religioso.

...É tão comum vermos médiuns já "iniciados" que não tem a menor noção da existência desse corpo religioso umbandista que se move através do plasma universal que é Deus, é fé e é religiosidade. "Eu sou filho de tal orixá...", e pronto! Sua fé acaba a partir daí, e sua ligação com este plasma divinizado numa religião fica restrito a isto: "Eu sou filho de tal orixá".

...Incorpora seus guias, estes trabalham, e maravilhosamente, pois estão em comunhão total com este espírito ativo que é o corpo religioso umbandista, corpo este que assume a forma de orixás ou de seus pontos de forças, mas que não deixam de irradiar essa energia divina chamada "Fé".

...O ritual é aberto a todas as manifestações, mas o lado material ( médiuns) tem de ser esclarecido de que as manifestações só acontecem por causa desse espírito religioso invisível conhecido por Ritual de Umbanda Sagrada, e que fora dele não há manifestações, mas tão somente possessões espirituais.

...É este espírito invisível que sustenta todas as manifestações, quando em nome da Umbanda Sagrada são realizados.

...Houve um tempo em que os orixás foram sincretizados com santos católicos, pois aí a concretização do ritual aconteceria. As imagens "mascaravam" a verdade oculta e as perseguições religiosas, políticas e policiais foram abrandadas.

...Mas, atualmente, isto já não é preciso como meio de expansão da Umbanda Sagrada. Hoje já existe liberdade suficiente para que todos digam abertamente: "Sou um filho de Fé, sou um filho de Umbanda!".

...Mas para que isso possa ser realmente dito, é chegado o tempo de a Umbanda deixar de perder seus filhos recém-nascidos para religiões que ainda recorrem a princípios medievais, quando não obscurantistas.

...Há de ser criada uma forte linha de fé doutrinadora dos sentimentos religiosos dos filhos de Fé, pois só assim a Umbanda Sagrada sairá do interior das tendas e dos lares e abarcará, num movimento abrangente e envolvedor, os milhões de irmãos que afluem às tendas ou aos médiuns à procura de uma palavra de consolo, conforto ou esclarecimento.

...É chegado o momento de todos os médiuns, diretores espirituais, dirigentes espirituais e pais e mães no Santo, imprimirem aos seus trabalhos mais uma vertente da Umbanda Sagrada: a doutrinação dos irmãos e irmãs que afluem às tendas nos dias de trabalho.

...É preciso uma conscientização dos pais e mães no Santo de que os necessitados, os aflitos, os carentes afluirão não só às tendas de Umbanda, mas também a todas as outras portas abertas onde há uma promessa, um vislumbre de socorro imediato. ...Mas só aquelas portas que, a par do socorro imediato, oferecerem uma luz para toda a vida, alcançarão seu real objetivo, pois a par do imediato também oferecem o bem duradouro, que é a fé forte numa religião. E a Umbanda Sagrada é uma religião!

...Por isso ela tem de sair das tendas e conquistar corações dos que a ela afluem nos dias de trabalho, e conquistar o respeito e a confiança de todos os cidadãos no seu trabalho de doutrinação e salvação de almas.

...Nós temos acompanhado com carinho e atenção os irmãos umbandistas que têm oferecido a maior parte de suas vidas a esta necessidade da religião umbandista – abençoados sãos estes verdadeiros filhos de Umbanda, mas temos acompanhado a vida de todos os pais e mães no Santo e temos visto que bloqueiam a si próprios e às suas potencialidades doutrinadoras dentro da Umbanda Sagrada, quando limitam a si e sua religião aos trabalhos dentro de suas tendas, quando os seus guias incorporam e trabalham.

...Limitam-se só a isto e limitam à própria religião umbandista, pois não concedem a si próprios as qualidades que seus orixás lhes mostram que são possuidores. Muitos filhos de Fé, movidos de nobres e dignificantes intenções, buscam nas línguas a explicação do termo "Umbanda". Alguns chegam a mergulhar no passado ancestral em busca do real significado desta palavra.

...Nada a opor de nossa parte, mas melhor fariam e mais louvável aos olhos dos orixás seriam seus esforços, caso já tivessem atinado com o real e verdadeiro sentido do termo "Umbanda".

...Umbanda significa: o sacerdócio em si mesmo, na m'banda, no médium que sabe lidar tanto com os espíritos quanto com a natureza humana. Umbanda é o portador das qualidades, atributos e atribuições que lhe são conferidas pelos Senhores da natureza; os orixás! Umbanda é o veiculo de comunicação entre os espíritos e os encarnados, e só um Umbanda está apto a incorporar tanto os do Alto, quanto os do Embaixo, assim como os do Meio, pois ele é, em si mesmo, um templo.

• Umbanda é sinônimo de poder ativo.

• Umbanda é sinônimo de curador.

• Umbanda é sinônimo de conselheiro.

• Umbanda é sinônimo de intermediador.

• Umbanda é sinônimo de filho de Fé.

• Umbanda é sinônimo de sacerdote.

• Umbanda é a religiosidade do religioso.

...Umbanda é o veiculo, pois trazem em si os dons naturais, pelos quais os encantados da natureza falam aos espíritos humanos encarnados.

...Umbanda é o sacerdote atuante, que traz em si todos os recursos dos templos de tijolo, pedras ou concreto armado.

...Umbanda é o mais belo dos templos, onde Deus mais aprecia ser manifestado, ou mesmo onde mais aprecia estar: no intimo do ser humano.

...Umbandas foram os primeiros espíritos dos sacerdotes, que aos poucos foram criando para si, no intimo dos médiuns filhos de Santo já preparados para recebe-los, uma linha tão poderosa, mas tão poderosa que realizavam curas milagrosas nos freqüentadores dos terreiros de "macumba".

...Umbandas eram os caboclos índios que dominavam os quiumbas e libertavam os espíritos encarnados de obsessores vingativos e perseguidores.

...Umbandas eram os pretos-velhos que baixavam nas "mesas brancas" e faziam revelações que não só deixavam admirados quem os ouviam, mas encantavam também.

...Umbandas eram os exus e pombas-giras brincalhões, debochados e francos, tanto quanto os encarnados, pois falavam a estes de igual para igual, e com isso iam rompendo o temor dos filhos de Santo para com seus "santos".

...Umbanda era o inicio do rompimento da casca grossa da rituália de culto aos eguns (os sacerdotes) já no outro lado da vida.

...Umbanda o sacerdócio; embanda, o chefe do culto; Umbanda, o ritual aberto do culto dos ancestrais.

...Umbanda, onde na banda do "Um", mais um todos nós somos, pois tudo o que nos cerca, através de nós pode se manifestar.

...Umbanda, na banda do "Um" , um todos são e sempre serão, desde que limpem seus templos íntimos dos tabus a respeitos dos orixás e os absorvam através da luz divina que irradiam seus mistérios. Daí em diante, serão todos "mais um", plenos portadores dos mistérios dos orixás.

...Na Umbanda, o médium não é esvaziado, mas tão somente enriquecido com a riqueza espiritual de todos os orixás.

...Umbanda provém de "m'banda", o sacerdote, o curador.

...Umbanda é sacerdócio na mais completa acepção da palavra, pois coloca o médium na posição de "doador" das qualidades de seus orixás, que impossibilitados de falarem diretamente ao povo, falam a partir de seus templos humanos: os filhos de Fé!

...Despertem para esta verdade, pais e mês de Santo! Olhem para todos os que chegam até vocês, não como seres perturbados, mas sim como irmãos em Oxalá que desejam dar "passagem" às forças da natureza que lhes chegam, mas encontram seus templos (mediunidade) ocupados por escolhos inculcados neles, através de séculos e séculos que estiveram afastados de seus ancestrais orixás. Não inculquem mais escolhos dizendo a eles que tem orixá brigando pela cabeça deles, ou que exu está cobrando alguma coisa.

...Tratem os filhos que Olorum, o Incriado, lhes envia com o mesmo amor, carinho e cuidados que devotam a seus filhos encarnados.

...Cuidem deles; transmitam a eles amor aos orixás, pois orixá é o amor do Criador às Suas criaturas.

...Ensinem-lhes que, na lei de Oxalá, ninguém é superior a ninguém, pois na banda do "Um", mais um todos são.

...Mostrem-lhes que orixá é um santo, mas é mais do que isso: orixá é a natureza divina se manifestando de forma humana, para os espíritos humanos.

...Não percam tempo tentando contar lendas do tempo de cativeiro, quando irmãos de cultos diferentes, raças diferentes e formações as mais diversas possíveis, eram reunidos numa só senzala e evitavam a mistura dos orixás com medo de perderem seus últimos vestígios humanos: seus "santos"de cabeça e de fé. O tempo da escravidão já é passado e Umbanda é liberdade de manifestação dos orixás através dos seus veículos naturais; os médiuns.

...Ensinem-lhes que, se estão aptos a incorporarem o "seu" pai de cabeça, também estão aptos a serem as moradas de todos os outros "pais", pois orixá é antes de qualquer coisa e acima de tudo, isto: senhora da cabeça. é senhor da coroa luminosa que paira em torno do mental purificado do filho de Fé já liberto dos escolhos que o mantinham acorrentado e escravizado a tabus e dogmas religiosos, que antes de tudo visavam impedi-lo de ser mais um na banda do "Um", e mantê-lo na eterna dependência da vontade dos carnais senhores dos cultos ao Criador, onde um é o pastor e os restantes, só rebanho, ovelhas mesmo!

...Digam que na banda do "Um", o rebanho é composto só de pastores, pois "Umbanda" é sacerdócio.

...Esclareçam ao filho recém-chegado que se sente incomodado, que isto não é nada ruim, pois há todo um santuário aprisionado em seu intimo que está tentando explodir através de sua mediunidade magnífica.

...Conversem demoradamente com ele e procurem mostrar-lhe que Umbanda não é a panacéia para todos os males do corpo e da matéria, mas sim o aflorar da espiritualização sufocada por milênios e milênios de ignorância e descaso para com as coisas do espírito.

...Expliquem que pode fazer o que quiser com seu corpo material, mas deve preservar sua coroa (cabeça), pois é nela que a luz dos orixás lhe chega e o liberta dos vícios da carne e do materialismo brutal.

...Ensinem-lhe que, como templos, deve manter limpo seu íntimo, pois nesse íntimo há uma centelha divina animada pelo fogo divino que a tudo purifica, e que o purificará sempre que entregar sua coroa ao seu orixá. Instrua-os com seu mentor guia chefe, irmãos e irmãs (pais e mães de Santo).

...Estabeleçam um dia da semana ou do mês dedicado exclusivamente a um guia doutrinador que lhe falará da Umbanda a partir da visão mais acurada desta religião, em que os fiéis são mais que fiéis: são "meios" onde toda uma gama magnífica de seres de altíssima evolução se manifestam como humildes pretos-velhos, garbosos mas amáveis caboclos, inocentes crianças ou humanos exus e pombas-giras. Sim porque nós conhecemos irmãos exus que possuem muito mais luz do que vocês imaginam. E se preferem atuar como exus, é porque assim, bem humanos, chegam mais rápido até onde desejam: aos consulentes sofredores e veículos de espíritos sofredores afins.

...Ensinem aos médiuns que eles trazem consigo mesmo todo um templo já santificado e que nele se assentam os orixás sagrados. E que através desse templo muitas vozes podem falar, e serem ouvidas pois Umbanda provem de Embanda: sacerdote!

...E o médium é um sacerdote, um embanda, um Umbanda, ou mais um na banda do um, a Umbanda!


Parte do texto retirado do Livro: " O CÓDIGO DE UMBANDA "
Obra psicografada por Rubens Saraceni.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

A magia das ervas e das plantas

Um dos grandes mistérios em quase todos os ramos da Magia, em todo o mundo é a utilização das plantas, raízes, sementes, as ervas mais variadas, tanto em forma de defumações para os Deuses como para banhos purificadores, protetores e de cura. Citarei neste artigo algumas das ervas mais usadas em nosso país, tanto na Umbanda, quanto nos cultos de Yorubá, e sua utilização. Algumas poderão ter denominação diferente em outros estados, mas sua nomenclatura usada aqui será a que conheço e de meu estado paulista.


Alfazema:
planta de cheiro agradável, penetrante, tem ligação com o sexo feminino, sua influência serve como purificadora, como atrativo para os negócios e para o amor. No culto afro é ligada a Yemoja e Oxalá, na Umbanda a Oxalá. Os antigos terreiros de Umbanda ensinavam que um homem usando alfazema atrairia mulheres. A planta queimada sozinha limpa o ambiente e atrai prosperidade e bons negócios, bem como pessoas amigas.

Alecrim:
Ao meu entender ligada ao Orixá Oxossi no culto Afro, planta purificadora e ao mesmo tempo atrativa como a alfazema. Diziam os antigos que se uma mulher usar alecrim atrai pessoas do sexo oposto. É utilizada em ambientes comerciais em forma de defumação para limpar, descarregar e atrair clientes do sexo masculino. Se aliada à alfazema, purificará o comércio e atrairá clientes diversos. Um galho de alecrim onde estiver escrito o nome do ser amado e embebido em essência de rosas e guardado junto ao coração facilitará o contacto e a ternura entre as duas pessoas. Usado como banho deve ser tomado da cabeça para baixo como banho protetor e purificador.

Acácia Jurema:
Misteriosa! Conhecida por alguns como planta dos bons negócios, para se ter na entrada de casa ou comércio. Usada por nossos indígenas brasileiros, pois sua raiz é uma espécie de alucinógeno e sedativo. Suas folhas usadas em forma de banho, aliadas ao carvalho e a oliveira limpam uma pessoa de qualquer feitiço ou magia negativa.

Alfavaca:
Alguns a têm como erva de Exú, outros como erva de Oxalá. Independente do Orixá é uma planta atrativa, ao mesmo tempo em que, limpa nossa aura, atrai bons fluidos de saúde e prosperidade.

Arruda:
Quem ainda não ouviu alguma coisa sobre a magia da arruda? Planta com aroma forte, purificadora de primeira linha, descarrega o ambiente onde for queimada, e limpa a aura em forma de banho. No culto Afro alguns a têm como erva de Exú, outros de Ogum ou Oxossi, para mim é do último Orixá citado. Aliada a alfazema e ao alecrim seu poder triplica, pois tira do ambiente onde for usada, qualquer influência estranha ou negativa. É conhecido seu poder contra o olho gordo e o mau olhado. Usado por nossas mães de santo, pelos antigos e pelas benzedeiras para cuidar das crianças e adultos. Costumo usá-la até hoje para benzer pessoas carregadas de influências nocivas. Unir dois pedaços de sua madeira com uma fita vermelha, fina em forma de cruz torna-se um amuleto contra mal olhado. Se colocarmos alguns galhos em um ambiente eles murcharão assim que alguma energia negativa entrar no mesmo.

Absinto:
Planta mágica de influencia do planeta Marte, usada nos rituais tanto de depuração das forças negativas como para invocação de forças demoníacas e infernais. Muito apreciada na antiguidade. Dizem os vários magos que também é um excelente afrodisíaco usado em forma de perfume. Não é uma planta comestível nem para consumo em forma de bebida, pois produz alucinações e envenenamento.

Acácia:
Seu uso no Antigo Egito era imenso, era tida como uma planta sagrada dos Deuses, Tem seu uso para banhos de descarga bem como para composição de tinta mágica para traçado de pantáculos e talismãs mágicos.

Açafrão:
Planta de influência jupteriana, seu uso além de condimento em nossas cozinhas, tem um largo uso em defumações para atrair melhores condições financeiras. Associado a “nós moscada” é um poderoso abre alas para situações financeiras difíceis. É também utilizado nos filtros amorosos em conjunto com outras ervas.

Alcachofra:
Além de suas propriedades emagrecedoras quando consumida diariamente durante l mês, tem um poder afrodisíaco, quando utilizada com outros componentes em filtros mágicos.

Alho:
Além de ser um dos temperos mais conhecidos em todas as cozinhas do mundo, sua força mágica é poderosa. Afasta os visitantes noturnos do astral, e além de ser um antibiótico físico é um antibiótico astral, limpando ambientes em forma de defumação, colocado sobre soleiras das portas. Aliado com a palha da cebola, pó de café e cânfora é um defumador que elimina as larvas do astral, os feitiços e as más influências de um ambiente. Os antigos usavam um dente de alho descascado sobre o pulso do lado onde tinham um dente infeccionado.

Aloés:
Famosa babosa brasileira, usada nos cabelos antigamente para evitar sua queda e para propiciar novos fios. É uma planta jupteriana e sua atividade esta ligada aos problemas financeiros, pois aliado com benjoim e açafrão é um poderoso defumador para atrair bons negócios e abertura financeira. Apesar de sua polpa ser de difícil secagem, serve como componente e para ligar os outros ingredientes da defumação.

Angélica:
Planta mágica que tem o poder de desviar todo tipo de visão astral, de espíritos perturbadores bem como evitar que seu portador seja fascinado por uma amizade indesejável ou suspeita. Antigamente era chamada de Erva do Espírito Santo.

Anis Estrelado:
Planta de influência vênusiana seu banho serve nos casos amorosos, e como defumação aliada a outros componentes para abrir os caminhos amorosos e propiciar boas amizades, bons caminhos, paz e triunfo.

Bambu:
As folhas de bambu, usadas na forma de maço, batidas pelas paredes, móveis e portas limpam o ambiente das influências nocivas de desencarnados negativos e errantes, bem como de feitiços. Queimando suas folhas podemos limpar o ambiente e se juntarmos um pouco de pó de café seu efeito se tornará mais possante.

Benjoim:
Uso indicado para atração financeira, pode ser aliado a canela e ao cravo para atrair clientes e bons negócios.

Colônia:
Planta sagrada do Orixá Oxalá. Seu pendão de flores é um chá calmante, cheiroso como o chá de jasmim e tem efeito de repor energias nas pessoas estressadas do dia a dia.Sua utilização em forma de banho não deve ser fervida e sim triturada como o manjericão e tomado da cabeça para baixo, para atrair boa sorte e paz.

Canela:
Seu uso é um excelente atrativo para amor, finanças, saúde e prosperidade. Abre caminhos.

Cravo:
Atrativo de primeira linha, em forma de banho, nos favorece ao fazer uma entrevista, procurar um emprego, encontrar alguém que amamos, deixar a aura com uma vibração positiva.

Canela e cravo
Em forma de pó, unidos formam um excelente atrativo financeiro para assoprarmos em um ambiente que queremos favorecer.

Espada de São Jorge:
Dedicada ao Orixá Ogum, a Exú, a Yansã. Uma das plantas mais conhecidas dos brasileiros juntamente com a arruda. Um vaso de espadas atrás da porta principal tem o poder de defender contra o mal. Duas espadas cruzadas e pregadas atrás da porta bloqueiam as pessoas de intenção duvidosa e as influencias negativas. Em forma de banho purifica e protege, e pode ser aliada ao alecrim, arruda, alfazema e à guiné, tornando-se um banho muito conhecido na Umbanda, e de forte poder.

Guiné:
ao meu ver do Orixá Ogum. Tem um forte poder contra o mal. Limpa e purifica, pode ser usada na mistura citada acima, em forma seca para defumação, como em forma de banho da cabeça aos pés, para energizar, tirar debilidades, dar forças novas e proteção.

Incenso:
Uma resina universalmente conhecida em todos os cultos. Pode ser usado sozinho em forma de defumação ou com outras ervas também. Seu efeito é potencializar e limpar um ambiente ou pessoa. Aliado as outras ervas é um complemento potencializando os efeitos da mesma. Pode ser tomado como banho também, embora não seja de uso freqüente ou costumeiro.

Mangueira:
Suas folhas são de Ogum e de Exú. Seu banho fortalece, purifica a aura e tira os feitiços e mal olhados, abrindo os caminhos. Pode ser usada em conjunto com a guiné e o alecrim, é um banho forte para o ser humano. Suas folhas podem ser usadas para “bater”nas paredes como o bambu ou serem espalhadas pelo chão, e deixadas por algumas horas para retirar as mas vibrações.

Manjericão:
Planta votiva, do Orixá Oxalá, o Orixá do Branco e da Paz. Seu uso é purificador e consagrador, para atrair a paz, alegria, felicidade e bons caminhos, apenas não deve ser usado em forma de banho fervido e sim macerado e tomado da cabeça para baixo. É um bom costume ralarmos algumas folhas misturando açúcar mascavo e aspergir um ambiente para limpar de influências nocivas. Colocados em um vaso tem o mesmo efeito da arruda: se o ambiente carregar murcham rapidamente.

Noz moscada:
Atrativo, ajuda ativar as finanças, e aliado à canela é também utilizado para atrair dinheiro, prosperidade e clientes.

Peregum (dracena de folha mais larga):
Existe o peregum arroxeado que é de Yansã, o verde para inúmeros Orixás, o verde com amarelo, é dedicado ao Orixá Logum (filho de Oxossi e Oxum). Seu uso pode ser em forma de banho para limpar a aura bem como, na forma indicada para o bambu, “batendo e tocando pra fora” as vibrações negativas do ambiente. Não deve ser fervido.

Pitangueira:
Pertence ao Orixá Oxossi é a planta que abre os caminhos financeiros e os bons negócios. Suas folhas verdes podem ser fervidas e tomadas como banho da cabeça aos pés, suas folhas secas podem ser usadas com canela, cravo e açúcar mascavo para defumar um ambiente e atrair bons negócios. Em forma de uma vassoura ou maço nas mãos pode limpar o ambiente, móveis, paredes, portas.


Acredito ter colocado aqui as ervas mais usadas e mais conhecidas em nosso meio espiritual, existem outras, mas seus efeitos não diferem muito das aqui colocadas. Seus poderes são visíveis basta que se utilize para avaliar. As que coloquei como maceradas devem ser usadas assim, pois sua fervura estragaria seu poder mágico. Como tudo neste Universo, nossas irmãs plantas dão sua contribuição para aliviar a raça humana de nossas aflições e mazelas. Faça bom uso delas e as ame, e creia que elas farão sentir o seu poder.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Conduta esperada

*Mãe Iassan Ayporê Pery
Dirigente do CECP - Centro Espiritualista Caboclo Pery


Se somos pessoas religiosas, ou seja, se temos uma religião, espera-se de nós atitudes compatíveis com esta condição.

Em função disto já que sou umbandista, falo de minha religião e sobre o que é esperado de seus praticantes.

Muitos falam apenas na conduta esperada no médium antes e durante as sessões ou giras, mas quase nada se fala do depois da gira e normalmente o que é falado é sobre o imediatamente após a gira ou no máximo 24 horas após o término da sessão.

Não podemos e nem devemos ser umbandistas durante as 48 horas que giram em torno de uma sessão, mas sim 24 horas por dia e 7 dias por semana. Mas isso é no sentido da conduta no nosso dia-a-dia. O quanto nos preocupa a caridade, o amor, a fraternidade e o respeito pelo próximo, o quanto disto tudo faz parte de nossos corações e mentes, verdadeiramente.

Não adianta de absolutamente nada banhos, defumadores, preceitos preparatórios para as sessões, se quando a mesma termina, trocamos nossa roupa e esquecemos todas as palavras e orientações recebidas durante a sessão, saímos do centro achando que nossa missão e papel terminaram ali e conseqüentemente não aplicamos o nosso aprendizado.

A Umbanda é extremamente prática e nós temos obrigação de executarmos essa praticidade. Como? Tendo uma conduta compatível com a nossa religiosidade dentro e fora do terreiro.
As defesas de um terreiro não serão abaladas pela conduta inconseqüente de alguns médiuns, mas as defesas do médium sim. Daí advém problemas que alguns médiuns passam e ainda tem a coragem de afirmar que "tomou o banho" direitinho, que firmou o Anjo da Guarda direitinho, etc, etc... Ou ainda, o que considero pior: dizem que não merecem isso ou aquilo e que a "Banda" deles tem a obrigação de resolver!!

Desculpas! Meras e tolas desculpas, que servem apenas para ajudar a mascarar a verdade. E qual é a verdade que estou me referindo? A verdade que alguns médiuns e dirigentes acreditam que preceitos e oferendas substituem conduta moral correta, honestidade de propósitos, caridade e humildade!

Não! Em absoluto não! Não há banho, trabalho, preparo, despacho, oferenda, amaci, que substitua um coração nobre, caridoso, honesto e sincero! Para que os preceitos de Umbanda surtam efeito é fundamental a coerência entre o que está sendo feito e quem está fazendo ou recebendo.

Urge que nos tornemos aparelhos melhores. Preocupe-se menos com oferendas e mais com conduta moral. Aprenda primeiro a "oferendar-se", pois como disse o Caboclo Pery na mensagem Oferendas Para Orixás somos a melhor oferenda que podemos dar aos nossos guias e mentores, mas eu digo, que precisamos ser dignos de sermos oferendados.

Lembre-se: somos os únicos responsáveis pelas companhias invisíveis que atraímos e mantemos. Cabe a cada um de nós respeitar a Umbanda através de atos nobres, corretos e coerentes com Ela dentro e fora do terreiro, pois não agindo assim, tornamo-nos os piores detratores de nossa própria religião, e para cada um de nós existe uma conduta esperada coerente com o fato de sermos umbandistas, e a intolerância e a vaidade não fazem parte dela.





OFERENDAS PARA ORIXÁS

Caboclo Pery

Muitos médiuns vem nos perguntar quais oferendas podemos dar no dia de determinado Orixá. Estaremos agora passando uma receita básica que pode ser utilizada para qualquer Orixá ou Entidade.
* um pacote de amor, em pó, para que qualquer brisa possa espalhar para as pessoas que estiverem perto ou longe de você;
* um pedaço (generoso) de fé, em estado rochoso, para que ela seja inabalável;
* algumas páginas de estudo doutrinário, para que você possa entender as intuições que recebe;
* um pacote de desejo de fazer caridade desinteressada em retribuição, para não "desandar" a massa.

Junte tudo isto num alguidar feito com o barro da resignação e determinação e venha para o terreiro.

Coloque em frente ao Congá e reze a seguinte prece:

"Pai, recebe esta humilde oferenda dada com a totalidade da minha alma e revigora o meu físico para que eu possa ser um perfeito veículo dos teus enviados. Amém."

Pronto! Você acabou de fazer a maior oferenda que qualquer Orixá, Guia ou Entidade pode desejar ou precisar...

Você se dispôs a ser um MÉDIUM!

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O perfil do orixá numa visão antropológica

O PERFIL DO ORIXÁ Numa visão antropológica, os Orixás são vibrações de energia, cada uma numa faixa própria, com as quais os seres humanos se identificam, o que justifica a existência de "filhos" de diferentes Orixás. Assim os "filhos" de um determinado Orixá - sofre mais influência de um, por exemplo, pela data de nascimento e signo correspondente - são aqueles cujo metabolismo básico e características pessoais de comportamento se identificam com o modelo comportamental inconsciente coletivo que se relaciona a este Orixá. Cada Orixá tem claramente identificado seus arquétipos. Todos nos influenciam em maior ou menor intensidade.

CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS DOS FILHOS DE OXÓSSI
Geralmente Oxóssi é associado às pessoas joviais, rápidas e espertas, tanto mental como fisicamente. Tem portanto, grande capacidade de concentração e de atenção, aliada à firme determinação de alcançar seus objetivos e paciência para aguardar o momento correto para agir. Sua luta é baseada na necessidade de sobrevivência e não no desejo de expansão e conquista. Busca a alimentação, o que pode ser entendido como sua luta do dia-a-dia. Esse Orixá é o guia dos que não sonham muito, mas sua violência é canalizada e represada para o movimento certo no momento exato. É basicamente reservado, guardando quase que exclusivamente para si seus comentários e sensações, sendo muito discreto quanto ao seu próprio humor e disposição.
Os filhos de Oxóssi, portanto, não gostam de fazer julgamentos sobre os outros, respeitando como sagrado o espaço individual de cada um. Buscam preferencialmente trabalhos e funções que possam ser desempenhados de maneira independente, sem ajuda nem participação de muita gente, não gostando do trabalho em equipe. Ao mesmo tempo , é marcado por um forte sentido de dever e uma grande noção de responsabilidade. Afinal, é sobre ele que recai o peso do sustento da tribo.
Os filhos de Oxóssi tendem a assumir responsabilidades e a organizar facilmente o sustento do seu grupo ou família. Podem ser paternais, mas sua ajuda se realizará preferencialmente distante do lar, trazendo as provisões ou trabalhando para que elas possam ser compradas, e não no contato íntimo com cada membro da família. Não é estranho que, quem tem Oxóssi como Orixá regente, relute em manter casamentos ou mesmo relacionamentos emocionais muito estáveis. Quando isso acontece, dão preferência a pessoas igualmente independentes, já que o conceito de casal para ele é o da soma temporária de duas individualidades que nunca se misturam. Os filhos de Oxóssi, compartilham o gosto pela camaradagem, pela conversa que não termina mais, pelas reuniões ruidosas e tipicamente alegres, fator que pode ser modificado radicalmente pelo segundo Orixá (ajuntó). São pessoas tipicamente extrovertidas, gostando de viver sozinhas, preferindo receber grupos limitados de amigos. É portan to, o tipo coerente
com as pessoas que lidam bem com a realidade material, sonham pouco, têm os pés ligados à terra.

Importante, na apometria, verificar se há desarmonia nestas vibrações com o consulente. Se apresenta mediunidade deseducada - reprimida - as vezes umas incorporadas com os cânicos de Oxossi dão grande sensação de bem estar. Indicado, até, a entrada numa corrente de desenvolvimento na Umbanda, quanto houver orientação segura neste sentido.

Assim ocorre com o 7 Orixás: cada um dos médiuns tem mais afinidade em determinado momento da sua educação mediúnica com um.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Identidade umbandista e seus efeitos sociais

A identidade umbandista é construída pelas inúmeras influências de tradições e culturas existentes em praticamente todos os pontos do nosso orbe. Não é por menos que a Umbanda é tida como Matriz Religiosa Brasileira, onde seu povo pelos longos processos de miscigenação representa a síntese do nosso planeta.

Isso é totalmente diferente de utilizar outras religiões como padrão para a nossa. Procuraram imitar o catolicismo por muito tempo, simplesmente adotando algumas de suas práticas. Depois, imitaram o Espiritismo criando falsas necessidades de codificação da nossa religião. Agora querem imitar os Neopentecostais, colocando como salvação a adoção de suas práticas no meio político e econômico.

Dito de outra forma, o umbandista é influenciado a reproduzir soluções de outras religiões dentro de sua comunidade. Ao utilizar soluções próprias da Umbanda, no entanto, é taxada de importar conceitos. Veja como invertem o papel da Umbanda para a humanidade.

Por que classificar a estrutura Umbandista como um prédio sem síndico ou como amontoado de misturas? A Umbanda não é exótica, mas heróica por ser um instrumento importante de renovação da sociedade. A FTU é um exemplo vivo e emblemático desta transformação.

A FTU representa um avanço, uma mudança de patamar, para todos nós umbandistas. Com ela, a Umbanda demonstrou a importância que dá para a Educação e como Ela pode colaborar com a diminuição das desigualdades religiosas, culturais, sociais, políticas e econômicas.

Podemos afirmar isto ao analisar a realização do I Congresso de Umbanda do Século XXI em suas dependências. Acadêmicos e Sacerdotes de todos os cantos do país foram para dentro do terreiro produzir e ouvir conteúdo de peso sobre a Umbanda em aspectos acadêmicos e religiosos que socializam o conhecimento e reconhecem no Homem a solução para os problemas sociais.

Infelizmente muitos criticaram a FTU simplesmente por despeito ou por não terem eles construído a idéia. A visão corporativista já é considera anacrônica para o movimento umbandista, as Escolas de Umbanda estão cônscias a cada dia que passa da importância de dialogar e construir meios que dignifiquem a Totalidade de Escolas, respeitando a especificidade de cada Uma. Haja vista que felizmente observamos nas listas irmãos que criticavam esta aproximação da Umbanda com a Academia através da FTU, reproduzirem textos acadêmicos.

A Umbanda respeita todas as religiões e, por isso mesmo, não se arvora em criticar pejorativamente nenhuma delas. Seus valores são fortes o suficiente para não imitarmos os outros segmentos religiosos. Lembremos que a Igreja Católica e Protestantismo, por exemplo, não acreditam na Reencarnação. Logo, suas abordagens no campo religioso e político são de certa forma justificáveis. O movimento umbandista é essencialmente reencarnacionista e desenvolve caminhos mais abrangentes na solução dos problemas de ordem espiritual e social.

--
Saravá fraternal,

João Luiz de A. Carneiro
Discípulo de Pai Rivas (Mestre Arhapiagha)


Nota:
FTU = Faculdade de teologia umbandista. o site é http://www.ftu.edu.br/

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

É dia 02 de fevereiro, é dia de Iemanjá

Eu vou à Praia Grande
Eu vou pro mar
Levar botões de rosas
Pra Iemanjá
Eu vou à praia
Vou riscar ponto na areia
Vou pedir a Mãe Sereia
Todas as forças do mar
Que nos proteja
Com seu manto inteiro branco
E com todos os encantos
Que tem as ondas do mar







“Conta a tradição dos povos iorubás (atual Nigéria), que Iemanjá era a filha de Olokum, deus do mar. Em Ifé, tornou-se a esposa de Olofin-Odudua, com o qual teve dez filhos, todos orixás. De tanto amamentar seus filhos, os seios de Iemanjá tornaram-se imensos. Cansada da sua estadia em Ifé, Iemanjá fugiu na direção do “entardecer-da-terra”, como os iorubas designam o Oeste, chegando a Abeokutá. Iemanjá continuava muito bonita. Okerê propôs-lhe casamento. Ela aceitou com a condição que ele jamais ridicularizasse a imensidão dos seus seios.
Um dia, Okerê voltou para casa bêbado. Tropeçou em Iemanjá, que lhe chamou de bêbado imprestável. Okerê então gritou: “Você, com esses peitos compridos e balançantes!” Ofendida, Iemanjá fugiu. Okerê colocou seus guerreiros em perseguição e Iemanjá, vendo-se cercada, lembrou que tinha recebido de Olokum uma garrafa, com a recomendação que só abrisse em caso de necessidade. Iemanjá tropeçou e esta quebrou-se, nascendo um rio de águas tumultuadas, que levaram Iemanjá em direção ao oceano, residência de Olokum.
Okerê, tentou impedir a fuga de sua mulher e se transformou numa colina. Iemanjá, vendo bloqueado seu caminho, chamou Xangô, o mais poderoso dos seus filhos, que lançou um raio sobre a colina Okerê, que abriu-se em duas, dando passagem para Iemanjá, que foi para o mar, ao encontro de Olokum.
Iemanjá usa roupas cobertas de pérola, tem filhos no mundo inteiro e está em todo lugar chega o mar. Seus filhos fazem oferendas para acalmá-la e agradá-la. Iemanjá, Odô Ijá (rainha das águas), nunca mais voltou para a terra. Ainda existe, na Nigéria, uma colina dividida em duas, de nome Okerê, que dá passagem ao rio Ogun, que corre para o oceano.”


O PERFIL DO ORIXÁ
Comparada com as outras divindades do panteão africano, o Orixá feminino ioruba Iemanjá é uma figura extremamente simples. Ela é uma das figuras mais conhecidas nos cultos brasileiros, com o nome sempre bem divulgado pela imprensa, pois suas festas anuais sempre movimentam um grande número de iniciados e simpatizantes, tanto da Umbanda como do Candomblé.

Pelo sincretismo, porém, muita água rolou. Os jesuítas portugueses, tentando forçar a aculturação dos africanos e a aceitação, por parte deles, dos rituais e mitos católicos, procuraram fazer casamentos entre santos cristãos e Orixás africanos, buscando pontos em comum nos mitos.

Para Iemanjá foi reservado o lugar de Nossa Senhora, sendo, então, artificialmente mais importante que as outras divindades femininas, o que foi assimilado em arte por muitos ramos da Umbanda.

Mesmo assim,não se nega o fato de sua popularidade ser imensa, não só por tudo isso, mas pelo caráter, de tolerância, aceitação e carinho.É uma das rainhas das águas, sendo as duas salgadas: as águas provocadas pelo choro da mãe que sofre pela vida de seus filhos, que os vê se afastarem de seu abrigo, tomando rumos independentes; e o mar, sua morada, local onde costuma receber os presentes e oferendas dos devotos.

São extremamente concorridas suas festas. É tradicional no Rio de Janeiro, em Santos (litoral de São Paulo) e nas praias de Porto Alegre a oferta ao mar de presentes a este Orixá, atirados à morada da deusa, tanto na data específica de suas festas, como na passagem do ano. São comuns no reveillon as tendas de Umbanda na praia, onde acontecem rituais e iniciados incorporam caboclos e pretos-velhos, atendendo a qualquer pessoa que se interesse.

Na África, a origem de Iemanjá também é um rio que vai desembocar no mar. De tanto chorar com o rompimento com seu filho Oxóssi, que a abandonou e foi viver escondido na mata junto com o irmão renegado Oçãnhim (Oçanhe). Iemanjá se derreteu, transformando-se num rio que foi desembocar no mar. É a mãe de quase todos os Orixás de origem ioruba (com exceção de Logunnedê), enquanto a maternidade dos Orixás Daomeanos é atribuída a Nanã.

É portanto semelhante às outras mães da água, o que é compreensível, já que as diferentes tribos e nações acabaram por desenvolver o culto a um Orixá feminino específico, que relacionavam com um rio da região.